03.

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- Quem vai tocar na peça de teatro esse ano vai ser Deyse Zephe.

Como eu imaginava, não passe no teste. Deyse começou a comemorar, gritar igual uma gazela! Julgo? Não, até por que eu estaria da mesma forma se passasse. Mas eu sabia que ela não iria me deixar em paz nunca.

    Olho para o lado, e vejo minha professora sorrindo, eu não entendi o motivo do sorriso... Até por que eu não tinha passado.

- Podem se retirar. - Fala uma das mulheres que nos avaliaram. Fui direto falar com Angélica, vontade? 0.

- Desculpa... Eu prometi que ia passar, só decepcionei você. - Falo sem olhar em seus olhos.

- Tá tudo bem Yas. - A mais velha coloca suas mãos sobre meus ombros. - Você deu o seu melhor! Eu tenho orgulho de você. - Aquelas palavras foram tudo que eu precisava naquele momento, me senti aliviada por ela não estar chateada comigo.

- Eu vou embora agora. - Falo para Angélica.

- Quer que eu te acompanhe?

- Não precisa! Quando fico frustrada gosto de andar por aí sem rumo. - Falo.

- Toma cuidado Yasmin! Volte com cuidado. - Dou um abraço na mesma e saio, antes que Deyse apareça e jogue na minha cara o quanto ela é melhor que eu.

   Saí do teatro e fui para um lado oposto da minha casa, eu talvez pretendia ir em uma praça... Não sei.

- Quando fica frustrada perde o rumo? - Ouço uma voz masculina atrás de mim. Paro de andar e reconheço aquela voz, era o garoto da escola.

- Você é algum tipo de stalker? - Pergunto me aproximando do garoto.

- Meus avós são donos desse teatro. - Ele ri baixo. - Você toca muito bem.

- Você me viu?

- Vi, acho que eles escolheram a pessoa errada. - Diz o garoto.

- Isso não tem importância agora, já foi decidido. - Falo cabisbaixa.

- Os pais daquela garota devem ter pagado os meus avós, tudo que se relaciona a dinheiro eles querem.

- Imagino, aquela garota exibe tanto dinheiro.. - Falo ainda cabisbaixa.

- Você tenta dá próxima vez!

- Afinal, qual é o seu nome? - Pergunto, até por que dá última vez não consegui saber o nome dele.

- Phillip - Fala o garoto. - Pode me chamar só de Phill!

- Tá bom então, Phill. - Falo e o mesmo sorri. - Eu tenho que ir, a gente se vê por aí.

- Somos da mesma sala... Então tecnicamente vamos nos ver amanhã.

- É mesmo. - Rimos juntos. - então tá, até amanhã. - Me afasto voltando a caminhar, eu estáva certa de que iria para uma praça que tinha ali perto.

   Eu queria chamar a Hanna para andar comigo pela praça, mas nem celular eu tinha levado. Eu fiquei tão perdida nos meus pensamentos que acabo esbarrando em uma mulher, derrubando seus folhetos.

ᴏᴜʀ sᴏɴɢ | Miguel Cazarez Mora.Where stories live. Discover now