𝐌𝐘 𝐒𝐔𝐈𝐂𝐈𝐃𝐄 𝐋𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑

monólogo

𝗺𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗲𝗱𝘂𝗮𝗿𝗱𝗮 𝗮𝘇𝗲𝘃𝗲𝗱𝗼 𝗮𝗹𝘃𝗶𝗺
1

eu sempre fui muito extrovertida, brincalhona, e que gosta de tudo.
me dou bem com todo mundo, sou risonha, divertida e com muitos amigos... talvez isso seja o que as pessoas pensam de mim.
pra ser sincera, eu sou sim tudo isso, mas sou tudo isso na frente dos outros... no meu quarto, na minha cama, eu desabo.
muitos podem dizer que é drama, ou só uma garota mimada querendo chamar atenção.... eu ouço muito isso, de todos, até da minha própria família...
é muito difícil me verem de blusa de manga curta dentro de casa, de short, ou até mesmo em algum lugar com a família que eu seja obrigada por um biquíni... e por que? bem... eu acho que meu corpo fala muito sobre mim, não necessariamente meu corpo, mas minhas cicatrizes, e algumas marcas ainda nem cicatrizadas.
marcas... ao todo meu corpo soma mais de 50, ja fui parar no hospital 5 vezes nesse ano passado de 2022, e 2 vezes essa semana.
enfim, aos meus 8 anos fui diagnosticada com depressão severa e ansiedade com níveis muito altos...
sinceramente, uma criança de 8 anos, sendo diagnosticada com depressão severa e ansiedade altíssima, depois de muitos anos é difícil saber como se curar disso...
atualmente tenho 15 anos, e fazem 7 anos que eu tento me curar disso, e nada, nunca, me ajudou.

e essa é a maneira que eu vou me ajudar, ou pelo menos, tentar.

então...aqui vamos nós:

Olá garotos e garotas
Quem escreve isso é a Maria Eduarda Azevedo Alvim
Eu espero que vocês estejam prontos porque eu estou prestes a contar a vocês a história da minha vida
Mais especificamente, porque a minha vida acabou (ou não)
E se você está lendo este livro, você é um dos motivos pelo qual eu não fiz isso (ou fiz)
Mas se eu tiver feito, se eu já não estiver mais aqui, então você é um dos motivos pelo qual eu queria estar aqui, só não fui forte o suficiente para conseguir
Eu não vou te dizer em qual página você entra na história
Mas não tenha medo
Se você está realmente lendo isso o seu nome vai aparecer
Eu prometo
Afinal, porque uma garota morta mentiria?
De qualquer modo, está na hora de começar

[...]