Capítulo 24-Maldito sorvete

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O som do cascalho reverberando sob os pneus da grande caminhonete me fez perceber que ainda estavamos distantes das estradas de Virgin River, o suficiente para que meu corpo protestasse contra a posição que me colocoram. A respiração pesada de Antônio em um ritmo frenético irradiava por meus tímpanos enquanto estava hiperconsciente de cada parte de seu corpo colado ao meu. Seus braços fortes prendiam todo o meu corpo contra o seu e minha bunda estava precionada contra sua impressionante virilha, a tal ponto que, toda fez que entravamos em um buraco sentia seu fôlego se encurtar momentâneamente.

-Não acho que essa venda se faz necessária!-protestei mais um vez, esperando que de alguma forma qualquer um deles pudesse me ajudar. Tola!-Eu já disse que não conheço essa cidadezinha e não preciso ficar no colo como se fosse uma criancinha, eu não tentarei escapar!-argumentei em vão.

-Nós já ouvimos isso! Guarde seus lamentos para si...-replicou Antônio me prendendo ainda mais, como se a qualquer momento eu fosse escapar.

Bufei impaciente quando o carro passou por mais um buraco e me perguntei quanto tempo estavamos perambulando por aquela floresta. O gemido de protesto de Antônio me fez ficar alerta por um instante, quando em um rosnado baixo, precionou seus lábios em meus ouvidos:

-Não.se.mexa.porra!-murmurou pesaroso enquanto um de suas enormes mãos desciam para ladinar meu quadril em um aperto que irradiava perigo.

-Não é minha culpa se esta maldita estrada é cheia de buracos!- retaliei nervosa. Com um dos sentidos obliterados, todos os outros estavam extremamente a flor da pele, irradiando pelas sensações externas. Sentia a brisa do fungar do Antônio fazer cócegas em minha nuca e seu forte aperto queimando a minha pele. Parecia inegavelmente uma tortura. Contudo, poderia apostar que não só eu estava sendo afetada-Quanto tempo ainda falta?-questionei entediada. Tentando esconder todo o nervosismo que acelerava meu coração, apenas para o fato de que estaria a qualquer momento de volta a pacata cidade, que de pacata, não tinha nada.

Foi Christopher que respondeu, já que, de alguma forma deturpada, acha que era sua filha. Os outros dois pareciam não discordar dessa utopia totalmente. Jhon me ignorava permanentemente desde que nos beijamos. Se aquilo fosse considerado um beijo. Apenas mera sobrevivencia. Então mais uma vez, meus sentidos não paravam de captar perigo e meu sistema nervoso estava irritadiço com todas as possibilidade de estar de volta em meio a tantas pessoas. Correr seria um erro que não repetiria pela segunda vez. Precisava ser mais esperta que meus captores, o que significava agir como se estivesse tentada a permanecer, mesmo que não fosse verídico nem por um milésimo de segundo.

-Acabamos de adentrar as estradas. Em questão de uma hora estaremos no centro da cidade-respondeu.

A insatisfação brotou em meu peito. Meu corpo já dolorido prostestava então resolvi torturar aquele que precia meu carcereiro pessoal. Conforme os solavancos da caminhonete denunciavam a falta da estradas comecei a remexer meu quadril contra a virilha de Antônio. Senti seus dedos quase perfurarem minha pele, portanto, continuei até que o aperto de suas mãos se afrouxassem, para uma falsa sensação de liberdade e puxassem os cabelo da minha nuca para encostar minha cabeça em seu ombro direito.

-Não estou fazendo certo, titio?-questionei sorrindo e mesmo sobre a venda consegui sentir seu olhar fulminante capaz de fazer minhas bochechas corarem.

Seus lábios encontraram a cartilagem da minha orelha sob muito fios de cabelo espalhados e senti a ponta de seus dentes roçarem e apertarem-as entre si-Eu não sei o que você está pensando se acha que vai ganhar alguma coisa com isso...-rosnou tão baixo que quase não fui capaz de ouvir-Mas não terá uma reação de minha parte...-Será?

Com uma de minhas mãos livres deslezei sob seu peitoral até que chegasse perto da barguilha de sua calça, ouvia a conversa acalourada de Jhon e Chris nos bancos da frente e estava curiosa por saber se o moreno estava nos espiando pelo retrovisor, então ele poderia notar o quão bela seria a reação de Antônio.

De volta à Cabana (Disponível Por Tempo Determinado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora