- Sim.

- Por que diabos você não disse nada?!- Madame Pomfey exclamou, parecendo escandalizada.

- Faria alguma diferença?- ele deu de ombros, movendo-se para se levantar da cama. Tom ficou em silêncio, avaliando-o com uma expressão ilegível no rosto.- Obrigado pela poção.- ele disse, sorrindo levemente. Fugindo antes que ela pudesse protestar.

Tom permaneceu sem falar enquanto eles voltavam para a Sala Comunal, embora Harry pudesse sentir seu olhar como um peso físico. A sala estava meio vazia agora. Ele se deixou cair em um dos sofás, ignorando os olhos curiosos ao redor que seguiam seu movimento. Ele ouviu Tom se acomodar ao lado dele, os olhos ainda estudando suas feições.

- É rude ficar olhando.- ele disse, irritado.

- Quanto tempo?- Tom questionou.

- Quanto tempo o quê?- ele perguntou, embora achasse que sabia o que Tom queria dizer.

- Quanto tempo dura a tortura?

- Vamos terminar nosso dever de casa?- ele respondeu com outra pergunta. Puxando um rolo de pergaminho de sua bolsa e uma pena, paralisando quando uma das mãos de Tom veio sobre a sua para parar seu movimento.

- Harry.- ele sussurrou. Os olhos de Harry se ergueram.

- Não é tão ruim quanto a coisa real.- ele respondeu, finalmente.- Ele não está realmente lançando a maldição em mim.

- Isso não responde à pergunta.- Tom apontou. Ele reprimiu a vontade de suspirar novamente.

- Não mais do que uma hora. A maioria de seus prisioneiros quebra antes dos trinta minutos.- Tom ficou em silêncio mais uma vez.

- Vamos.- ele disse de repente, levantando-se e pegando a bolsa e a lição de Harry que rosnou baixinho em aborrecimento, fazendo uma investida para pegar seus pertences de volta. Tom sorriu, desviando e indo para os dormitórios.

- Pelo amor de Deus.- ele murmurou, levantando-se para seguir o herdeiro da Sonserina. Uma vez nos dormitórios, Tom jogou sua bolsa no chão e, ignorando os olhares, arrastou-o para o banheiro para ter um pouco de privacidade. Harry cruzou os braços impacientemente.- E agora?- ele demandou.

- Dê-me seu braço.- Tom instruiu, estendendo a mão. Harry fez uma pausa.

- Por que?- ele questionou. Tom parecia estar resistindo a vontade de revirar os olhos, fazendo um gesto impetuoso para que ele seguisse a ordem.

- Vou ver se posso fazer alguma coisa sobre suas sessões de tortura noturnas.- Harry piscou. Não era isso que esperava. Quando ele não se moveu, Tom puxou o apêndice para si, arregaçando a manga e colocando a mão sobre a marca. As formas da lua crescente se transformaram na cobra, e a pele de Harry formigava. Com a outra mão, Tom fez um movimento em direção à sua cabeça.

- Ei.- Harry deu um passo inquieto para trás.- O que exatamente você vai fazer?

Tom suspirou de uma maneira longa e sofrida.

- Eu vou assumir o controle de sua magia para, com sorte, colocar um bloqueio mental temporário entre você e Voldemort.

- Você pode assumir o controle da minha magia?- Harry olhou para a marca com horror. Os lábios de Tom se curvaram em um leve sorriso.

- Só se você me deixar.- disse ele.- Você poderia?

Harry hesitou. Tom olhou para ele pacientemente.

- Se você jurar que está apenas fazendo o que disse que faria.- ele respondeu finalmente, depois de pesar os prós e os contras em sua cabeça.

- Claro.- Tom falou, lentamente.- Eu não esperaria menos de você. Sua confiança em mim é verdadeiramente inspiradora.

- Sim, porque não é como se você não fosse um bastardo arrogante e manipulador.- Harry retrucou. Tom sorriu, antes de ficar sério mais uma vez.

