[1] prólogo 🏫

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Foi difícil pra superar. Foi difícil passar tantas noites chorando e achando que eu nunca mais ia sair daquele buraco, mas consegui. Hoje só sinto um simples carinho guardado por ele e nada mais. 

Acabou que os meus pais estavam errados e a torcida deles também foi por água a baixo.

"Mas sei lá, Gael, não acho impossível acontecer algo do tipo não..." me dizia Hans em uma de nossas conversas sobre o assunto. Disse "Concordo com o seu pai Scott que é bem possível sim um nerd e um popular ficarem juntos." e riu. 

"Qualé, Hans. Isso só acontece mesmo nos chatos clichês de romance... Seja um casal hétero ou gay, ai, tanto faz!" 

"Então o que os seus pais tem é uma história de um clichê de romance?" ele perguntou.

"É." respondi e rimos. 

Meus pais e o meu amigo Hans também sabiam que eu não tinha feito muitas amizades no antigo colégio. As poucas que eu tinha feito eram superficiais, tanto que nem senti tanta falta dessas pessoas quando eu e minha família nos mudamos pra uma cidade longe. 

Eu era tímido, tinha dificuldade de fazer amigos. Também achava difícil eu me conectar com a maior parte das pessoas. Se eu fosse me comparar com os meus pais, diria que eu puxei muito mais o meu pai Harry. Sim, eu realmente era um nerd, um esquisito que só ouvia músicas que ninguém gostava e coisas do tipo. 

Hans era diferente de mim em muitos pontos assim como era igual em vários outros, mas é aí que está a graça. A nossa conexão funcionava em meio dessa montanha russa de diferenças e igualdades. Acima de tudo, sempre respeitamos um ao outro.

Meus pais, Hans e praticamente o colégio inteiro sabia da minha sexualidade. 

Uma vez contei pros meus pais quando beijei pela primeira vez em uma festa. Depois nunca mais comentei por tanta vergonha de contar essas coisas pra eles. 

Outros beijos com outros garotos eu comentei com Hans, que sempre estava interessado em qualquer fofoca ou coisa que eu tivesse pra contar. 

Mas esses beijos não passaram de beijos. Não houve paixão, não houve mais nenhuma história de amor ou algo do tipo além disso. 

Talvez um dia eu possa ter a chance de viver uma história de amor tão linda como a dos meus pais. Eu admiro tanto esses dois! Tenho muito orgulho de ser filho deles.

Hans mesmo me disse, uma vez, que "super ficaria comigo" caso ele se sentisse atraído por meninos, porque eu era "muito atraente em todos os sentidos" e que "o cara que namorar com Gael Lennox Miller vai ter muita sorte". 

Ai ai, esse menino é tão cômico. Não tem como não rir das coisas que ele fala. 

Eu sempre fico sem graça ao receber elogios. Seja de qualquer um. 

— Obrigado, japa. — Hans devolveu minha borracha.

Ele me chamava por esse apelido carinhoso devido a minha etnia. 

Por eu ser gay, sempre tinha um engraçadinho ou outro que caçoava de mim, mas por mais que as pessoas da minha turma não fossem meus amigos, mas sim colegas, eles me respeitavam e até me acolhiam ou defendiam, junto a Hans, em muitas situações de preconceito e homofobia.

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora