Primeira tentativa

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Os braços de Evie se esticaram enquanto seus olhos se abriam. Ainda era cedo e já estava cansada. Ele adormeceu enquanto assistia TV com seu pai. Mas espera! Onde ela estava? Não era no sofá gasto que ficava naquela minúscula sala. Ela estava em seu quarto. No seu verdadeiro quarto.

— Estou em casa! - murmurou ainda sonolenta. Soou quase com uma interrogação. Esfregou seus olhou enquanto tomou conta da realidade. — Finalmente, estou em casa! - grita saltando da cama e andando em passos rápidos para fora do quarto. Abriu um sorriso enquanto vislumbrava o redor da mansão da sua família. Ela ainda estava confusa. Como ela voltou? Nem ao menos quebrou a maldição. Um barulho afastou seus pensamentos e então seguiu para o andar debaixo. Foi em direção às escadas até a cozinha. O que presenciou fez com que ela paralisasse. Viu sua mãe. Ela voltou pra casa. Não sabia como, mas não importava. Ela estava em casa. Evie olhou para sua mãe. Na verdade, para as costas dela enquanto cozinhava. Era grande a falta que sentia.

— Mãe! - sem pensar duas vezes, corre até sua mãe com seus olhos cheios de lágrimas. — Eu sinto tanto. Me desculpa! - chorou enquanto abraçada a mãe pelas costas.

Depois de um momento, se desvencilhou do abraço. Mas quando sua mãe virou-se diante dela, Evie ficou em completo choque. Em câmera lenta, seu sorriso desapareceu quando viu Marian frente à ela.

— Não! - Evie dizia enquanto se afastava. — Não, não pode ser! — NÃO!

Evie acorda assustada. Ela olha para os lados. A televisão ainda estava ligada com notícias de Storybrooke ecoando pelo pequeno apartamento. De longe, ouve o barulho do chuveiro ligado, supôs que seu pai estava usando o banheiro. Era por volta das 18 horas. Tinha dormindo por um bom tempo. E acordada pelo o mais terrível dos pesadelos. Evie chegou tão perto de estar em casa novamente, mas na verdade estava tão longe quanto poderia imaginar. Levantou-se do sofá e foi até a porta.

Evie sentia falta de sua mãe. De Regina. O que a deixou tão triste. De repente, sentiu um ar fresco tocar seu rosto. Do lado de fora, ela ficou ainda melhor. Ficar naquele lugar estava sufocando ela. Sentia aprisionada.
Em sua cabeça passaram vários pensamentos e assim, decide fazer uma visita à sua mãe. Se Regina fosse como ela era em casa na sua verdadeira realidade, nesse horário ainda estaria no escritório.
E lá estava Evie. Em frente à porta do escritório de Regina. Se aproximou, respirou fundo antes de bater.

— Entre. - Evie ouve a voz familiar ecoar. Ela girou lentamente a maçaneta da porta e adentrou o escritório. Imediatamente foi recebida com o olhar de poucos amigos vindo de Regina. Provavelmente, ela não queria ver ninguém. — O que é que você está fazendo aqui? - pergunta em um tom severo. Evie fechou os olhos e novamente respirou fundo. Ela tinha se acostumado com o tom de repreensão da mãe quando se metia em alguma encrenca, mas nada igual a dessa vez.

— Você sabe que não precisa falar desse jeito tão rude. - Regina ficou atraída pela franqueza da menina. Ninguém ousou falar dessa maneira com ela.

— O que? - limitou em dizer.

— Eu preciso explicar algo pra você. Quero que me escute.

— O que te faz pensar que eu me importaria com qualquer coisa que meu... - não termina a fala. Fazia tempo que não falava algo relacionado ao Robin.

— O que? - Evie pergunta.

— Não importa. - Regina esquivou-se da pergunta da menina. — Preciso que saia. Tenho muitas coisas importantes a serem feitas. Não vou perder meu tempo com bate-papo com uma criança.

— Quanto ao seu o quê? - pergunta novamente. — A filha de seu ex amor? - Regina levou seu olhar para a menina ao ouvir as palavras proferidas por ela. Seu rosto empalideceu.

— Não se atreva a dizer coisas das quais não tem o mínimo do conhecimento! - disse friamente. O tom de sua voz era duro.

— Eu sei mais da sua vida do que você imagina.

— Como se atreve! - levantou-se da cadeira.

— Eu sei que não está feliz. Não gosta de ficar sozinha. Você odeia a solidão. - Evie afirma enquanto Regina a olha com cara não de poucos amigos, mas de nenhum. — Mas saiba que isso não é culpa sua. A culpa é minha. Toda minha. - A mais nova viu o rosto de Regina cair. — Meu pai é sua alma gêmea e você sabe disso. Apenas beije-o e será feliz. Terá sua família. Você vai me ter... Mesmo que eu não mereça você... - o silêncio ficou em total silêncio.

— Saia. - Regina pediu humildemente.

— O que?

— Saia imediatamente daqui! - pediu levantando o tom da voz.

— Mas você não ouviu o que acabei de dizer? Você pode...

— Já disse: saia daqui! - Regina gritou. O grito que assustou Evie. Estava em choque, mas nada impediu que suas lágrimas rolassem pelo seu rosto. Apenas virou-se e andou até a porta.

Regina não podia aceitar mais isso. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas queria chegar a fundo. Pegou o celular que estava encima da mesa e discou o número de Robin pela segunda vez naquele mesmo dia.

• • •

Depois de um longo dia servindo mesas, limpando o balcão, abastecendo as bebidas na Grennys, Marian finalmente voltou pra casa. Não é o trabalho de seus sonhos, mas ajuda nas contas da casa. Ela estava feliz em estar de volta. Ia começar seus afazeres quando da cozinha, ouviu o toque do celular de Robin ecoar pela sala de estar.

— Robin, celular tocando! - grita para a sala, onde deduziu que ele estaria. Não obteu respostas, decidiu que levaria o celular para ele até ver o nome no indicador de chamadas. Parou por alguns segundos olhando a tela do aparelho e memórias passearam pela sua cabeça.

— Desculpe querida. Estava me vestindo. - aparece na sala e caminha até ela. — Marian? - estranha a feição da esposa com o celular ligado em sua mão. — Aconteceu alguma coisa? - pergunta e Marian finalmente olhou para o rosto dele.

— Aconteceu alguma coisa? - repetiu. — Isso é o que diz quando é descoberto? - Robin olha confuso para Marian.

— Marian, acredite. Eu não sei do que você está falando!

— Tem certeza, Robin? - perguntou aumentando o tom de voz. — Pois saiba que Regina Mills acabou de fazer uma ligação para o seu celular... E aí?

— Marian...

— E pelo o que vejo... - olha o histórico da chamada. — Não é a primeira vez!

— Marian...

— Você fez uma promessa, Robin! - grita. — Prometeu que esqueceria dela, a deixaria no passado e olha o que você faz depois de tantos anos!

— Marian, por favor...

— Eu pensei que depois que tivéssemos outra criança, você se apaixonaria por mim! Mas apenas fui uma grande idiota!

— Marian, eu te amo... - finalmente interviu.

— Mas é isso. - disse enquanto uma única lágrima foi derramada. — Você me ama, mas não é apaixonado por mim!

— Marian, eu...

— Me responda, depois de tanto tempo, tantos anos você ainda é apaixonado por ela? - Robin não responde. — Sim ou não, Robin? - exigiu a resposta.

— Não faça essas perguntas, Marian! Você não quer saber as respostas. - finalmente respondeu.

— Isso é o bastante! - disse com os lábios tremendo. — Já deu sua resposta. - enfiou o celular na mão de Robin e correu para o quarto do casal.

Cuidado Com Seus DesejosWhere stories live. Discover now