𝟐𝟏 | 𝐋𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐎 𝐓𝐈𝐓𝐄

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Saio dali e vou em direção a cozinha.

Abro a geladeira, pego dois ovos e manteiga. Abro o armário, pego uma frigideira e vou até o fogão. Acedendo o fogo, colocando a manteiga pra derreter e fritando os benditos ovos.

— Ela 'tá bem? — pergunta minha irmã, vindo até a cozinha quando os ovos já estão prontos e eu estou preparando o pão com maionese. — Os remédios ajudaram?

— Eu espero que sim — digo com esperança. Ver a Luanna mal foi horrível. — Quando sai do quarto ela estava com dor de cabeça e enjoada.

— Não acha melhor levá-la num hospital? — minha irmã pergunta e posso ver a preocupação gritando em sua expressão. — A bebida pode ter prejudicado o sistema imunológico dela.

— Ela me disse que não comeu nada ontem. Só bebeu.

— Meu Deus, então é bom preparar dois pães.

Quando menos imagino minha irmã já está com a mão na massa, cortando um pão, passando manteiga e colocando presunto e queijo que achou na geladeira.

— E ela te deu uma explicação sobre ontem? — Dhiovanna volta a falar, perguntando o que talvez esteja fritando seu cérebro.

Eu desabafei meus sentimentos para minha irmã sem querer. E agora ela pensa que Luanna sente o mesmo por mim. Por isso o que ela fez ontem não faz sentido pra Dhiovanna. Não quando ela imagina que os sentimentos por mim de Luanna são verdadeiros.

— Disse que é uma mulher solteira e pode fazer o que quiser — informo, enchendo o copo de suco de laranja e caçando uma bandeja pra levar essa comida lá pra cima sem derrubar.

— Mas por que ela escolheu justamente seu melhor amigo? Ela sabia?

— Sim. Queria me provocar.

Dhiovanna me olha com as sobrancelhas franzidas enquanto tenta entender as coisas. Eu continuo com minha fala:

— Ela me disse que se eu não quiser que ela não pegue as pessoas, que eu coloque uma aliança no dedo dela.

Dhio sorri do que digo e assente com a cabeça.

— 'Tá esperando o quê?

— Pra assumir o relacionamento?

— É, porra! — minha irmã concorda, colocando o pão em cima da bandeja junto com o restante da comida. — Você não gosta dela?

— Fala baixo — peço olhando ao redor para saber se tem alguém por perto. Eu não contei ao Fabinho sobre o que sinto e muito menos pro Matheuzinho. Os dois devem suspeitar, mas nada foi dito da minha boca.

— É quase óbvio pra todo mundo que você gosta dela, não precisa de muito esforço para saber.

— Eu não posso assumir um relacionamento agora.

— Por que?

— Porque... — hesito, confuso demais com esse assunto. — Porque eu mal conheço essa menina. A gente não 'tá nem a um mês juntos, Dhiovanna. Namorar assim do nada é muito desespero.

— Então não reclame se ela pegar metade do mundo, incluindo seus parceiros de time.

Fecho a cara porque pensar no assunto me deixa nervoso demais.

— Tem como a gente não falar nisso? Por favor?

— 'Tá. Vá alimentar sua amada.

Ofereço um sorriso amarelo e saio da cozinha, levando a bandeja junto comigo e subindo até o andar de cima, onde entro no meu quarto e encontro uma Luanna apagada no travesseiro.

HOTEL CARO ━ gabigolWhere stories live. Discover now