— Eles estão mais próximos nos últimos dias. Não tenho certeza se isso é bom ou ruim. — Ele fala levando uma grande colherada de cereal e leite até a boca.

— Como sabe disso? — franzo o cenho depois de notar minhas palavras.

— Minha mãe está se arrumando mais e ela até mesmo o visita na escola com frequência. — ele parece não gostar dessa parte — Como eu disse, não sei se isso é bom ou ruim.

— Bom, são seus pais. — engulo em seco como se fossem farpas — É bom que eles estejam juntos, não?!

— Me diga você. — ele anuncia e eu franzo o cenho sendo pega de surpresa.

— O que quer dizer?

— Você é feliz com os seus pais casados? — ele parece avaliar meu rosto.

Memórias me invadem e eu gaguejo um milhão de vezes antes de formular uma frase razoável, mas não uma meia mentira.

— Não estamos falando de mim, mas sim de você-...

— Jake! — A voz adstringente invadiu a sala, nos viramos para encontrar Laurie com uma nova muda de roupa e cabelos molhados — Precisamos ir, vou leva-lo ao dentista antes da aula.

— Agora?

— Não, talvez amanhã. — ela brinca antes de arrastar jake pelo braço — Andy pode dar uma carona até o Colégio, querida.

— Oh não, passarei em casa primeiro. — gesticulo para as roupas.

(***)

Caminhei rápido para casa assim que me senti sozinha naquela casa, sabia que à qualquer momento Andy Aparecia e não queria o ver. É errado, eu sei, muito muito errado, mas ainda sim me machuca ter a ideia dele com a própria esposa...

Fecho a porta atrás de mim e antes que eu possa dar o passo seguinte, folhas são jogadas na minha direção. Me viro assustada e encontro meu pai sentado sobre sua poltrona de frente com uma garrafa de cerveja na mão.

Não sai nem oito horas ainda...

— Bom dia, pai...

— 9,5? O que é isso? Você não usa seu cérebro? — ele fala se levantando e eu paraliso.

— Sinto muito... eu me es-...

— Sente? E o que isso muda além de você se ser um monte de Merda burra? — ele esbraveja entre dentes.

Antes que ele se mova em minha direção eu corro escada à cima ouvindo berros dele, adentro meu quarto e tranco a porta com a chave e a cadeira da minha escrivaninha. Torço para que ele não suba até aqui e olho para o meu telefone pensando se devo ou não pedir ajuda, mas seria em vão. Ele é meu pai e é seu direito...

Caminho até o banheiro com pesar e pego uma roupa confortável para a escola antes de entrar no banho. Molho meus cabelos e esfrego meu corpo, mas a cada movimento eu ficava em silêncio para prestar atenção nos barulhos lá embaixo.

Saio do banho e me visto com pressa, não me arrumo muito já que a qualquer momento se ele subisse aquela escada eu estaria destinada a momentos desagradáveis os quais não conseguiria fugir. Pego minha mochila e a prendo nas costas antes de abrir a janela, olho para baixo onde havia o gramado e passo meus olhos pela lateral da casa.

Quando eu era menor descia muito pela calha, mas isso já faz tempo, então espero que não haja problemas em descer por aqui hoje.

O que uma pessoa medrosa não faz...

Coloco um pé e depois o outro com total medo e receio, mas antes de tudo me seguro com força aste da janela antes de começar a descer. Assim que vejo que estou na metado do caminho, eu pulo e pouso sobre a grama antes de correr para fora do pátio e ir em direção à rua, mas paro assim que o carro conhecido para em minha frente.

— Carona? — O vidro se abre e eu foco meus olhos nos olhos azuis que me fitavam com frieza.

— Prefiro ir andando! — ingado voltando a caminhar.

— Então ao chegar à escola vá direto à direção, pois chegará atrasada. — ele retruca e eu suspiro sem humor.

— Por que sempre complica as coisas, Andy?

— Estou tentando ajudar uma aluna a não chegar atrasada. Isso é complicar? Acho que é você que está complicando vicky. 

Olho para trás onde eu sabia que meu pai poderia sair e fazer um escândalo a qualquer momento e me dou por vencida antes de adrentar o carro. Fecho meu sinto de segurança e Andy da partida no carro em direção ao colégio.

— Não deveria beber como bebeu ontem.

Ele solta sua opinião e eu continuo com os olhos focados na rua.

— Você não sabe os perigos que correu, não sabe o que poderia ter acontecido se ao invés de Jacob te encontrar houvesse sido um babaca qualquer no lugar dele.

— Onde quer chegar, Andy? — Questiono sem paciência.

— Christopher estava lá, era para ele que queria se mostrar, vicky? — ele indaga irritado.

— Oh você não imagina o quanto! — reviro os olhos brava.

— Isso é sério? Vai ficar fazendo merda da sua vida agora? Ficar em perigo sem motivos e ficar com qualquer garoto? — ele questiona irritado.

— O que você tem a ver com a minha vida? Você fala como se você se importasse.

— Eu me importo, porra!

O grito dele ecoa no carro.

— Acha que eu gosto de ver você em perigo? Acha que gosto de vê-la desmaiada ou de ficar sendo informado que você está com outro. — ele indaga indignado parando o carro — eu me importo com você, não haja como se eu não me importasse porque eu me importo!

— Pois você deveria se preocupar com a sua esposa e não comigo! — as palavras fogem da minha boca.

— Laurie e eu, nós n-...

O interrompo antes que ele termine. Eu estava cansada, detonada da noite passada e da quase discussão com o meu pai pela manhã, é como se tudo estivesse nos meus ombros e eu precissase parar com pelo menos aquilo.

— Não preciso de explicações, Andy. Você é casado, e pior o pai do meu melhor amigo, meu diretor e vizinho. Não preciso que você me de explicações.

— O que quer dizer? — Ele franze o cenho.

— Quero dizer que é melhor assim, sem nós, sem tudo isso...

— Não!

— Sim!

— Não! Que porra é essa, você  vai simpl-...

— Eu tô cansada de ser a porra de uma vagabunda que ganha migalhas de você. — Esbravejo — Não posso simplemente ficar agindo normalmente enquanto estrago a porra da família do meu melhor amigo.

— Você não estragou nada. — Ele nega freneticamente — Eu a beijei, eu a quis, eu-... porra, eu e Laurie, nós n-...

— EU DORMI COM O SEU FILHO! — Grito em um estado de pânico como se duas toneladas saissem de cima de mim.

Mas eu não sabia que o pior estava por vir, a angústia de olhar para Andy e o ver descobrindo a verdade.

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⏰ Last updated: Jun 28, 2023 ⏰

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A vida profana de Vicky Where stories live. Discover now