[5] parabéns, Chrissie 🎂

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Será que Corey e Troye também sabiam? Se sim, será que se importavam? Será que ao menos tentavam fazer alguma coisa pra ajudá-lo? Por mais que eu quisesse acreditar nessa possível bondade deles, estava muito relutante com essa ideia. Essa amizade não parecia de forma alguma, verdadeira. Aliás, nunca pareceu.

No dia de aula daquele professor que implicou com o atraso após o intervalo, notei que Caleb ia ao banheiro mais cedo do que costumava. 

Ou seja, ele não deixou de ir. 

Nem esse dia, nem nenhum outro.

Todos os dias eu pensei em ir atrás dele e falar alguma coisa.

Mas falar o quê? Como abordá-lo? Ele me odiava, nós nunca fomos amigos e nunca seríamos. Talvez se eu pedisse pra alguma outra pessoa ir falar com ele... 

Não sei, eu não sei, juro que não sei.

Eu estava ficando cada vez mais agoniado, nervoso, preocupado.

Nesses dias dessa semana eu não consegui focar nas aulas, nos estudos... E Hans dizia como eu estava aéreo e tão preocupado por causa de uma pessoa que "nem merecia que eu notasse sua existência".

Por mais que eu soubesse que Caleb sofresse calado não só nos banheiros, mas também internamente, escondia isso com seu ar de superioridade e valentia. Continuava a zombar de todos, sem deixar de fazer suas gracinhas de sempre, inclusive comigo.

Finalmente chegou sábado, o dia da festa de Chrissie.

A noite estava acabando de chegar à medida que o sol ia se pondo lentamente. 

Estava me olhando no espelho, notando mais na minha camisa rosa oversized, meu cordão da sorte e minhas bermudas jeans rasgadas. 

— Vai com seu tênis rosa também? — Meu pai Harry perguntou ao bater na porta do quarto e abrir um sorriso. — Vai combinar com sua blusa.

— Acho que eu vou sim. — Sorri de volta pra ele. 

— Filho... — disse ao se aproximar de mim e apoiar as mãos nos meus ombros. — Só toma cuidado lá, tá?

— Tá, pai. — fiz uma cara estranha pra ele. — Eu já sou bem crescido. 

— Eu sei, mas só pra frisar.

— Tá bom, tá bom.

Lembrei quandos meus pais implicavam comigo, de uma forma carinhosa, quando eu ia arrumar um "namoradinho" e coisas do tipo.

Até uma certa época atrás, eles acreditavam que eu ainda não havia beijado ninguém. Então, eles ficaram boquiabertos quando contei que já havia beijado alguns meninos em festas do tipo.

Obviamente não contei que já tive minha primeira vez também, com um amigo na época da minha antiga escola. Foi muito estranho... Eu senti sim, prazer, mas não era do jeito que eu esperava, já que eu não tinha sentimentos por ele apesar do carinho. Naquela época, eu gostava mesmo era do Luke. Depois que me mudei pra Arcata, nunca mais nos falamos e eu nunca mais tive nenhuma experiência sexual.

Meu pai Scott me levou de carro até a casa da Chrissie, me deixou logo na porta. 

— Já sabe sobre tudo o que a gente falou com você, né? — se referiu a ele e a meu outro pai.

— Sei, claro. Não se preocupa, sério!

— Qualquer coisa liga pra gente.

— Pode deixar. 

Ele me deu um beijo na testa e nos despedimos. 

Ao descer do carro, observei como a casa de Chrissie era grande. Havia pouca iluminação, somente algumas luzes coloridas dançando no interior e as lâmpadas com uma intensidade baixíssima pelos jardins. 

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora