Capitulo Único [Another]

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— Fique quieto, Manjiro. — Escutou-o exigir em um tom beirando ao enraivecimento e frustração, ele mexia-se demais abaixo do marido, este que com as duas mãos lhe asfixiava veementemente ao mesmo tempo que enfiava e tirava quase completamente o membro de seu orifício anal repetidas vezes rudemente.

Manjiro tentou engolir em seco, tentou conter seus gemidos ou sua vontade de mudar a posição, mas Takemichi, inexplicavelmente em situações como aquelas, conseguia ser ainda mais forte que ele e impedi-lo de fugir de seu aperto brusco, não permitindo-o sair de perto de si ou respirar corretamente, mantinha-o abaixo de si como punição, acertando-lhe constantes tapas suficientemente fortes para deixar qualquer região de seu corpo dolorido e em cor carmesim depois do primeiro estapear, chamando-o por diversos xingamentos depreciativos e ora ou outra asfixiando-o por tempo suficiente para deixá-lo quase inconsciente.

Era excitante, extremamente excitante para Manjiro estar sob o marido, totalmente a sua mercê e com sua vida literalmente nas mãos dele, seu corpo inteiro ansiava por pausa, doía a ponto de ser impossível conter as lágrimas quentes e grossas. Ele podia parar, sussurrar “dorayaki” como acordado na primeira vez que verdadeiramente permitiu Takemichi mostrar-lhe seu “outro lado”, todavia a sensação utópica de perigo fazia-o desistir antes mesmo do pensamento de cessar o ato, ele definitivamente amava a dor que seu marido lhe proporciona.

Takemichi fodia-o com força e dureza, a primitividade naquele ato sórdido lhe arrancava gemidos altos e vulgares, seus vizinhos provavelmente estavam cientes das obscenidades que ali acontecia por Manjiro não poupar-se de sua voz em nenhum momento, e ele sabia que aquilo irritava seu marido, irritava a ponto de sentir a dor das palmadas em suas nádegas mais vezes que pudesse assimilá-las.

— Que vadia mais escandalosa… — Chiou Takemichi acima de si diminuindo a velocidade das estocadas para deixá-las mais lentas e torturantes.

— M-Mais r-rápido, seu imbecil! — Ousou ordená-lo com a impaciência consumindo-o como chamas ardentes, porém, como o esperado, o mínimo que recebeu perante sua “ordem” foi um ligeiro tapa estalado em sua face, este que foi forte o suficiente para fazê-lo sentir a ardência seguido do gosto metálico e enjoativo de seu próprio sangue.

Em um ligeiro movimento, Manjiro viu-se mudando de posição, ficando desta vez de costas a ele, seus pulsos ainda presos pelo par de algemas na cabeceira da cama, dizer que não doeu ter seu corpo virado subitamente daquela forma bruta seria uma das mentiras descaradas que o Hanagaki — sobrenome de seu cônjuge adquirido orgulhosamente depois do casamento — contaria a si mesmo em toda sua vida, no entanto aquilo pouco lhe importava, ansiava sentir mais daquela dor e daquela impotência que apenas seu marido podia proporcionar-lhe.

— Eu não estava querendo te deixar marcas, mas uma vadia como você merece tanto apanhar que não vou mais conseguir cumprir o que te prometi. — “Como se voce já não tivesse me deixado roxo…” Manjiro conteve sua revirada de olhos depois de ouvi-lo dizer aquilo, mesmo que tivesse chamando-o de idiota em seus pensamentos, ainda assim, sabia o que ele exatamente queria dizer, seu marido não estava satisfeito em vê-lo daquela forma,  ele fantasiava machucá-lo mais, muito mais, deixá-lo sangrando e implorando para que deixasse-o em paz, Takemichi apreciava testá-lo ao limite, ouvi-lo pedindo incansavelmente para que cessasse o ato.

Mesmo que tenha-se passado mais de 12 anos desde que iniciaram aquela relação amorosa, ainda parecia irreal a dualidade de seu parceiro, a gentileza, sutileza e carinho que diariamente o Hanagaki tratava-lhe simplesmente parecia evaporar quando estavam sozinhos em quatro paredes, não existia inibições, limitações ou "máscaras", Manjiro não agia mais como o Mikey Invencível e Takemichi definitivamente não era mais o Herói Bebe Chorão que temia sua própria sombra.

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