Two • Underworld

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Harry não poderia pôr em palavras o que sentia. Em sua primeira manhã no submundo, ele sentiu o choque de realidade. Não havia os raios quentes do sol, as risadas das ninfas, Eros pulando sobre ele para acordá-lo. Absolutamente nada disso.

Ele se estirou na cama, era confortável, embora ele tivesse dormido bem pouco. Seus travesseiros e os lençóis novos eram tão quentes e macios quanto os que ele tinha antigamente no olimpo.

Oh, ele deveria parar de tentar comparar tanto as duas realidades distantes.

Havia um pouco de sol em sua janela, sobre suas cabeças uma claridão esquisita, era como um céu azul, mas sem realmente aquele astro brilhante. O que havia ali eram os restos dos raios solares que iluminavam as terras dos mortais.

Harry observou pela varanda, havia um movimento na frente do palácio, ele soube que apenas servos, ou seja almas não-más, vagavam por aquele local de relva morta.

A paisagem era tomada por um verde morto, tão apagado, como se tudo naquele lugar não visse um tanto de brilho a milhares de anos. Isso era muito triste de se imaginar.

Ao longe haviam os bonitos Campos Elísios, havia sim um verde vivo como de um bosque encantado ali. Ele gostaria de visitar depois.

— Senhor, seu banho quente está pronto — Harry pode ouvir a voz de alguma das criadas, atrás de si.

Normalmente as pessoas eram mais pálidas, com nenhuma vitalidade. Eram como fantasmas que não flutuavam.

Haviam outras criaturas no palácio? Haviam mais criaturas divinas ali? Ele gostaria de descobrir.

— Obrigado — Harry acenou, passando as suas mãos pelos ombros e empurrando o tecido de sua roupa manchada até o chão. Era a única que Harry tinha trago do Olimpo, a que estava em seu corpo quando fugiu.

Agora estava nu e nudez não era grande assunto para aquele povo.

— O senhor deseja privacidade ou podemos seguir o banho ao modo tradicional?

Oh, é claro. Ninguém ali havia estado tão próximo de um ser do olimpo, não sabiam como lidar com Harry.

— Ao modo tradicional, por favor — era como ele gostava, não era realmente admirador da solidão, em nenhum aspecto.

Ele andou vagamente até o cômodo ligado ao seu quarto e como era de se esperar, havia a banheira, do mesmo modo que também havia uma em seus aposentos no palácio de Afrodite. No entanto, lá tudo era iluminado.

Aqui, a cor preta dominava imensamente cada um dos cômodos e móveis. Era diferente.

Harry se acomodou dentro da banheira, a água era morna, mas algo indicava que a minutos atrás sua temperatura estava ainda mais alta. Ele deitou sua cabeça na borda e relaxou, fechando seus olhos.

Como de costume, as servas despejavam sabonete sobre sua pele e o lavavam. Era tão natural, sequer pensavam na perversidade ao realizar o ato. Harry era um deus, teria de ser tratado como um.

Estava tão perdido em seus pensamentos, que não notou anteriormente a visita de duas criaturas que o observavam desde a entrada, notando como este parecia cômodo com o banho.

Ambas se aproximaram, uma delas chamando a atenção de Harry com um pigarreio. Ele abriu os olhos preguiçosamente, ainda indisposto a esta hora da manhã.

Duas belas ninfas, uma com cabelos cor de fogo e olhar escuro como uma noite sem estrelas. E outra com longos cabelos ondulados e negros, mas com um olhar semelhante ao puro favo de mel.

— Perséfone — a ninfa de olhos claros sorriu para ele — olá, sou Selene e esta é minha amiga Nefera. Gostaríamos de dar as boas-vindas a você.

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