Um prêmio fértil (Yoonseok/Sope)

CAPÍTULO IV

— Estou vendo. — Yoongi riu. — Se você está tão cansado, deveria dormir. Por que contar e se torturar para ficar acordado?

O ômega corou, virando-se enquanto ele se deitava na cama ao seu lado.

— Eu queria cumprimentá-lo antes de irmos dormir.

Yoongi pegou a mão macia do seu companheiro.

— Bem, — ele disse. — Eu me considero bem-vindo. — e deu um beijo suave no topo da mão alheia com um sorriso. — Obrigado, minha flor.

Ele soltou a mão do ômega e virou-se para dormir, mas este o chamou antes.

— Sim?

— Eu...gostaria de um beijo de verdade..— Hoseok disse, corando até as orelhas. E apesar do rubor, seus olhos castanhos eram firmes, ele quis dizer cada palavra.

— Beijo de verdade? — Yoongi perguntou, provocando. — O que é um ‘beijo ade verdade’, hm?

O mais novo ficou confuso, passando a mão distraidamente pelas cobertas antes de levá-la até os lábios, fazendo beicinho. Por sua vez, o alfa sentiu seu coração explodir.

— Parece que você gosta dos meus beijos.

Hoseok puxou os ombros até as orelhas em um constrangimento horrível, soltando um gemido.

— Alfa!

— Tudo bem. Tudo bem. — Yoongi riu, se aproximando. — Não vou mais te provocar.

O que era pra ser nada além de um beijo casto, começou a tomar outro rumo quando se inclinou para colocar seus lábios contra os macios do ômega. Ele podia sentir-se afrouxar contra Hoseok, talvez fossem seus lábios macios que o faziam querer mais, e estranhamente, Yoongi não podia ignorar isso. O alfa pressionou a mão na bochecha de alheia e o fez soltar um pequeno suspiro em resposta.

A ação permitiu que aprofundasse o beijo e sentisse sua razão nublar ainda mais.

Hoseok não estava assustado como ontem. Pelo menos não agora, já que estava descobrindo que havia muitas coisas que o alfa fazia que ele gostava. A gentileza dele era a principal delas. Nunca tinha conhecido um alfa tão gentil. Uma parte dele se sentia viciada nisso. Então Hoseok não pensou em parar quando Yoongi os abaixou na ccama.

O travesseiro era macio sob sua cabeça e só aumentou a sensação inebriante que os beijos de seu companheiro lhe davam. Ele também não pensou em parar quando Yoongi agarrou sua cintura, alisando pequenos círculos em seus ossos do quadril como tinha feito na noite anterior. Hoseok não pensou em nada disso. Não até sentir dedos dançando na parte interna de sua coxa.

Os olhos do ômega se abriram, para ver seu posicionamento. Yoongi estava colocado entre suas pernas, e sua camisola estava enrolada em sua barriga, revelando suas partes mais íntimas. E Hoseok sentiu medo. Ele não queria deitar com o alfa novamente por medo de ficar ainda mais manchado. Mas o fato é que ele não sabia como dizer ao seu companheiro tal coisa. Seu coração bateu forte em seu peito. Tão alto e feroz que ele pensou que certamente o alfa ouviria.

Mas Yoongi não parecia ouvir. Então, quando ele quebrou o beijo para se mover e deixar um beijo contra seu pescoço, Hoseok tentou reunir coragem para falar. A garganta tão seca que parecia a areia de uma praia.

— Al-Alfa. — ele disse, sem saber o que dizer mais.

E Yoongi também não entendeu a dica.

— Ômega. Meu lindo Ômega.

Hoseok sentiu lágrimas se acumularem em seus olhos quando o alfa empurrou suas pernas ainda mais. Ele não queria deitar novamente. Ele não queria pecar novamente. Se ao menos pudesse dizer alguma coisa... qualquer coisa , mas não aprendeu nada sobre isso. Hoseok só tinha sido ensinado a dar tudo o que tinha para seu companheiro. Que a cama era o domínio de um alfa, e um ômega nunca deveria dizer ‘não’.

“Ômegas são feitos para serem saboreados. Como vinho doce ou tâmaras bonitas, eles devem ser apreciados. Nunca faça nada que interrompa a diversão do seu alfa,” sua mãe o disse várias vezes.

Então, com isso em mente, Hoseok tentou a todo custo ignorar aqueles pensamentos mesquinhos que o faziam querer gritar. Ele tentou desesperadamente. Fechando os olhos com força. Corpo ficando rígido. Mas sem querer um gemido escapou de seus lábios e o alfa  ouviu. Como se estivesse saindo de um transe, ele abriu os olhos para vê-lo.

Hoseok estava pálido, mais pálido do que estava esta noite quando o alimentou. Seus olhos se fecharam e os punhos agarraram com força os lençóis em que estava deitado. O ômega parecia estar com dor, uma que o fez imediatamente recuar, sentando-se longe dele. Ele estava tão perturbado por não ter notado sinais tão claros de desconforto.