— Tudo bem? — indaga ele afastando os cabelos para trás dos olhos.

— Têm peixes aqui! — exclamo maravilhada.

— Peixes? — Virgo me olha confuso. — Não, temos plantas artificiais.

— Mas eu vi um peixe — retruco. — Eu vi perto das algas.

— Não há peixes no planeta, muito menos em piscinas — argumenta ainda meio aéreo. — Deve ter sido impressão sua.

Franzo a testa e me chateio com a replica dele, Virgo me segura pela cintura e depois me afasta me dando as costas, me agarro as costas dele, passo os braços em volta de seu pescoço e as pernas em volta de seu tronco.

— Me mostre — pede.

— Está bem, vá naquela direção — indico o canto esquerdo do tanque onde tem alguns conjuntos de pedras. — Lá tem as algas e o peixe que eu vi.

Ele caminha pelo tanque e me seguro nele enquanto nos aproximamos do canto onde vi, ele me olha e indica o canto, concordo com um aceno de cabeça e ele prende a respiração, faço o mesmo, Virgo se abaixa e afundamos, observo o local enquanto ele vai mais fundo até que vejo entre as algas de plástico o pequeno peixe, mas diferente do que havia visto rapidamente é como se fosse algo grudado na pedra do tanque.

Estendo a mão querendo tocá-lo, lembrando nitidamente do pequeno peixinho que vi há apenas segundos, meus dedos tocam a pedra e logo em seguida, Virgo nos puxa subindo para a superfície, solto o ar conforme emergimos, me solto dele e me seguro na pedra da borda do tanque.

— É um fóssil — ele avisa. — Essas pedras foram removidas de alguns cantos próximos aos mares do Deserto de Viniet.

— Não é um fóssil — alego incrédula.

— Você viu! — responde chateado. — Não precisa ficar dando desculpas para me evitar.

— Eu não estou — estendo a mão e indico o pequeno ser vindo em nossa direção.

Ele vem devagar, as nadadeiras laterais de um tom azul escuro bem como sua cor, ele é tão pequeno, Virgo fica paralisado, sorrio e estendo a mão para meu pequeno visitante, ele se aproxima nadando tão rápido agora que me parece impossível de acreditar que esteja aqui.

Os peixes foram extintos há séculos, temos mares, mas eles não são habitáveis em nenhum sentido.

— Isso não pode ser — Virgo alega boquiaberto.

— Não? — sorrio e ergo a mão exibindo meu pequeno novo amigo na pequena bolha de água em minha mão.

Depois que falo o solto na água, o peixe nada para perto dele e fica por alguns momentos, depois vem na minha direção e mergulha mais fundo, vejo daqui as barbatanas brilharem em tons cintilantes enquanto ele para diante do meu ventre.

— Não devemos deixar que ninguém o veja — Virgo diz de imediato e começa a nadar rumo a escada da piscina. — Os tanques se esvaziaram em cinco minutos, irei pegar um copo para colocá-lo dentro, não deixe que ele saia pelo ralo.

— Está bem — respondo e estendo a mão.

O peixinho simplesmente vem, ainda maravilhada com sua chegada sorrio, ergo a mão com água e o peixinho vem junto, em questão de segundos Virgo retorna apressado com um copo ele pega água do tanque e o coloca diante de mim, ergo a mão e coloco o peixinho dentro, sorrio.

— Bem-vindo — digo me segurando a borda do tanque, olho para Virgo. — Como o chamaremos?

— Por enquanto de Milagre — ele diz me encarando profundamente maravilhado.

Sorrio e olho para o peixinho no copo.

— Bem-vindo, Milagre.





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