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Narrado pelo nosso Raiozinho de sol
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— então, você aceita? — tsukishima insistiu, eu não sabia se aceitava ou não, o irmão dele parecia ser super gente boa, não sei se seria certo. — vai shouyo, será por pouco tempo.

— eu não sei... E se algo der errado? —  perguntei relutante.

Tsukishima pegou a minha mão esquerda por cima da mesa, e a apertou transmitindo conforto, nem mesmo eu acreditei que ele fosse capaz disso, mas apertei a mão dele de volta.

— eu prometo que não deixarei nada de errado acontecer. Confia em mim? Me ajuda nessa, vai? — ele perguntou apertando a minha mão.

Tsuki não demonstrava muito através de emoções, mas com o tempo comecei a perceber que ele demonstrava muito através de gestos físicos. E com aquele aperto consegui sentir o quão ansioso ele estava pela minha resposta. Ele precisava da minha ajuda. E eu podia ajudá-lo, não iria me custar nada.

Suspirei.

— okay, eu te ajudo. — o vi relaxar — mas você vai ter que me tratar como se eu fosse o ser mais precioso do mundo, eu não namoro pq oq eu quero não é um namorado, eu quero um fã!

Vi ele segurar a risada, mas eu estava falando muito sério.

— pronto, você está olhando para o seu mais novo fã número um. — ele debochou. — se o meu namorado quer um fã, quem sou eu para negar.

Nós dois rimos. Ele sorriu maldoso.

— sabia que você era apaixonado por mim, por isso aceitou meu pedido. — ele debochou.

— quem estava quase se humilhando para que eu aceitasse o seu pedido de namoro era você. — devolvi.

Ele riu e sorriu como se estivesse orgulhoso de minha atitude.

— touché. Se os meninos vêem você respondendo assim eles vão me culpar por estar "corrompendo o anjinho deles" — ele fez aspas com a mão e eu ri.

— óbvio, eu sou um ser puritano, você corrompe os outros com a sua super maldade. — ele riu da minha brincadeira e se levantou.

— vamos Anjinho Piratiado, vou te levar em casa. Fica no caminho mesmo. — ele amontoou os potinhos e colocou na lixeira do lado da porta.

Nós dois seguimos o caminho em direção a montanha que morávamos, durante o nosso primeiro ano na Karasuno nós descobrimos que morávamos na mesma montanha, a única diferença é que ele era sortudo e morava no pé da montanha, diferente de mim que tinha que subir meia montanha.

No meio do caminho me surgiu algumas dúvidas.

— Tsuki, e se os seus familiares perguntarem sobre o nosso namoro? — ele me olhou pensativo, então completei — tipo, se eles perguntarem sobre o pedido, se você conhece meus pais, como a gente começou a ficar...

— bom... O pedido a gente pode falar que eu fiz na sorveteria, o que não é mentira. Sobre eu conhecer seus pais aí você se vira. Pq eu não sei se você vai querer fingir para os seus pais também.

— é uma boa a ideia da sorveteria — pensei a respeito de contar ou não aos meus pais, mas logo decidi que não. Minha família é antiga, eles não aceitariam muito bem, mal aceitaram a minha sexualidade. — acho que a gente pode falar que você não conheceu meus pais ainda pq a gente namora a pouco tempo...

Ele me olhou pensativo, continuamos andando em silêncio depois disso. Respirei fundo, minha família era muito complicada, muito "antiga", muito  "tradicional", onde o homem sustenta a casa, onde a mulher faz as tarefas e cuida dos filhos, onde a linguagem é antiga e me atrapalha horrores na escola. Japonês moderno é uma matéria tão difícil, e eu descobri isso com o tempo, Yams me explicou que era difícil para mim pq era a mesma coisa que ensinar a alguém uma nova língua, pq realmente, para mim era outra língua.

Nunca gostei dessa linguagem antiquada, muito complexa comparada com a atual. Falar era bem diferente dos termos que eu aprendi. Pq uma coisa é falar, outra é ensinar a um adolescente que o jeito que ele aprendeu as coisas é diferente das que ele devia ter aprendido.

— Terra chamando cabeça de camarão. — olhei confuso para o mais alto — parecia que você estava em outro planeta, fora que parece um filme de terror quando você fica em silêncio por mais de dez minutos.

Ri com a brincadeira dele, suspirei. Mesmo eu sendo o "ser mais energético do mundo" como diz o Tobio, as vezes eu tenho esse momentos silenciosos. É como se simplesmente acabasse todo o meu ânimo e eu ficasse apenas com os meus pensamentos. Tobio ficava muito preocupado quando isso acontecia, ele tinha certeza que era pelo o que acontecia lá em casa, talvez seja, talvez não. Não sei.

— pensei que achasse eu insuportável por falar toda hora. — brinquei.

— eu? Que ultraje. Só acho insuportável quando você fala toda hora de vôlei, vôlei isso, vôlei aquilo. Existe outras coisas além do vôlei, camarão.

— óbvio que existe, mas não existe nenhuma coisa melhor que vôlei. — ele me olhou e soltou uma risadinha olhando para frente. — o que foi?

— nada. Você apenas não experimentou nada melhor ainda...

— tipo? — ele não me respondeu, apenas riu novamente.

Mudamos de assunto e continuamos o caminho, estávamos próximos da casa dele, Ao pé da montanha. Fiquei meio desanimado, ele teria que entrar, e isso também significava que eu logo estaria em casa. Nem percebi quando, mas logo me bateu aquele desânimo de novo. Eu Odiava aquele lugar, e me sentia horrível por isso, até pq era a minha casa, a minha família, mas pq eu não conseguia me sentir bem lá?

— vai querer entrar? Podemos comer algo, e depois você sobe. O que acha?

Suspirei aliviado, quanto mais tempo possível longe daquela casa, melhor.

— claro, pq não? — entramos e deixamos nossos tênis na entrada da casa, Kei me emprestou um chinelo e logo fomos para a cozinha, dando de cara com um loiro tão alto quanto Tsuki, esse que ficou tão branco quanto papel.— ãhn, Olá?

— opa, eai ruivinho, você é o colega de time do Kei, não é?

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⏰ Last updated: Mar 13, 2023 ⏰

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my fake BoyfriendWhere stories live. Discover now