— Custaria muito — ela responde juntando as mãos, ereta.

— Eu acredito muito pouco nas suas intenções — ele se aproxima de mim e pega a minha mão. — Vamos.

— Virgo eu preciso que você entenda que as coisas não são como está pensando, juro que não é isso — os olhos dela me analisam. — Antes que vocês tenham que ir embora, preciso dizer algo que sei que vai abalá-los.

— O que poderia ser pior do que ser rejeitado pela própria mãe? — ele questiona entredentes.

Virgo está furioso, imagino seus motivos, a mãe dele parece ignorar isso apesar de estar realmente nervosa com a situação.

— Talvez seja melhor irmos, não vejo problema — falo para ele. — Ficaremos bem.

— Não fique do lado dela, ela não merece sua compreensão, mamãe é cruel e preconceituosa, não entende a minha escolha e está agindo assim porque não se contenta pelo fato de termos nos casados.

— Quando o médico chegar provavelmente irá querer examinar Hielena, seu avô suspeita entenda, apenas suspeita de que alguém da governança quer fecundar ela com um embrião de um dos chefes maiores do Estado — revela ela de uma vez. — Seu avô prefere que fiquem seguros e longe de quaisquer ameaças.

— Quê? — indago em choque.

— Não devemos permitir que ela tenha contato com mais ninguém, quem sabe o que fariam se ela acabasse engravidando de outro homem? Levariam o bebê, tomariam ela para eles, usariam ela para politicar!

— Não iriam tão longe — pragueja Virgo secamente. — Não é possível, está fora de questão.

— Seu avô ouviu boatos, ele irá arrumar uma forma de se comunicar e explicar tudo, por hora é melhor que vocês vão embora.

— Irá mentir para alguém da governança?

— Claro que não, irei dizer que vocês partiram porque estão em busca de se realocarem com segurança, se caso me perguntarem sobre onde estão, não saberei de toda forma, seu tio tem ao menos sete casas na região leste.

Ele respira fundo, sinto que minha sogra só quer nos proteger e sou grata a ela a isso.

— Francamente não acredito muito no Oráculo, contudo, farei tudo o que puder para proteger aos dois — ela fala muito sincera. 

Me aproximo dela e pego o recipiente na minha bolsa, o ergo e deixo diante dela exibindo meu pequeno peixinho, Azula fica olhando para o peixe em silêncio, em completo choque, ela leva as mãos até a boca e continua incrédula diante do meu pequeno amigo.

— Este é Milagre, ele apareceu ontem no tanque, é vivo e come migalhas de pão — explico incerta. — Não sabemos de onde ele veio, mas ele apareceu e...

— Um peixe! — ela berra totalmente maravilhada. — Eu nunca vi um peixe em toda a minha existência.

— Agora está vendo — sorrio e entrego o recipiente para ela. — Tem que cuidar dele, não sabemos como poderemos já que é frágil, pode fazer isso para nós?

— Claro — ela pega o recipiente e o olha com lágrimas nos olhos. — Que belezura.

— É o meu presente para você, como voto de gratidão por nos ajudar — eu digo sem jeito.

— Eu não deixarei que ninguém o veja — ela responde e funga limpando as faces.

Não pensei que ela poderia reagir assim, Virgo segura a minha mão e começamos a sair do quarto. A deixamos no quarto abraçando o recipiente, com lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios.

Nunca pensei que me sentiria tão feliz em dar algo de presente a alguém.

— Tudo ficará bem — ele garante enquanto descemos os degraus da escada.

— Assim espero.




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