Capítulo 2

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Bom dia, amores! 

Espero que gostem do capítulo! Ainda está no começo e não dá para tirar muitas conclusões sobre a história, mas espero que estejam gostando!

Uma ótima semana a todos!

Beijos!

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  – Thami! – ouço alguém chamar.

  Continuo andando pela estrada de chão sem enxergar nada além de algumas árvores e alguns cavalos mais a frente.

  – Thamires! – escuto novamente.

  Abro os olhos e pisco algumas vezes até conseguir enxergar uma Beca me olhando com um sorriso no rosto.

  Esfrego os olhos. –Já está na hora de ir? –pergunto.

  Ela nega com a cabeça. – Você tem cem reais pra me emprestar? – sussurra.

  – Oi? – pergunto ainda meio sonolenta achando que não ouvi direito.

  – Queria ver se você tem cem reais para me emprestar. – repete.

  Sento na cama e olho assustada para ela.

  – Pra que você quer cem reais? – pergunto.

  – Shh! –sussurra colocando o indicador na boca para eu ficar quieta. – É que preciso comprar a próxima injeção e tenho que comprar umas roupas para uma entrevista de emprego. – fala quase num sussurro.

  A injeção que ela está falando é a anticoncepcional. Aqui todas nós tomamos, porque comprimidos não dão certo devido a ter que tomar no horário certo e não podemos contar com camisinha porque os clientes odeiam. Apenas alguns usam por causa de doença e tudo mais.

  – Entrevista de emprego? – indago.

  Ela concorda. – Uma amiga minha conseguiu para mim em um consultório médico, mas preciso ir com uma roupa... – ela se olha – mais decente.

  Levanto da cama e vou até minha gaveta. Mais especificamente dentro do saquinho onde ficam as calcinhas e pego uma nota de cem e uma de cinquenta.

  – Tomara que você consiga. – falo entregando o dinheiro a ela. – Boa sorte! – desejo.

  Ela olha os cinquenta reais e arqueia uma sobrancelha me olhando.

  Dou de ombros. – Presente de boa sorte.

  – Obrigada. –agradece me abraçando e sai do quarto em silêncio para não acordar Camilly, que ainda está dormindo.

  Uma entrevista de emprego. Meu Deus! Nunca fiz uma entrevista de emprego. Acho que nunca vou fazer uma, porque não tenho experiência em nada e Nilson não deixa a gente fazer nenhum curso ou coisa do tipo. Faz isso para trabalharmos para ele pelo resto da vida. Quer dizer, até ficarmos velhas o suficiente para que ninguém nos queira.

  Não vou conseguir dormir de novo. Sei disso. Toda vez que acordo pela manhã, não consigo dormir novamente.

  Aproveito que ainda está cedo e fico observando o teto do quarto e deixando o pensamento vaguear. O teto do Escarlate não é uma das vistas mais bonitas, principalmente o do meu quarto que está com infiltração e sem um pedaço da tinta vinho do teto que caiu no meio do quarto de uma hora pra outra.

  Sempre que fico deitada pensando na vida, ou melhor, pensando em uma vida imaginária, me imagino casada e com um filho. Guilherme. Desde pequena, gosto desse nome e sempre que brincava de imaginar o futuro, imaginava um marido lindo e um filho mais lindo ainda chamado Guilherme. Acho que sempre fui idiota imaginando mil e uma coisas. Imaginei tanto pra acabar aqui, nesse quarto úmido e com cheiro de perfume feminino barato.

EscarlateWhere stories live. Discover now