「 𝟏𝟖 」𝐎́𝐃𝐈𝐎 𝐎𝐔 𝐒𝐀𝐋𝐕𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎

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Toda a corte ignorava a existência dele. Afinal, por que eles iriam bajular um príncipe que não tem nada a oferecer?

Ele era o terceiro na linha de sucessão, ou seja, as chances dele ser rei eram praticamente nulas. Ele não tinha poder, e seu nome mal era lembrado.

Exceto Alyssa.

Ele a amava naquela época, e perdê-la foi a maior decepção da vida de Aemond. Por isso o ódio.

Se colocando no lugar do príncipe, ele via Alyssa como se ela tivesse o enganado todo aquele tempo, afinal, o que ele ofereceria a ela? Na cabeça dele, a princesa ria por suas costas com o quão patético ele era.

Mas naquele momento, não importava o quanto ele já amou Alyssa Velaryon. Ela havia matado sua irmã, e ele a puniria por isso.

Uma pequena parte do castelo teria sido supostamente saqueada por um grupo de ladrões, que se aproveitaram da movimentação do baile para invadir a Fortaleza Vermelha sem que fossem sequer notados pelos guardas ou servos.

Então, eles colocaram fogo na ala oeste para ocultar o que foi de fato roubado. Entretanto, ninguém sabia que a princesa Helaena Targaryen estaria lá, junto de seus três filhos e de sua serviçal.

Os cinco corpos foram encontrados, torrados pelo fogo. Duas mulheres e três crianças.

Aemond não acreditava naquela ladainha sobre um assalto ou assassinato culposo. Ele viu a face assustada de Alyssa quando ela retornou ao salão de banquete. Ele viu a culpa que suas íris violeta carregavam.

O príncipe se lembra de Alyssa fazendo milhares de perguntas sobre Helaena.

"Sua irmã não está tranquila, resolva os problemas dela, ou eu irei resolver. E talvez você não goste do meu jeito de lidar com as coisas."  Aquelas foram as palavras da princesa.

Aemond a mataria se ela tivesse sido mesmo a culpada pela morte de sua irmã e de seus outros sobrinhos.

O castelo estava um caos, os nobres do banquete ainda permaneciam no castelo, a fumaça ainda pairava sobre a atmosfera e o cheiro de carne queimada ainda predominava.

Naquela noite, Aemond obviamente não dormiu. Enquanto o corpo de sua irmã era preparado para um velório, ele esmurrava o espantalho de palha em seu quarto para tentar descarregar a dor emocional que sentia.

A camisa do príncipe já se foi a tempos, ele estava lá a horas, suado e exausto. Seu corpo mal se mantinha de pé, mas sua mente trabalhava como um turbilhão de emoções.

O ódio enchia o coração do príncipe, ódio e tristeza.

Aemond não viu ela se aproximar. Mas sentiu sua presença assim que Alyssa esticou o braço para tentar tocá-lo.

Ele a atacou, tentando desferir quaisquer golpes em direção a princesa.

Alyssa não era uma guerreira. Ela lutava, de fato, mas ela dominava mais a arte da espionagem que aprendeu com Holder, do que a arte da guerra que seu pai e Hakor tentaram lhe ensinar.

A princesa era boa em desviar, seu corpo leve permitia que ela se movimentasse mais rápido e evitasse os primeiros golpes de Aemond.

Ela não sabia se ele a atacava porque sabia que era ela, ou porque o capuz que usava a fazia parecer um desconhecido.

Mas Aemond consegue agarrar a princesa, ele a derruba no chão mas foi puxado junto com ela. Seu corpo está em cima do de Alyssa, ele se apoia e prende as mãos da princesa acima de sua cabeça.

Os fios de cabelos longos do príncipe encostam nas bochechas de Alyssa, que pode sentir o calor de Aemond como jamais sentiu antes.

— Eu sabia que você era uma vadia assassina, mas parabéns, ultrapassou até mesmo os seus limites essa noite — Aemond murmurou ofegante, com o rosto extremamente perto do de Alyssa — Quero que você diga.

PRINCESS OF CHAOSWhere stories live. Discover now