Ela fecha os olhos com calma e solta um suspiro.

- Você vai me contar oque está acontecendo?

"não, eu não vou" penso.

(...)

Um pouco depois, ouço batidas na porta do meu quarto.

- Blair? Sou eu, Jenna - arregalei meus olhos me virando para ver se era ela mesmo.

- Jenna - sussurro a olhando. Ela estava com uma pequena caixa da padaria que tinha meu croissant favorito.

- Continua deprimida por causa daquele cara desagradável? - ela entra se sentando ao meu lado na cama. - como você está? Trouxe seu croissant favorito.

- Acabada, da pra ver, não é? - digo ainda deitada. - Eu guardei tanto os meus sentimentos pra não causar algo maior que acabei me machucando.

- Oh minha amiga - jenna coloca a caixa na mesinha ao lado da minha cama e se deita junto comigo me abraçando. Apoiei minha cabeça em seu peito a abraçando também - Sabe aquilo que a Sophia diz pra Stella em TBP?

Sophia era o nome da personagem da Jenna em The Black Phone.

- Que a Stella era digna de todo amor do mundo? - pergunto.

- Aquilo não estava no roteiro, eu realmente quis dizer aquilo pra você. Eu sei como você se sente, eu me importei tanto com os meus amigos que quando eu precisei nenhum deles me ajudou. Eu juntei as migalhas que eles me davam até virar uma refeição completa. Mas eu merecia um banquete.

- Sinto muito.

- Eu acho que somos quem somos por diversas razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas - ela diz segurando o meu pulso e acariciou minha tatuagem com o dedão.

Ela se estica um pouco e pega a caixa do croissant.

- Você precisa comer, nem que seja só um pouco. Sua mãe me disse que você não anda comendo bem.

Me ajeito na cama, pego a caixa e abro vendo o doce. Engoli seco, eu simplesmente não conseguia comer ele.

Respiro fundo e levo um pedaço até minha boca. Enquanto tentava comer, eu simplesmente comecei a chorar.

— 𝗝𝗘𝗡𝗡𝗔 𝗢𝗥𝗧𝗘𝗚𝗔

Quando entrei em seu quarto pude ver que tudo estava fora do lugar. Livros espalhados pelo quarto, poeira na penteadeira, coisas fora do lugar, um prato de sanduíche que só tinha apenas uma mordida e parecia que está a parado ali a um bom tempo. As cortinas estavam um pouco fechadas e sua cama estava totalmente bagunçada. Seu quarto nunca ficou assim, blair não gosta de bagunça.

Ela não estava bem.

- Continua deprimida por causa daquele cara desagradável? - entro em seu quarto me sentando ao seu lado na cama.

Embora tenha falado aquilo eu não julgo Miguel antes da hora, não antes de saber a sua versão. Mas ele tinha machucado a minha melhor amiga, então eu estava em meu direito.

- Como você está? Trouxe seu croissant favorito.

Conversamos um pouco, tentei fazer ela comer um pouco também, mas ela começou a chorar. Acho que ela tinha acumulado muita coisa desde que tudo aconteceu, e Miguel também não estaria diferente.

A abracei enquanto ela chorava, parecia uma criança chorona quando se frustrava.

Foi insuportável, tudo aquilo. Um segundo pior do que o outro.

𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐑𝐄𝐌𝐈𝐄𝐑𝐄 | Miguel Cazarez MoraWhere stories live. Discover now