⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ 𝟎𝟎𝟔. ⩨ T IS FOR TRAUMA

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aaron liebregts, point of view
paris, france
friday, 10:56 am

Como prometido, Alissa ainda está no meu quarto quando acordo

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Como prometido, Alissa ainda está no meu quarto quando acordo.

Usando a camiseta que usei na noite passada, ela está sentada na pequena mesa em frente a janela, com grandes fones de ouvido e o notebook aberto, digitando fervorosamente com uma mão enquanto segura uma xícara de café na outra.

Me reservo o direito que admirá-la um pouco enquanto ainda não sou notado. Seu cabelo está preso em um coque no topo da cabeça, mas alguns fios rebeldes tocam seu rosto. Suas bochecas tem um tom rosado, mesmo que esteja frio por causa do ar condicionado, e um pouco de luz ilumina os seus olhos, tornando-os ainda mais bonitos. A expressão concentrada também me atrai. Suas sobrancelhas então unidas, e ela enruga o nariz quando parece fazer algo que não gostou.

Ela é linda. E é claro que eu já tinha notado antes, apesar de preferir guardar para mim naquela época.

Alissa tira os fones, parecendo irritada, e cobre o rosto com as mãos. Ela murmura coisas que não consigo entender e fecha o notebook com mais força que o necessário, então fica de pé e vem em direção a cama.

Quando nota que estou acordado, abre o sorriso bonito outra vez.

— Bom dia! — Diz, com a sua alegria jovial.

— Bom dia — Respondo, a voz meio rouca. — Venha aqui.

Ela obedece, voltando para a cama depressa e se encaminhando direto para os meus braços. Surpreendentemente, é Alissa que roça os lábios nos meus primeiro, e depois deita com a cabeça em meu ombro.

— Você dormiu bem? — Questiona, então.

— Muito bem — Digo a ela, achando graça. — Como você pode ter tanta energia depois de uma noite de bebedeira? Eu me sinto como merda.

— Não sei — Responde, risonha. — Super poder, talvez? Além disso, eu sou jovem, posso aguentar muito mais sem me sentir mal no dia seguinte.

— Como você ousa trazer a minha idade para a conversa?

Alissa ri, mas gargalha quando eu faço cócegas nela, para me vingar. Gosto do que vejo, de como ela não está mais desconfortável com a minha presença.

— Isso é golpe baixo! — Ela reclama, ainda rindo, depois que consegue se desvencilhar das minhas mãos. — Eu não tenho culpa de ser nova.

— Não tem — Concordo, rindo com ela. — É uma coisa que te incomoda?

— O que? Ter vinte e dois?

— Ter vinte e dois — Começo, meio sem jeito. — E eu ter quarenta e três.

Alissa me olha, com a expressão confusa. Mesmo assim, ela parece pensar na minha pergunta antes de finalmente me dar uma resposta.

— Não. Incomoda você?

DREAM ACCIDENT | aaron liebregts [2] Where stories live. Discover now