Pinball e Socos

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Robin estreitou os olhos, desacreditado, visto que o amigo passava mais tempo jogando Pinball do que treinando baseball. O mexicano o seguiu até a maquina amarela chamativa e soltou um "quê?" antes de socar devagar a máquina, vendo se ela tinha algum defeito.

- Será que dá pra não bater na máquina, é do nosso salário que vão descontar. - o mesmo cara que tinha alertado Robin do ranking do jogo sai da área da limpeza e vai até o balcão de brindes, provavelmente reclamar a Ross sobre a bagunça. - É melhor tomar conta da sua pirralhada Ross, se eles quebrarem alguma coisa você paga.

- Não tenho nada haver com eles. São adolescentes deixa os meninos em paz, credo. - a garota de cabelo vermelho revirou os olhos e voltou a brincar com um dos brindes, uma bola para estresse.

- Na ausência do chefe eu que fico no comando, é melhor você ou esses moleques nao fazerem bagunça aqui, se não ja sabe em quem vou descontar.

O desconhecido sai, dando uma última olhada para a dupla de amigos, Bruce acenou para o rapaz que riu em escárnio e revirou os olhos, aparentemente puto.

- Você devia comprar uma dessas bolas pra estresse! - Robin vai até a porta de entrada do Space Port e grita novamente - Estresse dá rugas idiota!

De longe, o rapaz saiu com seu carro, dando o dedo do meio para o garoto.

- Ei cuzão! Diz que eu mandei um beijo pra tua mãe! - dito isso, Ross saiu do balcão gargalhando.

- Vocês dois são demais, isso eu não nego. - Ross Cameron era uma ex aluna da Denver public school, era conhecida no colégio pelo clube de jornalismo, que ganhou até manchete no jornal pela boa influência entre os jovens de Denver.

- Mas eu acho melhor vocês se segurarem um pouquinho. - ela explicou - dois dias atrás, antes do feriado, aconteceu uma briga justamente pelo ranking da máquina de Pinball. Um cara da escola de vocês respondeu as provocações do filho do Sr. Carter e eles saíram no soco.

- Moose é um merdinha mesmo. - Robin falou, observando Bruce ganhar mais uma jogada no Pinball - Orale!

Bruce virou para Ross,sorridente.

- Mas eu ainda não acabei. - a garota voltou a falar - Depois disso a polícia foi acionada, mas só o outro cara foi detido. O Moose ficou dentro da viatura conversando com o xerife, mas obviamente foi solto. Já o outro garoto, ele vai ser liberado hoje ou amanhã.

- Se eu fosse ele quebraria a fuça daquele mimadinho. - Robin apertou o punho e sorriu para Bruce.

- Ele não ia sobreviver um dia no lugar que a gente mora. - Bruce riu junto de Robin, que balançava a cabeça, concordando com o amigo.

- Sim sim, o nosso papo foi ótimo mas eu tenho que trabalhar.

- E como que a gente acha o cara que ultrapassou o Bruce?

- As inicias dele. - Ross passou pelo balcão - VH.

☆☆☆

- Você quer que eu te leve em casa? Ainda dá tempo. - Bruce se ofereceu, visto que a cidade já não era mais tão pacata quanto costumava ser.

- Não esquenta, vou dormir na minha tia hoje. É melhor você correr ou vai se atrasar. - os amigos se despediram com um toque que eles mesmo criaram e cada um virou uma esquina.

Bruce tinha um carinho enorme por Denver, nasceu ali e era ali que daria seu último suspiro. Pode parecer exagero, já que tinha apenas dezesseis anos, mas para ele aquela cidade era seu lugar de conforto, cada cantinho dela exceto, sua própria casa. A casa dos Yamada ficava no subúrbio , em um bairro tomado por estrangeiros, o que fez com que ele e Robin crescessem juntos; porém , sua relação com a família era deprimente. Seu pai, um homem mesquinho e materialista que bebia sete dias por semana e só estava sóbrio quando o dinheiro acabava; sua mãe nunca conheceu, só soube que ela os abandonou para casar com um coreano na Califórnia.

baseball & games - Bruce Yamada × Vance Hopper (Brance)Onde histórias criam vida. Descubra agora