𝕾ob o Véu

第5章 (Cap.5)

(1600 palavras)

VOLTEI NA vida de sempre, acordar as galinhas, fazer minhas higienes longe das outras. Assim como, me isolar. A única que ainda tinha algum acesso a mim era a Laura, já que dividíamos a cela.

Na tarde do terceiro dia, irmã Maria se aproxima de mim, que estava pra variar, limpando minha cela e diz:

— A Madre mandou lhe chamar.

— Meu pai?

— Não.

Minha sorte era que eu já estava terminando a faxina. Lavei as mãos e acompanhei a irmã.

Entramos e me deparei com o Felipe sério, de pé diante da janela.

— Mandou me chamar?

— Sim - ela me olhava do mesmo modo que o Felipe. Aquilo não era bom — Sente-se.

— Está tudo bem?

— Não. Joana, acaso você provou dos salgados que você fez pra mim? - perguntou o Felipe.

— Sim, por quê?

— Porque de todos os salgados, eu só vendi um. Estava tudo muito salgado. Tive que jogar todos fora.

— Mas eu provei e a irmã Celeste também.

— Tive meu primeiro prejuízo.

— Perdão, Felipe! - fiquei de pé e fui em sua direção — Eu vou te pagar por esse prejuízo, não sei como, mas vou. Talvez se a irmã permitir... - me virei para a Madre — Eu posso trabalhar pra você por alguns dias de graça.

Ele veio até mim e pegou em minha mão.

— Era justamente sobre isso que eu estava conversando com a Madre. Vou te dar o dinheiro da passagem - ele abriu minha mão e colocou algumas notas de dinheiro.

— Mas isso não é muito? - perguntei olhando o valor em minha mão.

Ele e a Madre começaram a rir. Olhei para a irmã Maria que me olhou de volta, também sem entender.

— O que é engraçado?

— Querida Joana, esse dinheiro é seu pagamento. A Madre, acertou comigo que ficará com uma pequena parte para ajudar com alguns custos.

— Eu não estou entendendo.

— Vendi quase tudo, resta muito pouco.

— Mas vendeu mesmo salgado?

— Não estavam salgados, foi uma brincadeira que fiz com você.

— Então vendeu bem?

— Tão bem que já trouxe mais material e quero encomendar mais um cento. Agora, quero que aumente na quantidade das empadinhas e diminua nos risoles.