- Eu, Tom Marvolo Riddle, juro pela minha vida que, neste caso, só usarei a magia de Harry James Potter para tentar construir um bloqueio mental temporário em sua mente, até que ele possa fazer isso por si mesmo.- houve um brilho de magia, antes de afundar de volta sob a pele do outro.- Satisfeito?

Harry assentiu lentamente, deixando a mão de Tom encontrar sua cabeça. Houve um momento de silêncio e nada aconteceu. Tom olhou para ele, com um leve toque de diversão.

- O que?- Harry perguntou.

- Pare de me bloquear e relaxe. Eu não vou te machucar, você pode fazer isso? Respire fundo.

- Então você precisa de consentimento para assumir a magia?- ele confirmou novamente, sentindo-se aliviado. Tom encontrou seu olhar por um momento.

- Eu preciso de consentimento para assumir sua magia.- disse ele. A cabeça de Harry inclinou. Eles ficaram em silêncio novamente.

- Mas não a dos outros? Por quê?- ele questionou. Sua curiosidade estava borbulhando agora.

- Potter.- Tom disse, firmemente.- Estou tentando me concentrar aqui. Pesquise mais tarde.

- Você não pode simplesmente me dizer?

- Não.- Tom retornou.- Não seja preguiçoso. Pesquisar vai te fazer bem.

- Você pode pelo menos me dar uma dica de qual livro eu preciso?

- Auras. Níveis de poder. Agora cale a boca.

Harry mordeu o lábio, acalmando-se mais uma vez. Ele respirou fundo, então sentiu sua magia mudar. Seus músculos travaram com a tensão, e o aperto de Tom aumentou enquanto ele xingava baixinho.

- Calma.- o herdeiro da Sonserina murmurou, suavemente.- Você está lutando contra mim de novo.

- Eu não posso evitar.- ele retrucou.

- Então isso vai ser doloroso para você.- respondeu Tom.

Ele se encolheu quando sentiu a magia de Tom na sua, envolvendo-a e puxando. Parecia estranho e inferno, era uma agonia. Ele cerrou os dentes. Tom estava falando baixinho com ele, mas as palavras zumbiam em sua cabeça, então a dor se foi e ele estava à deriva...ele podia sentir a magia, mas não podia fazer nada.

Estremecendo com a sensação de vulnerabilidade e impotência que percorreu seu corpo com a falta de magia, ele se concentrou em respirar profundamente. Ele sentiu uma pontada de terror intenso. A cabeça dele estava latejando, então ele sentiu algo clicar. Um segundo depois, sua magia voltou e ele se afastou abruptamente de Tom, tentando não vomitar. Uma dor profunda, que ele nem tinha percebido que estava lá, pareceu ser aliviada. Ele olhou para cima depois de um momento para ver Tom encostado na pia, pálido com os olhos fechados.

- Tom, tudo bem?- ele perguntou, preocupado, endireitando-se. Os olhos de Tom não se abriram.

- Tudo, não se preocupe, herói.

Harry o estudou cuidadosamente, antes de perceber. Tom estava cansado, esgotado pelo que devia ter sido um uso pesado de magia. Ele sentiu uma onda de culpa e gratidão.

- Obrigado.- disse. Os olhos de Tom se abriram e sua boca se torceu em algo como um sorriso.

- Não aja como uma garota, Harry.

Harry sorriu. Depois de alguns segundos, Tom se endireitou como um profissional. Todos os vestígios de cansaço desapareceram, embora Harry sentisse que ainda estava lá.

- Se você me acordar, eu vou te matar.- Tom murmurou, saindo do banheiro. Harry sorriu para si mesmo.

Talvez Tom não fosse tão ruim quanto gostava de fazer parecer.

Mas ele ainda tinha apagado sua memória. E era um idiota manipulador.

Droga. Ele estava confuso.

O Favorito do DestinoWhere stories live. Discover now