𝐘𝟔: Quidditch Disaster

Start from the beginning
                                    

Eu gostaria de poder homenagear meu pai, e sabia que Harry pensava o mesmo a respeito do dele; mas, se fizéssemos dedicatórias em excesso, nossos filhos não teriam identidade própria nunca. E eu queria que tivessem. Queria que seus nomes pertencessem a eles mesmos e a mais ninguém, e que com isso contassem histórias.

Afinal, novas vidas mereciam novos começos. E Harry e eu sabíamos bem como os caminhos de nossos pais terminaram: sem saída.

— No que está pensando? — perguntou meu namorado, curioso.

— Que nome você quer dar à nosso primeiro bebê, se for menina?

Isso certamente pegou-o de surpresa.

— Não sei. Gosto muito de Victoria — disse. — Combina com meu sobrenome, e com o seu também. E você, pensa em qual?

— Adeline — falei. — Seria nossa pequena Addie. Significa "aquela que é nobre", e vem do francês. E quando penso em francês, lembro de você. Acho que é um nome bonito e poderoso: me faz recordar das primeiras flores que nascem após o inverno, cobertas por neve macia, como flocos de algodão.

— Adeline — murmurou Harry, sorrindo feito bobo. — É perfeito, meu amor.

— Você vai ser um pai incrível, Hazz. Sério. Consigo até imaginar os dois brincando de boneca, que nem você fazia comigo.

— Era divertido, principalmente quando as fazíamos lutar. Você sempre ganhava.

— Isso era porque você me deixava ganhar.

— Já disse que não é verdade.

— Hm, mas você também disse que não era ciumento, e isso se provou contraproducente — falei com um sorrisinho. — Imagine só quando Adeline começar a namorar. Você vai ter um infarto.

Harry fechou a cara na mesma hora.

— Addie só vai namorar quando eu morrer.

Ri.

— Papai era uma pessoa séria, e isso não te impediu de me beijar quando tínhamos treze e catorze anos.

— Não quer dizer que nossa filha precise seguir o mesmo exemplo.

— Nem se for o amor da vida dela? Exatamente como você é o meu?

Isso aqueceu o coração de Harry.

— Você tem argumentos para tudo. É tão sem-graça.

— E você adora.

Harry balançou a cabeça.

— Adoro mesmo.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Naquele mesmo dia, após o jantar, Harry nem precisou arrastar-se até Córmaco para convencê-lo de substituir Ron na posição de goleiro, porque o garoto veio até nós.

Estávamos diante da lareira da Comunal, estudando para um teste de Feitiços que teríamos dali a uma semana. Hermione fora visitar Ron na ala hospitalar (depois de tantas semanas, eles finalmente criaram vergonha na cara e fizeram as pazes), e Pads brincava com meus dedos do pé, tentando capturá-los com as patinhas de filhote. Apesar do silêncio, estávamos confortáveis.

No momento em que Córmaco apareceu, Pads empertigou a coluna, olhando com desconfiança para ele.

— Eu queria mesmo falar com você, Potter — disse Córmaco. — Soube que Weasley não está em condições ideais para jogar quadribol.

— É, talvez não esteja.

— Presumo que serei o goleiro substituto, não?

Harry respirou fundo, transtornado.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now