[15] contagem regressiva 🕗

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— Sei lá, Hans, eu não quero saber, de verdade. 

— Você me contou que deu um ultimato nele, pra ele se decidir e ele se afastou daqueles babacas. 

— Sim, e daí?

— Então por que vocês não estão se falando de novo?

— Porque ele não veio falar comigo.

— E por que você não vai falar com ele então, japa?

— Já falei, porque ele não veio falar comigo!

— E você não pode ir falar com ele ao invés disso?

— Claro que não. Ele que errou, ele que venha falar comigo se quiser.

— Claro que ele quer falar com você, dá pra ver. — Hans sorriu e deu de ombros.

— Não afirme coisas por pessoas que você mal conhece.

— Tá bom, tá bom!

Na tarde de sexta, haveria um último jogo de basquete para comemorar o fim do ano letivo. Hans não foi, mas como eu não tinha nada pra fazer e amava basquete, fui mesmo assim. 

Fui esperando que muita gente não estivesse presente, mas praticamente todos dos times foram. 

— Tudo bem, Gael, respira. — sussurrei pra mim mesmo e respirei fundo. — Você não vai morrer só porque tá sozinho nessa. 

Então, Corey e Troye chegaram. 

— ...ou talvez vá. 

Eles não falavam mais com Caleb, que chegou logo depois. Por mais que aparentemente não fossem mais amigos, ainda assim estavam no mesmo time. 

Desviei o olhar e foquei no aquecimento do jogo. 

Mais tarde, o jogo começou e não demorou muito para que eu tivesse o controle da bola. 

Tudo o que eu queria agora era fazer a primeira cesta do jogo!

Ao tentar avançar para o outro lado da quadra, Caleb me barrou e me surpreendeu, quase conseguindo pegar a bola de mim. Insistindo, me olhou nos olhos com uma feição séria até demais.

— Vai me ignorar pra sempre? — ele sussurrou pra mim. 

Eu não o estava ignorando! Ele nem mesmo sequer tentou falar comigo durante todos esses dias.

— O quê? — franzi o cenho. 

Mal dava pra ouvir nossas vozes com as batidas da bola no chão da quadra e os tênis arrastando no chão ao nosso redor.

— Pelo menos você podia dizer não. — ele continuou. — Qualquer coisa, mas não me ignorar! 

— Do que você tá falando!?

Ele tentou agarrar a bola de vez, mas aproveitei a atitude para distraí-lo e passar por ele. Corri até a cesta, que estava muito próxima, e me ergui o máximo que deu ao pular.

Acertei! A bola desceu pela cesta! 

Caleb pulou logo em seguida, ou praticamente ao mesmo tempo que eu, me segurou na cintura e fez com que caíssemos feio na quadra com o puxão que ele me deu.

No chão, me recusei a olhar pra todas as pessoas que riam da gente. Eu nem mesmo estava incomodado com isso, mas com o que Caleb havia feito.

— Ei, ficou maluco!? — gritei pra ele. 

Olhamos para o professor que havia assoprado o apito bem alto.

— Caleb! — ele gritou e abriu os braços. — Que isso, cara?

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora