— Já somos irmãs então? — perguntei e ela riu. — fica tranquila eu não tenho costumes alcoólicos graves.

E não tenho mesmo.

Tirando o vinho eu tenho total autocontrole sobre quando parar de beber.

Eu não cometeria esse erro. Não perto do cara que faz de tudo pra me infernizar.

— Ótimo, agora... — ela falou digitando no celular. — o Alex tá esperando a gente na garagem. — sorriu. — vamos?

Olhei para o meu milkshake pela metade e dei a última mordida no hambúrguer.

— Vamos. — levantei.

Peguei o milkshake e fui andando ao lado da Jade enquanto conversava mais algumas coisas.

— Ah, não é possível. — Jade falou olhando pra algum lugar.

Eu segui o olhar dela avistando o Alex de braços cruzados encostado em um tesla preto e ao lado dele estava o... Hunter?

Sério isso?

Esse cara deve estar achando que é onipresente.

— Ele tá obcecado por você. — Jade falou me olhando com pena. — ele quer te engravidar.

Arregalei os olhos e comecei a tossir subitamente.

Não. Ele não quer me engravidar.

Que porra é essa?

E para de sentir pena de mim, eu tô fodida, mas tô bem.

Mentira, eu ando com pensamentos suicidas recentemente. Mas eu acho que é porque faz mais de dois meses que eu não converso com a minha psicóloga.

— Tá bem Ana? — Hunter perguntou já do meu lado fazendo carinho nas minhas costas.

Ótimo. Além de onipresente o cara também se teletransporta.

Que mais? Só falta voar a Barbie Cinderela.

Vai fazer teste para o elenco de "Barbie e o segredo das fadas". Já é loiro, só falta as asas.

— Tô maravilhosamente querendo morrer, agora. — falei depois de conseguir voltar a respirar normalmente. — seria expendido ser atropelada por um ônibus igual a Regina George. Mas ao contrário dela quero que seja fatal.

— Você fica algumas horas com a Jade e já fica suicida? — Hunter perguntou olhando pra Jade com julgamento e ela fez uma cara de ofendida.

— Ei!

— Tô suicida desde que nasci. Eu só não compartilho muito isso. — falei querendo correr daqui.

A realidade é que eu tô assim desde aquela festa do caralho.

Antes dessas palhaçadas todas começarem a acontecer com a minha pessoa eu estava perfeitamente bem psicologicamente. Eu acho.

Mas eu sempre quis morrer. Sendo quem eu sou a morte é livramento. Tanto pra mim e pra minha família. Eu sempre me senti um fardo e um fracasso.

Eu sou um fardo pra eles. Imagine parir uma filha defeituosa e ter que ser cauteloso o tempo todo com ela?

Imagine ter medo da sua própria filha?

Eu sempre tento não errar com as minhas ações. E eu estava indo ao caminho certo, até aparecer o Hunter que quer me empurrar pra o mal caminho por zero motivos plausíveis.

Se um dia eu estiver morta em uma esquina dessa cidade podem culpar o Hunter.

Nossa, minha mãe vai querer matar alguém se descobrir como minha mente tá agora.

Ódio é ÓDIO, Amor à Parte Where stories live. Discover now