𝐒𝐮𝐜𝐤𝐞𝐫 𝐟𝐨𝐫 𝐩𝐚𝐢𝐧 - Takeomi Akashi

Dois;

Assim que o carro parou na frente do seu apartamento você agradeceu o motorista e pediu desculpas pela hostilidade do seu "chefe", subiu as escadas parando na frente da porta procurando a chave em sua bolsa quando entrou colocou tirou a blusa que Takeomi havia dado a colocando no cabideiro, olhou para ela por alguns minutos pensando nas palavras duras que ele havia dito.

Naqueles dois meses pode observar muitas coisas, dos três irmãos ele parecia ser o mais quieto e que muitas vezes mal aparecia no pub o que era ruim para sua investigação e quando aparecia ele apenas respondia a todos com poucas palavras. Respirou fundo e se dirigiu para sala levando um susto ao notar a presença de alguém na mesma.

— Porra, Naoto que susto. — Levou a mão até o peito. — O que faz aqui a essa hora da manhã?

— Dois meses. — Ele te olhou. —Dois meses e até agora nada, caralho, você é tão inútil que não consegue fazer o básico.

— Eu estou tentando, Naoto, mas a aproximação está sendo mais difícil do que aparenta. Eles não são tão burros, tenho que ir aos poucos.

— Mas pelo jeito já conseguiu algo. — Ele olhou para a blusa pendurada no cabideiro. — Você chega a essa hora com uma blusa que claramente não é sua, cheirando a tabaco, será que não está se desviando do seu real trabalho e deixando o sangue da sua mãe falar mais alto?

Você ferrou os punhos por alguma razão, odiava a forma que ele falava da sua mãe, vocês eram irmãos apenas por parte de pai, tinham poucos meses de diferença. Sua mãe? Uma prostituta que acabou dormindo com o chefe de polícia assim engravidando, quando ela faleceu você tinha 5 anos, ele apareceu na porta da sua casa te levando embora com uma nova identidade e desde então Naoto nunca te tratou como irmã, ele já te odiava desde que você atravessou a porta da casa.

— Se é só isso que veio falar, já pode ir embora. — disse dando espaço para que ele passasse. — Em breve você vai ter o que quer.

— Assim eu espero. — Ele se levantou, passou do seu lado e te olhou. — Se quiser honrar esse distintivo e seu sobrenome é melhor fazer por onde.

Você o observou saindo pela porta que foi fechada bruscamente, você respirou fundo aquilo com certeza acordaria os vizinhos e você já não tinha uma boa reputação com os mesmos, precisava de um banho longo e demorado, caminhou até o banheiro se despiu e entrou debaixo do chuveiro quente deixando a água percorrer por todo seu corpo, depois de uns minutos saiu colocando seu pijama se preparando para dormir.

[...]

Quando acordou já passava das onze horas, deu graças a deus que nesse tempo de trabalhar infiltrada não tinha que acordar cedo, pegou seu celular vendo algumas mensagens que tinha, uma delas te surpreendeu era de Wakasa ele perguntava se você podia ir um pouco antes do seu horário para o pub.

Tinha algumas mensagens da Hinata também perguntando se você queria almoçar com ela, respondeu que sim e então foi se arrumar, afinal já se aproximava da hora do almoço. Depois de um outro banho e de escolher sua roupa você chamou um carro de aplicativo até o local, mandou mensagem para a mesma dizendo que já estava indo, quando chegou ela já te esperava do lado de fora.

Hinata diferente do Naoto nunca te tratou mal, muito pelo contrário, sempre fez questão de te incluir em tudo que era de família.

— Que bom que conseguiu um tempinho para mim hoje. — Ela disse sorridente enquanto se sentava na mesma. — Você e Naoto sempre estão com a agenda apertada, eu mal estou vendo o Takemichi também, ontem ele chegou tão tarde.

— Mas para me azucrinar de madrugada ele tem tempo. — Tentou dizer baixo, mas ela acabou escutando.

