Prologo

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POV SOPHIE MARTIN
dezembro 2022

Voce está de brincadeira?! — encaro, boquiaberta , as cinco garotas que estão me avaliando.

Todas tem cor de cabelo, pele e olhos diferentes, mas não consigo distinguir uma da outra, porque suas expressões são idênticas. Tem muita arrogância por trás do falso remorso que tentam transmitir, como se estivessem arrasadas com a notícia.

—Sinto muito , Sophie, mas não estou de brincadeira — Amelie me oferece um sorriso condescendente — a empresa quer estilistas que estejam à altura. Não que você não esteja, você se formou em uma das melhores faculdades da França, mas ainda te falta algo

—Falta o que? Um pouco mais de experiência? Ou simplesmente o fato de eu não ser filha ou parente de alguma modelo?

—Apenas temos que respeitar os padrões estabelecidos pela empresa — responde sem perceber que eu estava sendo irônica

—Olha Sophie, sinto muito tá bom? Mas essa não foi uma escolha nossa, foi da própria gerente — interrompe Bianca , me fitando com os olhos suplicantes. Das cinco garotas na minha frente, ela parece a mais razoável

—Já tivemos muitos erros com outras estilistas no passado e não queremos comete-los novamente

Contraio os lábios em uma tentativa falha de não revirar os olhos.

—Principalmente aquele com Julie

—Já disse que não falamos de Julie aqui — Kaya interrompe seca

Por dios . Um mísero erro e a pobre garota vira o próprio Voldemort? A empresa é muito mais rigorosa do que a que eu estagiava meses atrás quando iniciei a faculdade.

—Não é nada pessoal Sophie — continua Kaya — existem muitas outras empresas e ateliês que aceitariam trabalhar com você

Cruzo os braços. Não acredito que estou ouvindo isso. Kaya pousa os olhos invejosos em minhas botas Prada de camurça preta, um presente de minha avó quando me mudei para Paris.

—E eu sei que para você é difícil, a faculdade, sua mãe faleceu a alguns anos e não tem ninguém com quem possa contar aqui , mas não temos mais o que fazer — Amelie diz — sinto muito Sophie

—Tudo bem. Eu acho que vou dar um jeito

  Levanto, jogo o cabelo para trás do ombro e começo a enrolar o cachecol vermelho de Caxemira em volta do pescoço, de uma maneira que parece incomodar Kaya. Aceno de maneira descuidada com um sorriso zombeteiro e saio da sala.

No corredor, tenho vontade de chorar.

—Sophie, espera!

  Amelie me alcança na porta da frente. Abro um sorriso e pisco depressa para espantar as lágrimas que começaram a brotar. Não vou deixar que me vejam chorando.

—Olha. Você tem sorte

—Por não ter um emprego? É, tirei a sorte grande

—Você é uma Soler. Nunca vai ficar sem emprego.

Sorrio timidamente. Isso eu não posso negar.

steal my girl, pedri gonzales [EM PAUSA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora