𝟎𝟒 | 𝐌𝐀𝐒 𝐐𝐔𝐄 𝐏𝐎𝐑𝐑𝐀

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Minha cabeça lateja mais forte. Porra. Porra, porra, porra, porra.

Meu olhar se afasta do corpo musculoso de Gabigol ou Gabriel, como eu o chamei durante toda a noite até pegar no sono.

Como isso foi acontecer? Por que fiz isso?

Sei muito bem lidar com o álcool. Não bebi até cair na noite passada. Não estava enrolando as palavras, tropeçando ou agindo feito boba. Sabia exatamente o que estava fazendo quando tomei a iniciativa e beijei o Gabigol mesmo dizendo que nunca ficaria com ele. Eu tomei a iniciativa. Qual é o meu problema?

Tudo bem. Tudo bem. Não é o fim do mundo.

Porra. Na verdade é, sim, o fim do mundo.

Estou falando do Gabigol, porra. Gabriel Barbosa do Flamengo. Eu sou palmeirense. Irmã de um jogador do Palmeiras. Minha família é fanática por esse time ao ponto de ser velada com a camisa do Palmeiras. Caralho. Se o Gustavo souber disso... Porra... Se o Veiga descobrir. 'Tô muito fudida.

Massageio as têmporas com a ponta dos dedos prestes a explodir e me forço a ignorar o homem dormindo ao meu lado.

Foi só uma noitada que eu me arrependo terrivelmente, mas arrependimento é coisa de gente fraca, como meu pai gosta de dizer. Hora de aprender com os erros e seguir em frente.

E é justamente isso que preciso fazer. Seguir em frente. Ou melhor, sair daqui. Sumir dessa cama, tomar um bom banho e fingir que a noite passada nunca aconteceu.

Armada com um plano, deslizo cautelosamente para fora do lençol jogado em cima da parte inferior do meu corpo. A cama range, e, imóvel, lanço um olhar de pânico na direção de Gabriel.

Ele ainda está morto.

Certo. Tomo outro fôlego e passo as pernas para fora da cama. Quando meus pés tocam o chão, Gabigol se mexe. Ele solta um meio gemido, meio suspiro. Então gira e, ai, meu Deus, eu vejo seu pau.

Um calor inunda meu rosto diante da visão.

Mesmo sem estar duro, é impressionante. É um pau e tanto. Grosso, grande. E eu pude tocar, lamber e senti-lo dentro de mim. O calor no meu rosto aumenta à medida que me lembro de tudo o que fiz com ele. Um gemido silencioso se forma em minha garganta.

'Tá bom, já chega de relembrar o que aconteceu. Preciso sair daqui. Não, primeiro preciso encontrar meu celular. Dou uma olhada ao redor e o vejo em cima da escrivaninha.

Digito a senha porque devo estar horrível demais para o Face ID não funcionar.

A culpa me atinge de todas as direções assim que vejo as mensagens não lidas de Veiga e Scarpa. Deus. Se eles soubessem o que eu estava fazendo enquanto me mandavam todas essas mensagens preocupadas ou até os pedidos de desculpa de Veiga.

— Volta pra cama, gata.

O susto me faz soltar um gritinho. Olho para a cama e vejo Gabigol se sentando, enquanto corre uma das mãos pelo cabelo de quem acabou de acordar, aqueles malditos cachos bagunçados mexendo com minha cabeça. Ele não parece nem um pouco grogue. Os olhos castanhos estão em alerta, e o corpo nu está... se transformando.

Sinto o rosto corar diante da visão de seu pau cada vez mais duro, então fito meus próprios pés descalços.

— Quer fazer o favor de se cobrir?

— Não foi isso que você disse ontem à noite... — O tom zombeteiro de sua voz me irrita.

— Não quero falar da noite passada — bufo, pegando o lençol de cima da cama e me cobrindo já que eu ainda estava nua e agora seus olhos estão me comendo. — Não aconteceu. Vamos esquecer.

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