O garoto no trem - 1° ano

20 1 2
                                    

Era 1 de setembro de 1971, Sirius Black, estava na plataforma 9¾ , pouco antes de embarcar no Expresso de Hogwarts para seu primeiro ano na escola de magia e bruxaria; naquela ocasião se despedia do irmão mais jovem.

Régulus, aos olhos de Sirius, era um garotinho pequeno e magro para a idade, os cabelos negros crescidos até abaixo da altura do seu queixo. Ele estava os deixando crescer como os do irmão mais velho. A diferença é que não havia nem um único fio fora do lugar, tudo estava perfeitamente penteado para trás, ao contrário dos de Sirius, que já estavam nos ombros e como de costume, em uma total desordem.

Isso era uma algo irônico que acontecia entre os irmãos Black, eles eram muito parecidos fisicamente, tinham o mesmo tom de pele alva e pálida; as maçãs do rosto e a mandíbula bem marcadas; os cabelos negros e os olhos azuis. Mas também eram muito diferentes em outros aspectos. Régulos tinha bons modos, suas roupas sempre estavam bem ajeitadas, era muito calmo e obediente. O filho Black perfeito. E Sirius? Sirius era uma decepção para família Black, ele não se importava com como se vestia ou com as estúpidas normas de comportamento dos Black.

Apesar de seus pais estarem sempre tentando 'Educa-lo' -- ou controla-lo -- Sirius era o filho rebelde que nenhuma família tradicional (bruxa ou não) gostaria de ter, muito menos a mais nobre e antiga Casa dos Black

Ups! Tento obrázek porušuje naše pokyny k obsahu. Před publikováním ho, prosím, buď odstraň, nebo nahraď jiným.

Apesar de seus pais estarem sempre tentando 'Educa-lo' -- ou controla-lo -- Sirius era o filho rebelde que nenhuma família tradicional (bruxa ou não) gostaria de ter, muito menos a mais nobre e antiga Casa dos Black. Mantinha os cabelos longos de qualquer jeito, gostava de ouvir discos rock trouxa escondido, pregar peças, um garoto respondão e desobediente.

-- Por favor, Sirius, não me deixe aqui sozinho. -- disse Régulos, tirando Sirius de seus pensamentos, que olhou para o garoto a sua frente, os olhos úmidos por medo de ficar sozinho em casa, apenas com a própria mãe. -- Me leve com você.

-- Me desculpe, Reg, já falamos disso você ainda não tem idade para ir á Hogwarts. -- disse enquanto acariciava a cabeça do caçula, bagunçando o seu cabelo, por causa da agitação, uma lágrima escorreu pelo rosto do menino. Ao perceber, Sirius o abraçou e acrescentou -- Será apenas por um ano, estaremos trocando cartas toda semana e estarei em casa para o natal. Você sabe que eu sempre vou te proteger.

-- Você promete? -- diz Régulos com um olhar esperançoso mesmo com as lágrimas ainda escorrendo dos seus olhos; ao afastar-se do abraço.

-- Prometo. -- disse Sirius sorrindo -- E lembre-se, faça o jogo deles, se seguir as regras, papai e mamãe não vão ter com o quê se incomodar.

Sirius protegeu seu irmão desde o dia que entendeu que sua família não era muito amorosa e tolerante, ainda que estivesse frequentemente quebrando as regras, cuidava para que seu irmão nunca se dispusesse com os seus pais e mesmo quando Régulos fazia algo errado, Sirius tomava a culpa para si e sofria os castigos dolorosos em seu lugar. Não permitiria que ninguém machucassem o caçula da mesma maneira que o machucavam. E esse ano seria a primeira vez que Régulus teria que lidar com a família sozinho.

Olhando por cima de sua cabeça, na extremidade oposta da plataforma haviam duas mulheres magras e de cabelos pretos, a primeira era sua tia Druella, a segunda e mais alta era sua mãe, Walburga. Ambas conversavam com as expressões esnobes habituais. Sirius olhou em volta, os pais ao redor se despediam de seus filhos de forma afetuosa, pesarosos pela separação. Ele amava sua mãe, mas sabia que ela jamais faria algo do tipo. Emoções eram uma fraqueza que não deveria ser exposta. O máximo que ele receberia seria aquele sermão sobre honrar a família Black e não envergonhar a sonserina, o qual ela já havia feito antes mesmo de saírem de casa.

Despedindo-se mais uma vez de seu irmão com um beijo na testa, Sirius pegou sua bagagem e se dirigiu a locomotiva vermelha. Ainda faltavam alguns minutos para a partida, mas Sirius gostaria de encontrar um bom lugar para ficar. Olhando pela porta uma última vez, viu que seu irmão já havia voltado para perto da sua mãe, que por sua vez enxugava as lágrimas do filho com olhar de desaprovação. Ele era um Black, não podia ser visto chorando em público.

Revirando os olhos, Sirius começou a andar pelo corredor do vagão, ele deveria ir se sentar com suas primas e outros veteranos da sonserina, -- muitos deles também seus parentes -- mas Sirius tinha outros planos. Seria muito chato passar as próximas horas ouvindo bajulações, já fariam isso pelo resto do ano quando ele entrasse para a sonserina. Sem contar Narcisa, gabando-se pela milésima vez por ter sido escolhida para ser monitora. Não. Nem pensar.

Assim, Sirius foi na direção oposta do corredor e andou até o final do vagão, onde encontrou um compartimento quase vazio, com exceção de um garoto que dormia encostado na janela. O garoto tinha cabelo castanho claro iluminando pela luz que vinha da janela, vestia um suéter verde e uma calça gasta dobrada nos tornozelos. Ele dormia tranquilamente abraçado a um livro de capa carmesim. Sirius gostou da paz que o garoto emitia e da tranquilidade daquele compartimento.

Guardou a mala e a gaiola de sua coruja de penas negros e sentou-se no banco à frente do menino. Olhando mais de perto, o garoto tinha pequenas cicatrizes nas mãos e outras três grandes que começavam na lateral do pescoço e terminavam na mandíbula. Seus cabelos estavam levemente bagunçados e seu suéter estava desfiado em algumas partes e o livro em suas mãos era de um tal 'Sherlock Holmes', que Sirius nunca tinha ouvido falar. Ele passou um tempo observando o garoto adormecido. Ele parecia tão cansado. A etiqueta no malão acima, no bagageiro, dizia impresso em tinta preta que seu nome era Remus J. Lupin.

 Lupin

Ups! Tento obrázek porušuje naše pokyny k obsahu. Před publikováním ho, prosím, buď odstraň, nebo nahraď jiným.
Á G A P E Kde žijí příběhy. Začni objevovat