第43章 (Cap. 43)

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Dei as ordens e creio que nada demais aconteceria...

— Nossa Felipe, tá cheiroso - me disse o Tino, o rapaz que já trabalhava pra nós há anos. Eu chamo de rapaz, mas ele é mais velho que eu.

— Tá mesmo, senti o cheiro lá de fora - disse a Manu, passando por mim e tirando a bolsa do ombro.

— Acham eu que exagerei? - comecei a levantar os braços e me cheirar pra ver se eu não havia passado perfume demais.

— Nada. Vai ver a freirinha?

— Ela não vai mais ficar aqui, foi transferida, mas antes de ir embora, ela vai me ajudar e não chame ela assim, parece que tá caçoando dela.

— Desculpe, chefe, não tá mais aqui quem falou - disse o Tino, indo colocar sua bolsa lá dentro.

— Eu não vou ficar, tenho que organizar umas coisas com... o Giovanni, um amigo meu que chegou recentemente na cidade, então não sei se volto hoje, talvez só para fechar. Posso confiar em vocês?

— Claro, chefe. Nós dois damos conta, então vai ficar tudo bem - disse a Manu.

— Bom, então, bom serviço para vocês.

— Tchau, Felipe.

Entrei no carro e olhei o horário, 9:33, o Giovanni vai arrancar minha cabeça. O trajeto foi rápido, da lanchonete para lá, levei só 7 minutos de carro, porém quando estacionei, o mocinho estava sentado em um dos degraus na entrada da varanda, com os braços cruzados sobre os joelhos e um bico que não tinha mais tamanho.

— Oi, lindinho.

— Lindinho uma ova, onde você tava, Felipe? São nove e quarenta! Nove e quarenta! Eu estou há uma eternidade te esperando, minha bunda já está até quadrada de tanto que fiquei sentado nesse degrau - disse ele levantando e vindo até mim.

— Que bunda? Tu tem uma? - ele fez que ia me dar um tapa, mas eu fui mais rápido e abracei ele, prendendo os braços dele próximo ao corpo — Isso tudo é saudade?

— Que mané, saudade! Você tá sendo um irresponsável! Dá pra me soltar?

Nisso, a Sakura sai na varanda da casa e me sorri. Gente, ela me sorriu...

— Oi, Felipe, bom dia.

— Bom dia, Dango - larguei o irmão e dei dois passos em direção à varanda.

— Dango? Por que tá chamando a minha irmã de Dango?

— Ciúmes?

— Te enxerga, bocó. E outra coisa, tu caiu dentro de um vaso de perfume?

— Por que? - olhei pra ele.

— Parece que tomou banho com um perfume.

— Você quer dizer que estou cheiroso?

— É sério, Felipe, vou dar um soco nessa sua cara. Vamos logo - ele passou por mim indo para o carro.

— Vamos para onde?

— Meu pai me deu um dinheiro, preciso comprar roupas novas, cortar o cabelo e comprar umas coisas e você vai me ajudar.

— Te ajudar como amigo ou ser seu chofer.

— Felipe, entra logo no carro e vamos.

Voltei para o carro e quando abri a porta, a Paula abriu a porta de trás do carro e entrou sentando-se. Olhei para o Giovanni, que estava com os cabelos em um coque tipo samurai e ele olhou pra mim e arqueou uma sobrancelha.

— A Paula vai com a gente? - perguntei baixinho.

— Pode perguntar diretamente pra mim, Felipe. Sim, eu vou com vocês, pois preciso ajudar o Giovanni a não escolher bobagens para comprar, como também preciso comprar uns livros que vou precisar.

𝕾ob o VéuOnde histórias criam vida. Descubra agora