Capítulo 2

123 19 4
                                    

Seiji Matsuno.

- Eu entendo que foi algo completamente inesperado e chocante, mas Elay precisa de você. - O encaro de modo interrogativo, as palavras se formam na minha mente mas não saem pela minha boca, são tantas perguntas projetadas que me deixa atordoado.

- Ele sabe que eu sou pai dele?

- Sim ele sabe. - Seu tom tem um pesar. - Nara chegou a enviar fotos suas para ele. - Pisco sentindo-me mais ridicularizado ainda. Em que momento que Nara tirava fotos minhas? - Seiji, sei que não foi certo esconder...

- Você e meu pai estavam juntos nessa. - O corto. - Juro que se fosse somente você eu entenderia, mas porra meu próprio pai me traiu dessa forma, não entendo porquê, a troco de quê? - Ele abaixou a cabeça.

- Nunca soube os motivos de Hiroki, para mim era apenas um pedido da própria Nara. - Respiro fundo, tentando buscar na minha cabeça algo que faça sentido.

- E porquê agora? - Ajeito minha postura na cadeira, tentando parecer menos abalado. - Qual é a razão disso?

Don tosse e puxa o oxigênio com mais força, parece buscar alguma razão que me convença.

- Não vou durar muito mais, Elay se tonaria meu herdeiro após completar a maior idade, porém ele também é seu herdeiro legítimo por isso eu precisava saber quais seus planos para ele, Elay precisa de você para protegê-lo, com a minha morte Mattia o matará.

- Mattia não pode fazer isso.

- Se você não tivesse noção da existência dele, Mattia faria isso sem empecilho nenhum, mas agora que tem conhecimento, acredito que ele pensará três vezes antes de chegar perto do menino.

O entendimento chegou a mim e consegui pensar com clareza. Gostando ou não, Elay seria um bastardo que comandaria a máfia calabresa, ele jamais seria aceito.

Respiro fundo, me levanto aproximando-me da janela.

- Seiji. - Viro-me, e vejo o Don estender um envelope vermelho na minha direção. - Nara deixou uma carta, caso algo acontecesse com ela.

Olho do seu rosto para sua mão estendida, na dúvida se pego ou não aquele envelope. Se eu pudesse ressuscitar a Nara apenas para mata-la com minhas próprias mãos, eu faria.

Maldita Nara!

Por fim o pego de sua mão, dobro e guardo no bolso sem nem olhar para o papel.

- Peço que me dê licença Don, preciso fazer uma ligação importante. - Saco o celular do bolso.

- Sinta-se a vontade Matsuno. - Aponta para a porta, e eu quase saio correndo para fora.

Sigo o corredor até chegar no jardim lateral, paro próximo a piscina, sem coragem alguma de ligar para minha mulher disco o número de Diogo, e encaro a água cristalina enquanto chama.

- Matsuno?

- Sim Saito. - Confirmo que realmente sou eu, o chamando pelo seu sobrenome. - Como Aisha está?

- Preocupada mais bem, não se preocupe, você já terminou por ai? - Olho para cima, e engulo seco.

- Ainda não, na verdade irei demorar mais tempo do que eu queria.

Ameaça ao Império Matsuno[2]Where stories live. Discover now