56 | How many others?

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HARRY

Sempre tive a plena certeza de Londres ser o nosso lugar.

Desde o dia que vimos aquele quadro no teatro, e não me restava dúvidas, encontrei minha alma gêmea naquela vida, de novo, e acreditava nas outras, mais ainda na próxima.

A nossa conexão era surreal, quase como se eu soubesse o que sentia. Gostávamos de nos ajudar, ela me dava alguns conselhos gentis, eu fazia o mesmo por ela.

Sempre queria o melhor para nós, ela não era diferente.

Depois do final de ano, conseguiu um emprego, não era a escola, mas a creche, e o melhor era que o lugar ficava a quinze minutos do hospital.

As crianças que ela cuidava nem falavam direito, e ela estava fascinada por aquilo, tanto que no primeiro dia quase chorou, disse que usaria a camisa nova que a amiga havia dado, para dar sorte.

Mas, meses depois, quando a percebi inquieta pela mudança de rotina, sugeri algo a ela.

Anna tinha um time antes, mas não encontrou nada parecido em Londres, e treinar sozinha era chato para ela, e não gostava tanto de jogar comigo, e não a julgava, treinar boxe e correr era a minha praia, qualquer coisa que envolvesse correr com um bola me fazia parecer um idiota.

Então ela começou na faculdade de novo, educação física, pelo menos lá, uma vez por semana, praticavam esportes diferentes. Fui assistir ao vôlei uma noite, incrível, para mim, ela sempre era o destaque.

Creche de manhã, estágio a tarde durante quatro vezes na semana, mas em uma escola, mais distante do hospital, ela nunca se interessou em dar aulas para as sérias acima do quinto ano, mas me contou que estava gostando da experiência.

E ia a faculdade três vezes na semana, o resto fazia a distância, ela preferia, e apesar de parecer uma rotina cansativa, dava para ver que ela estava muito mais feliz, mesmo que ainda se medicasse e fizesse terapia.

- É o ensino médio, H! - Ri enquanto preparava nosso jantar. - Eu nunca pensei nisso, e se eles forem mal-educados comigo?

- Duvido, não deixaria ninguém passar por cima de você. - Ela riu.

- Tem razão, meu sangue é quente, sou muito brava. - Ri alto. - Continua rindo, brinca comigo...

- É brava quando precisa ser. - Conclui, até quando não precisava ela era. - Olha, seja firme com eles, sorrir, mas ser dura nas horas precisas. - Era o melhor conselho que eu podia dar. - Vai ter sorte com a sua nova turma, sei disso.

Ela sorriu, e ganhei um beijo no rosto, depois que foi arrumar a mesa, sorri sozinho, a nossa felicidade era impagável.

Claro que alguns adolescentes eram mais difíceis que outros, obstáculos apareceriam, mas a turma dela era a das horas vagas, os adolescentes escolhiam o que fazer pela tarde, e entre tantas opções, teatro, música, e outras coisas, não era possível que escolheriam esportes só para infernizar ela.

Não era um costume meu, mas depois que começamos a namorar, fazíamos nossas refeições juntos, na mesa, era como se fosse sagrado para ela, e eu até gostava.

Era o nosso momento juntos, já que passávamos o dia longe, só nos víamos no fim da tarde, isso quando ela não tinha aula e só chegava para jantar.

Mesmo assim, nunca deixávamos de tentar ao menos, um filme, um jantar, uma receita juntos, às vezes ia almoçar comigo antes de ir para a escola, eu ia ao mercado com ela, sempre que podíamos estávamos juntos.

A nossa hora de dormir nunca mudou, exceto por ela optar usar pijamas compridos, porque em Londres era muito mais frio que em Washington, mas ela ainda me deixava abraçá-la e ter minha mão sendo esquentada pela pele do peito dela, incrível, sempre.

In another life • Harry Styles Where stories live. Discover now