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Depois que o primeiro grupo saiu do palco, eu e Sarah já tínhamos tomado 2 baldes de cerveja.

Já sambei até me acabar e como cansei de sambar, disse pra Sarah que ia descer um pouco pra respirar.

Por que querendo ou não, lá é bem abafado, por mais que seja ao ar livre.

Pego uma cerveja e desço deixando a Sarah lá sozinha que rapidinho vai se agarrar a alguém.

Vejo alguns casais se agarrando e fico de costas, Deus me livre ficar olhando, a carência bate rapidinho e aí fode tudo.

- Com licença, tu tem isqueiro? - Alguém me chamando tira a minha atenção do meu celular e eu olho pra pessoa.

Puta que pariu.

- Não, eu não fumo. - falo e a pessoa se aproxima.

- Eu também não, é por que vi você sambando lá em cima e não sabia como chegar em você. - A pessoa diz e me leva a dar um sorriso. - Você samba muito, com todo respeito.

- Obrigada.. - Falo com um sorriso no rosto.

Com todo respeito, mas ele é um gato. Puta que pariu.

- Tu tá acompanhada? - ele me pergunta e eu nego. - Bom pra mim. - Ele diz e eu dou uma risada.

- E por que seria bom pra você? - Pergunto e tomo um gole da minha cerveja.

- Por que talvez você possa estar acompanhada agora? - Ele arrisca e é inevitável dar um sorriso. - Satisfação, Bruno. - Ele diz e estende a mão pra mim.

- Satisfação, Gabriela. - Falo apertando a mão do mesmo. - Vamos subir? - Pergunto me referindo ao pagode.

- Bora. - Ele diz e eu logo subo a escadinha e ele sobe atrás de mim.

Sarah continua no mesmo lugar e quando me vê acompanhada do gato que eu tô, falta pouco ela sair saltitando.

- Sarah, esse aqui é o Bruno. Conheci lá em baixo. - falo e ela aperta a mão dele. - Bruno, essa aqui é minha única amiga Sarah.

Ela me puxa de lado enquanto ele vai ao bar pegar mais um balde.

- É Deus no céu e ele na terra. Puta que pariu, Gabriela. - Ela diz e eu dou uma risada.

- Concordo. - Falo e ela ri.

Vejo ele voltando com um balde de cerveja e logo o grupo volta pro palco.

- Voltamos hein galera, algum pedido especial? - Ele pergunta e um monte de gente levanta a mão, eu inclusive.

O vocalista aponta pra mim e dessa quase que eu saio saltitando.

- Eu estive aqui da Ludmilla. - falo e ele sorri.

- Boa pedida, bora lá. - Ele diz e logo começa a tocar. - Hoje ninguém vai estragar meu dia
Só porque acordei na sua companhia
Nem vem com estresse de família
Que os boleto lá de casa já tá tudo em dia... - Ele canta e eu me empolgo.

Bruno fica só me olhando, parece mais que ele tá me admirando ou sei lá,  enquanto eu abro mais uma cerveja.

- Eu vou sair com os amigos sem ter hora pra chegar
Passo tudo no cartão, mas nem sei como vou pagar
A minha morte, olha, eu não sei quando vai chegar
Tenho pressa de viver, eu tô aqui pra aproveitar! - Canto e quando chega a parte do "na na na na na" eu e Sarah cantamos juntas.

Nessa hora os instrumentos param e ele deixa o público cantar.

- Meus pais, meus amigos e tudo que eu deixar
Eu vivi, eu amei, eu sorri, eu chorei
Eu estive aqui.. Sai do chão, vai. - geral canta e eu começo a pular com a Sarah.

A música termina e geral aplaude. Me sinto feliz e meu sorriso vai de ponta a ponta, é ótimo curtir sem preocupação nenhuma.

- Essa é para os apaixonados... - O vocalista diz e o Bruno me puxa pra perto dele.

- dança comigo? - Ele me pergunta e eu assinto.

Ele cola meu corpo no dele e a música começa. Uma mão dele vai na minha cintura e a outra segura a cerveja, enquanto eu não seguro nele e seguro só a minha cerveja.

- Essa noite eu notei que você demorou pra dormir
Caminhou pela casa ligando a tv eu ouvi
Você sussurrando, chorando baixinho pra não me acordar... - O cara canta e junto dele o Bruno canta no meu ouvidinho arrepiando os cabelinhos que eu nem sabia que tinha.

A música rola e me afasto um pouco do Bruno olhando nos olhos dele, até que ele me puxa e me beija.

O beijo é lento e calmo, uma delícia que me faz ficar com um fogo do caralho.

A música acaba e assim como ela, eu paro o beijo devagar dando selinhos na boquinha dele.

- Eu preciso... Preciso ir ao banheiro. - Falo não me aguentando.

Tô apertadíssima e só tava me segurando por que como eu tô bebendo, quando eu vou a primeira vez, eu vou a cada cinco minutos.

- Quer companhia? - ele me pergunta rindo e eu dou uma risada.

- Bestinha você né, dá licença viu. - Falo e deixo a cerveja na mesinha.

E vou em direção ao banheiro.

Quando vejo a fila tá enorme e eu tô apertada para um caralho.

- Qual foi? - Alguém fala atrás de mim me dando um susto. Me viro e vejo ser o mesmo segurança que abordou a Sarah. - Patrão disse que se tu quiser pode usar o banheiro do camarote. - Ele diz e eu olho sem nenhuma paciência pra ele.

- Manda seu patrão ir se fuder. - Falo e o garoto rir.

Olho pra fila de novo e quando o garoto vira as costas, eu chamo ele.

- Ô menino? E aonde é esse banheiro? - Aliás, é só um xixi, né? Que mal tem.

Bruno, 28 anos.
Médico no upa.

Envolvida no TráficoWhere stories live. Discover now