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•Dia 7 de abril

Sophia Alves Smith

Já se passou 1 mês que moro aqui em Nova York, tudo segue normal, meus sintomas continuam, eu já fui em 3 consultas, e já fiz 4 exames, os resultados já saíram, hoje seria o dia de ir no médico pra Dr.Zoey analizar os mesmos e finalmente descobrir o que tenho, Isa parece preocupada ultimamente, não sei do que se trata, as vezes ela fala com papai por ligação, mais nunca me diz o verdadeiro porque, eu, Alice e Vick nós falamos todos os dias, e nossa amizade permanece intacta, já sobre Miguel, depois da live, nós não conversamos muito, mesmo eu querendo muito falar com ele, mais não tenho coragem de enviar mensagem, na verdade acho que ele nem se lembra de mim ao certo, nunca mais nos falamos nem nos vimos. Então já era pra eu ter esquecido ele, não? Nem temos mais contato, porque eu ainda penso nele todo santo dia?

— Sophia! Sophia! Sophia!— Olivia vem até mim animada com algumas folhas nas mãos — Eu tenho uma novidade incrível pra você!— ela fala e eu fecho meu armário e a olho

— Diga Bela — falo

— A escola promoveu um evento-

— E o que isso tem ave comigo?— pergunto

— Deixa eu terminar de falar! A escola promoveu um evento com o teatro mais conhecido aqui de Nova York, é um teatro musical Sophi!— ela diz e eu sorrio

— Quer dizer que eu vou poder-

— Tem as audições— ela fala e eu desfaço  meu sorriso— mais você canta muito bem, é claro que vai passar!

— Só não se esqueça que eu também farei audições lindinha — Charlotte fala e eu me viro vendo ela com um sorrisinho, insuportável!

— Ela nem chega aos seus pés— fala Olivia me puxando para o refeitório — esses são os papéis das garotas da peça, vou te entregar essas cópias pra você treinar, o dia da audição vai ser nesta quinta— ela fala

—  Que horas e aonde será?— eu pergunto

— Será as 17h, aqui na escola mesmo— ela fala e eu assinto

Depois de conversar com Olivia chegamos no refeitório

— Ela já te falou a novidade?— ele pergunta sorrindo e eu assinto— Ótimo! O que vão querer?

— Sanduíche de frango, batatas e suco de morango — fala Olivia

— Nossa filha, não tem comida na sua casa não?— pergunta o garoto e a morena manda o dedo do meio para ele — e você cinderela?

— Tô sem fome— eu falo e ele arqueia uma sombrancelha

— Se comeu antes de vir pra cá?

— Aham— minto

— Ok então, já volto— ele fala saindo

— Eu vou no banheiro, já volto — falo e Olivia assente encarando o celular

Me levanto e sigo até a porta do refeitório, sigo o enorme corredor e vou até o banheiro, entro em uma cabine e me sento no vaso, pego uma cartela de remédio do meu bolso e engulo duas pílulas, depois pego meu celular vendo a data

7 de Abril

O dia em que eu perdi a pessoa que eu mais amava, o dia em que eu perdi todas as minhas esperanças, toda minha vontade de viver, o dia que minha mãe faleceu, sinto lágrimas se formarem nos meus olhos assim que revejo a cena dela no caixão, sou desperta de meus pensamentos pela vibração de meu celular, pego o mesmo e vejo uma ligação, era de Vick e Alice, não iria atender nesse estado, então apenas desliguei o celular afundando meu rosto em minhas mãos que estavam geladas, sinto uma pontada próximo a minha cintura, quando me levantei pra sair do banheiro novamente senti a pontada, e a cada passo que eu dava, mais pontadas eu sentia, me olho no espelho e eu estava com aquelas manchas novamente, me sento no banquinho que havia ali e espero a dor passar, o que estava demorando

Miguel Cazarez Mora

Um mês, na verdade um mês e alguns dias em que conheci ela, depois da live que fiz, parece que nos afastamos, nem temos contato, eu nunca a vi novamente, era pra ela já ter saído dos meus pensamentos, certo? Certo. Mais ela não saí! Eu penso nela todo santo dia, é como se minha mente tivesse tirado uma foto dela e colado em meu cérebro, a imagem de seus olhos azuis brilhantes sempre se repete em minha cabeça, e eu estranhamente não quero que isso pare, mais eu queria falar com ela, rever ela

— Vamos?— Josh me chama e eu o encaro fechando meu armário, saio da academia de boxe e vou em direção ao carro de minha mãe

— Oi filho, como foi?— ela pergunta e eu entro no carro

— Foi de boa, nenhuma novidade — falo e ela da partida

— Sexta é aniversário da sua tia— ela fala e eu a olho

— Tia Carol?— pergunto e ela assente sorrindo

— Vamos passar duas semanas lá,  vamos sair daqui quinta às 7h ok?— ela fala e eu assinto

— Estava com saudades dela, faz o que, uns 2 anos e meio que eu a não vejo?— pergunto e minha mãe ri

— Sim Miguel, também estou com muita saudades dela— minha mãe diz — arrume sua mala hoje a noite ok?

— Ok

Sophia Alves Smith

Mãos suando, pés batendo rapidamente contra o chão, respiração acelerada, e coração disparado, é assim que me encontro sentada no sofá de espera do hospital com Isa ao meu lado encarando seriamente os papéis de meu exame

— Sophia Alves Smith — uma voz calma fala e eu levo meu olhar pra ela, a mulher negra de cabelos lisos e negros me chama

Eu e Isa nós levantamos e seguimos até sua sala de consulta, o ar estava gelado, e o silêncio era o que estava presente, eu e minha irmã estamos sentadas nas cadeiras de frente para mesa da Dr.Zoey que passava os olhos sobre as 4 folhas que estavam em suas mãos, após ler a última folha ela ponha a papelada sobre a mesa e encara eu e minha irmã

— Era uma das possibilidades que estavam em minha mente— ela fala cruzando suas mãos e apoiando seu queixo sobre as mesmas

— E qual foi a possibilidade?— pergunto

— Você foi diagnosticada com...— ela olha para minha irmã e eu faço o mesmo, Isa estava com os olhos cheios de lágrimas, eu franzi o cenho confusa— Lúpus, Sophi— olho para Zoey que me olhava com seriedade e pena ao mesmo tempo, olho novamente para Isa que agora afundou seu rosto em suas mãos, ao escutar isso, foi como se tudo desabasse, como se meu mundo estivesse chegado ao fim

Lovers •Miguel Cazarez Mora•Where stories live. Discover now