— Você é de lua.

— Pra sua sorte, eu sou. Já pensou eu ficar implicando com seu namorado pelo resto da vida? Ia ter que escolher ficar com o seu namorado ou com o seu melhor amigo.

— Para de graça! 

Hans riu e eu também. 

Para minha infelicidade, no resto da viagem não pude nem sequer tentar contato com Caleb, já que Troye havia estragado tudo. Eu tinha planos até mesmo de perguntar sobre o MP3 dele e que músicas ele gostava...

Pelo menos me distraí conversando com Hans, especialmente sobre como seria esquisita a vida sem nenhuma eletricidade.

Chegamos na escola pela parte da tarde e descemos do ônibus. 

— Bom, então vou nessa. A gente se fala. — Hans se despediu de mim.

— Até mais, amigo.

— Até.

Fui andando até a saída percebendo que Caleb parecia muito bem ao conversar e rir com seus amigos de sempre, era aparente que ele nunca ia mudar e que eu estava me enfiando cada vez mais em uma enrascada muito, muito ruim.

Chegando em casa, conversei com os meus pais sobre como foi a experiência no acampamento. Às vezes, minha lingua coçava pra contar sobre Caleb e a certa aproximação que havia acontecido entre nós dois, mas a mesmo tempo tinha insegurança pra falar do assunto e acabar ficando tão otimista quanto meus pais ficariam. Num geral, me sentia desconfortável e despreparado pra esse assunto.

No dia seguinte de aula, tudo ocorreu normalmente. Caleb estava muito quieto e nem mesmo falou comigo, mais uma vez. Talvez porque aqueles dois urubus não saíssem de perto dele.

Também, Gael, por que você ficava igual um idiota esperando que Caleb viesse falar algo  sempre?

Na hora da saída, Chrissie veio até mim e Hans.

— Ei, meninos, ei, ei.

— Oi, Chrissie. — eu disse.

— Oi de novo, amor. — Hans deu um beijo na bochecha dela.

— Eu vim contar pro Gael do circo e chamar ele pra ir com a gente.

— Ah não, lá vem ela com esse assunto de novo... — Hans esperneou.

— Que assunto? — perguntei curioso.

— Não ficou sabendo do circo que tá naquela praça da cidade? — Chrissie perguntou. — Chegou ontem, eu acho, e eu quero muito ir. Eu gosto muito de circos.

— Não fiquei sabendo não... Na verdade, eu nunca fui em um circo. — ri.

— O quê!? — Chrissie ficou boquiaberta. — Eu não acredito!

— Ela cismou que quer ir. Isso é coisa pra criança, Chrissie... — Hans resmungou.

— Deixa ela, seu chatão. — empurrei o seu ombro de leve. — Vamos nós três e ponto final. Já está decidido.

— Ai, não... — Hans esfregou os olhos.

— Ai, Gael, vamos sim! Tenho certeza que você vai amar conhecer o circo, vamos essa noite! Por favor!

— Ai não, amor, hoje não.

— Vamos hoje de noite sim. Está perfeito. — concordei.

De noite, ao esperar pelos dois, ouvi a buzina.

— Vai lá filho, divirtam-se. — meu pai Scott falou alto da sala.

— Lembra de tomar cuidado sempre. — meu outro pai completou.

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Место, где живут истории. Откройте их для себя