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“Para que nada nos separe, que nada nos una.”

– Pablo Neruda

Não há animal mais controlador do que o homem

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Não há animal mais controlador do que o homem. Mesmo o tempo ele conseguiu colocar rédeas com seus minutos, dias e anos. Tolo é quem não percebe que é apenas uma ilusão. Podemos marcá-lo como desejarmos mas controlar? Ele não para, mesmo quando queremos. Ele não volta atrás nem se adianta. Segue o próprio curso independente de nós e arrasta consigo o que muitos temem: a vida, a morte, a velhice, a cura, a degeneração e a evolução — em todos os seus aspectos.

Nasci em 1920, entrei para exército depois de dezenas de tentativas e participei do projeto de super soldados com o objetivo de combater os nazistas. Adquiri força e velocidade aprimoradas, assim como reflexos apurados e maior resistência. Isso foi que me permitiu sobreviver congelado após o meu acidente em 1945 até 2011, quando a Shield encontrou meu corpo em criogenia no mar e me trouxe de volta a vida. Quatro anos e meio depois e eu ainda me surpreendo com as transformações. Nada é igual, fui jogado sem nenhum aviso ou manual em um mundo completamente diferente do que eu lembrava. O tempo nunca brincou tanto com alguém como fez comigo.

Me juntei a iniciativa Vingadores, planejada pelo diretor da Shield, Nick Fury, em 2012. Desde o primeiro encontro do grupo nos aprimoramos e crescemos, especialmente após o ataque do Ultron no começo do ano. A contar desse momento, vivíamos em uma onda de paz. Nada além de pequenas missões e o treinamento dos novos recrutas. Eu costumava apreciar essa conquista o tempo inteiro, mas Romanoff nunca deixava de comentar o quanto algo grande estava por vir, a calmaria antecipando a tempestade. Como de costume, ela estava certa.

O aumento no índice de roubos de substâncias químicas parecia apenas casos isolados. A preferência por elementos comuns, a distância de um assalto para o outro e o espaço de tempo entre cada operação não levantaram a suspeita de uma intervenção dos Vingadores, mesmo apenas os que estão na ativa — considerando que metade da equipe está parada, a começar com a aposentadoria de Clint e a ausência de Stark e Thor, sem contar o desaparecimento de Bruce Banner. O problema, no entanto, se tornou muito mais complexo quando Visão interceptou um caminhão cheio armas que nos fez conectar aos assaltos.

— A polícia não trouxe nenhuma novidade — avisa Sam quando entra na sala de operações, o celular ainda na mão.

Após fazermos nossa própria perícia, entregamos o caminhão carregado com seus caixotes — quatro contendo armas e dois abrigando em segurança um recipiente médio, um com Bromo e outro com Irídio. Foi quando notamos o padrão. O motorista fugiu, mas conseguimos chegar ao momento que ele saiu do armazém roubado através da câmera de segurança do outro lado da rua. Para Natasha, conseguir o acesso foi fácil.

Desde então, estamos em volta da mesa redonda no centro da sala de operações. Graças a tecnológica Stark, a mesa é como uma espécie de tablet, o vídeo azulado é projetado paralelamente a ela em holograma.

Paradoxo | Steve RogersWhere stories live. Discover now