— Sei lá, Hans, eu não quero saber, de verdade.
— Você me contou que deu um ultimato nele, pra ele se decidir e ele se afastou daqueles babacas.
— Sim, e daí?
— Então por que vocês não estão se falando de novo?
— Porque ele não veio falar comigo.
— E por que você não vai falar com ele então, japa?
— Já falei, porque ele não veio falar comigo!
— E você não pode ir falar com ele ao invés disso?
— Claro que não. Ele que errou, ele que venha falar comigo se quiser.
— Claro que ele quer falar com você, dá pra ver. — Hans sorriu e deu de ombros.
— Não afirme coisas por pessoas que você mal conhece.
— Tá bom, tá bom!
Na tarde de sexta, haveria um último jogo de basquete para comemorar o fim do ano letivo. Hans não foi, mas como eu não tinha nada pra fazer e amava basquete, fui mesmo assim.
Fui esperando que muita gente não estivesse presente, mas praticamente todos dos times foram.
— Tudo bem, Gael, respira. — sussurrei pra mim mesmo e respirei fundo. — Você não vai morrer só porque tá sozinho nessa.
Então, Corey e Troye chegaram.
— ...ou talvez vá.
Eles não falavam mais com Caleb, que chegou logo depois. Por mais que aparentemente não fossem mais amigos, ainda assim estavam no mesmo time.
Desviei o olhar e foquei no aquecimento do jogo.
Mais tarde, o jogo começou e não demorou muito para que eu tivesse o controle da bola.
Tudo o que eu queria agora era fazer a primeira cesta do jogo!
Ao tentar avançar para o outro lado da quadra, Caleb me barrou e me surpreendeu, quase conseguindo pegar a bola de mim. Insistindo, me olhou nos olhos com uma feição séria até demais.
— Vai me ignorar pra sempre? — ele sussurrou pra mim.
Eu não o estava ignorando! Ele nem mesmo sequer tentou falar comigo durante todos esses dias.
— O quê? — franzi o cenho.
Mal dava pra ouvir nossas vozes com as batidas da bola no chão da quadra e os tênis arrastando no chão ao nosso redor.
— Pelo menos você podia dizer não. — ele continuou. — Qualquer coisa, mas não me ignorar!
— Do que você tá falando!?
Ele tentou agarrar a bola de vez, mas aproveitei a atitude para distraí-lo e passar por ele. Corri até a cesta, que estava muito próxima, e me ergui o máximo que deu ao pular.
Acertei! A bola desceu pela cesta!
Caleb pulou logo em seguida, ou praticamente ao mesmo tempo que eu, me segurou na cintura e fez com que caíssemos feio na quadra com o puxão que ele me deu.
No chão, me recusei a olhar pra todas as pessoas que riam da gente. Eu nem mesmo estava incomodado com isso, mas com o que Caleb havia feito.
— Ei, ficou maluco!? — gritei pra ele.
Olhamos para o professor que havia assoprado o apito bem alto.
— Caleb! — ele gritou e abriu os braços. — Que isso, cara?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)
RomanceSegundo volume de "Quando o amor é pra sempre", "A história de Gael" conta a história do filho adolescente de Harrison e Scott. Já é 2022 e Gael está tendo algumas dificuldades para se adaptar a vida nova não só pelas consequências da pandemia, mas...
[15] contagem regressiva 🕗
Começar do início