𝟐𝟎 | 𝐃𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐄𝐍𝐃𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎

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Fecho os olhos por um momento e quando os abro de novo, Gabriel está com uma cartela de comprimidos numa mão e um copo de água na outra. Me ajeito no travesseiro e tomo o remédio.

— Como... — limpo a garganta devolvendo o copo e a cartela pra ele que rapidamente coloca em cima da cômoda ao lado e se senta ao meu lado na cama. — Como eu vim parar na sua casa?

— Você deu PT ontem, Luanna.

Puta que pariu. Era só o que me faltava.

— Desmaiou no braço do Matheuzinho, depois acordou falando bosta e eu tive que te socorrer — ele completa, me deixando muito desconfortável e envergonhada.

Porra, eu não devia ter bebido demais.

— Que tipo de bosta eu falei?

— Coisa de bêbado — ele responde dando de ombros pra minha pergunta. — Nada que deva se preocupar. Mas Matheuzinho vai ter que comprar uma camisa nova.

— Eu vomitei nele? — pergunto chocada demais.

Alguém me dá um tiro? Não acredito que passei essa vergonha.

— Você deu muito trabalho, Luanna. — Gabriel me olha e seu olhar é tão intenso e preocupado que faz meu coração se apertar. — Por que bebeu tanto? Sua amiga me disse que foram mais de dez copos de gin. Ficou maluca?

— Eu queria espairecer — minha defesa não parece boa o suficiente para convencer alguém. Muito menos o Gabriel. — E como você conseguiu falar com a Yasmin?

— Fui atrás dela.

— Por que?

— Porque eu precisava saber quem tinha te levado pra uma boate e te largado lá. E eu precisava saber em que estado você estava antes de chegar. Vai saber se você usou alguma droga.

— Porra! — Bufo. Nem me importo mais com o fato de ter passado vergonha. Gabriel acaba de foder com tudo. — Você contou a Yasmin sobre a gente?

— Eu tive que contar.

— Teve? — arregalo os olhos ao perguntar e o esforço me faz sentir uma dor que eu rapidamente ignoro.

Foda-se ressaca agora.

— Luanna, eu precisava saber o que você tinha usado.

— Gabriel, você não podia contar a Yasmin sobre a gente. Ela não sabia!

— É com isso que você 'tá tão preocupada? — ele eleva o tom de voz, franzido o cenho. — Você deu PT, caralho. Queria que eu fizesse o que?

— Que você não explanasse o que a gente tinha pra alguém que você não conhece.

— Minha única preocupação era em te ajudar.

— Eu não pedi a sua ajuda — digo sem pensar. — Que me deixasse lá! Seria melhor.

— Puta merda. Você é muito ingrata, Luanna — ele balança a cabeça inconformado e se coloca de pé para se afastar de mim.

— Ingrata? Você sumiu por quase uma semana, Gabriel! — O lembro, mantendo minha voz firme e me sentando na cama. Estou nervosa demais para ficar deitada. — Depois aparece na porra de uma boate e acha que tem o direito de contar pra Yasmin, que você não conhece, o nosso rolo.

— Eu não sumi, Luanna. Só estava chateado.

— Pela merda de um post de fofoca mentiroso? — pergunto indignada que minha teoria sobre seu sumiço tenha sido verdadeira. — Você acreditou na porra de um perfil de fofoca!? Você viu que eles desmentiram o post? Eles apagaram aquele porra!

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