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Passando por aqui, só para atiçar a curiosidade de vcs.
Então, eles não são fofos.Até parece, não?
Muita treta, briga nesse enemies to lovers.
Bora começar a acompanhar?
❤️
Rebecca Connelly (Beca, Eca)
Ansiosa, olhei novamente para o relógio no celular, sem saber muito bem o que fazer. Já passava das sete horas e, naquele horário, a escolinha já deveria estar fechada, mas eu ainda estava aqui, esperando pelos pais da pequena Allegra. Se não os conhecesse e soubesse que eram pais presentes, responsáveis e sempre preocupados pelo bem-estar da filha, eu não estaria preocupada da forma que estava. Uma sensação estranha me dizia que algo ruim tinha acontecido.
Sacudi minha mão em frente ao rosto em uma patética tentativa de espantar aquele sentimento e, mais uma vez, me dirigi à janela, onde olhei para o breu da tarde. O tempo fora dela parecia estar desabando. O alerta de temporal, que tínhamos recebido durante a manhã, fez com que os pais viessem buscar seus filhos muito antes do horário. Contudo, ainda que tivéssemos enviado mensagens para Vitória, mãe da Allegra, nem ela e nem o marido tinham aparecido ou respondido.
Quando ouvi um choro baixinho, desviei minha atenção para a pequena e percebi que ela, cansada de brincar, e insatisfeita, começava a resmungar, nervosa. Ao voltar meu olhar, novamente, para o tempo fora das vidraças, um raio iluminou todo o lugar e pude ver como, um pouco mais adiante, o caminho na entrada da escolinha era invadido pela enxurrada, que descia levando tudo que encontrava pela frente. Com aquela última e amedrontadora visão, abandonei o lugar, pegando a pequena no colo tentei acalmá-la, enquanto decidia qual seria a melhor decisão a tomar.
— Mamãe e papai já estão chegando — eu disse, ninando-a quando o choro aumentou. — O que você acha de tomar um leitinho bem gostoso, com chocolate e bolachinhas? Hum? — tentei.
Ao ver que aceitava e sorria, feliz, levei-a para a cozinha, onde coloquei água em uma chaleira e, em uma jarrinha, despejei um pouco de leite com achocolatado. Com a precária luz da lanterna, procurei pelo fósforo e acendi o fogo embaixo delas, mas retirei o leite apenas alguns segundos depois. Com ela sentada na cadeirinha, servi o achocolatado morno em uma xícara infantil e, ao lado, uma cesta carregada de bolachinhas de aveia.
Servi meu chá e, enquanto ela se deliciava com sua guloseima, eu me perguntava o que iria fazer, pois estávamos sem energia, sem internet, sozinhas e presas dentro da escola. Nem mesmo o caseiro sabia que ainda estávamos ali, talvez, se soubesse, teria vindo para ver como estávamos, mas como todos tinham saído antes do temporal, ele, com certeza, imaginava que eu também já tinha ido para minha casa, assim como Allegra.