— Andam brigando de novo? — Ela te olhou. — [Nome], não liga para o que ele fala, sabe que ele sempre está estressado com o trabalho, assim como você.

Você apenas assentiu concordando, não queria discutir com ela também, realmente ambos estavam estressados por causa dessa missão, você poderia tentar até relevar. Ela sorriu e você fez o mesmo então foram fazer seus pedidos, depois que comeram bastante foram até praça que havia ali próximo e conversaram mais um pouco até dar a hora que Wakasa pediu para que você fosse, para sua sorte o pub era a poucas quadras dali.

Quando chegou o lugar ainda estava fechado, entrou pela porta dos fundos se deparando com Wakasa.

— O que eu gosto em você é que você é sempre pontual. — Ele disse entrelaçando o braço em seu ombro. — Gatinha, ontem você se mostrou alguém muito corajosa então preciso de um favor. Hoje antes de abrir vamos ter algumas negociações e preciso que você fique de olho neles.

— Eu? — praticamente gaguejou. — Não seria melhor o Saito?

— Claro que não eles iriam desconfiar, e eu vi que você sabe muito bem manusear uma faca. — Ele deu um sorriso de lado. — Posso contar com você?

— Claro que pode.

Sorriu e ele retribuiu, ótimo, ali estava sua chance de saber mais sobre os negócios do trio. As horas foram passando e logo Shinichiro e Takeomi chegaram, você olhou para mochila aonde você havia colocado a blusa do maior mais cedo, reuniu coragem para chama-lo para devolver.

— Senhor Akashi? — O chamou e ele te olhou de canto. — Eu quero devolver sua blusa. — Disse pegando a mesma na bolsa, ele te olhou por um tempo e olhou para a blusa novamente.

— Me parece que você a trouxe inteira, então você também vai ficar inteira. — De longe os outros dois irmãos observavam aquilo um pouco confuso. — Você tem um perfume bom, mas podia ter feito o favor de lavar para mim, né?

Céus, ele seria bem mais difícil de se aproximar do que você imaginava, logo ele que era o chefe de tudo, você apenas pediu desculpa o observando caminhar até a mesa.

Estava lavando alguns copos quando a porta se abriu, de canto de olho espiou duas figuras aproximando, uma delas era bem alta, cabelos escuros com uma mecha loira, já o outro não era tão alto e tinha cabelos loiro natural, discretamente observou eles se aproximando da mesa do trio onde foram recebidos com abertos de mão.

— Kisaki e Hanma, sejam bem vindos.

Wakasa fez um sinal para que você fosse até a mesa.

— O que gostariam de beber?

— Pode ser um Whisky mesmo. — O loiro respondeu. — Pode trazer uma garrafa.

Você assentiu voltando até o bar pegando os copos e a garrafa de whisky, distribuiu os copos pela mesa e deixou a garrafa na mesa quando ia voltando para o bar escutou Wakasa o chamando.

— Fique aqui próxima, caso ocorra algum acidente ou algo do tipo. — Ele ordenou. — Bom, vamos falar de negócios, soubemos que vocês estão com um carregamento de armas, queremos algumas.

— De quantas armas estamos falando?

— Umas 50. — Dessa vez quem falou foi Shinichiro. — Metralhadoras, fuzil, tudo que tivemos direito.

— É uma mercadoria grande, vai custar caro para vocês.

— Sabe que dinheiro não nos falta. — Takeomi os olhou. — Afinal vocês dois são os nossos melhores clientes, quanto para drogas, quanto para as putas.

Todos riram, exceto Takeomi ele apenas os olhava.

— Duzentos mil dólares. — O loiro respondeu. — Mais a gatinha aí, quanto querem nela?

— Ela não é puta. — Ele respondeu passando a mão pela sua cintura, você acabou se assustando com aquilo.

— Qual foi, Takeomi? Como você mesmo disse eles são nossos melhores clientes. — O moreno disse. — deixa ele comer ela

— Eu vou ter que repetir? — Ele encarou o irmão. — Ela é só uma garçonete, a única coisa que ela serve são bebidas.