- É o ataque? É isso que está te incomodando?- Tom questionou insistentemente.

- Não é nada. Estamos fazendo a lição de Oclumência agora? Porque, você sabe, é para isso que eu vim.

- Você tem outra dor de cabeça?

Algo nele se desgastou além do ponto de retorno.

- Pare com isso!- Harry perdeu a cabeça.- Apesar do que você parece acreditar erroneamente, nem tudo na minha vida é da sua conta!

As sobrancelhas de Tom arquearam em surpresa, seu olhar escurecendo.

- Com licença?- ele exigiu perigosamente. Harry se levantou com raiva, jogando sua bolsa por cima do ombro.

- Sério, Tom, o que diabos você quer de mim?

- O que quero de você?- Tom repetiu.- Nós já não tivemos essa conversa?

- Você não quer apenas me converter para o seu lado.- disse Harry, teimosamente. Tom piscou, um sorriso preguiçoso no rosto.

- O que lhe dá essa impressão?- apesar do sorriso nos lábios, Harry sabia que Tom estava longe de estar satisfeito ou mesmo divertido. Seu olhar era frio e duro como diamante. Pela primeira vez, ele descobriu que realmente não se importava.

Harry arregaçou a manga da camisa silenciosamente, revelando seu antebraço esquerdo. Estava perfeitamente ciente de que a cobra provavelmente o tinha amarrado com uma coleira no pescoço.

- Oh, sim, eu quase me esqueci disso.- a mandíbula de Harry se apertou. Aquele idiota presunçoso. Ele não tinha esquecido a marca e ambos sabiam disso.

- Tenho certeza.- zombou. Os dedos de Tom flexionaram, como se estivesse ansioso para pegar sua varinha. Harry sorriu, parte de sua mente sussurrando que ele estava apenas deliberadamente antagonizando agora.

- Quer saber.- Tom disse de repente.- Vamos deixar isso para depois, até que você termine sua pequena birra.

- Não, não.- Harry dispensou, alegremente.- Não gostaria de perder seu tempo. Estou ansioso para começar, realmente. Ensine-me, oh sábio, você sabe tudo, não é?

As mãos de Tom se fecharam em punhos definitivos desta vez.

- Qual é o problema com você hoje?- ele exigiu, dando um passo mais perto, avaliando-o com uma emoção indecifrável. Poderia ter sido algo como preocupação, mas Harry sabia que não era.

- Nada.- Harry sorriu.- Por que haveria algo de errado comigo? Eu gosto de passar todas as noites assistindo pessoas sendo torturadas e mortas, isso é divertido, certo? Então, novamente, talvez seja o fato de que eu estarei morto quando eu fizer dezessete anos porque um psicopata assassino em massa está atrás de mim. Ou diabos, talvez, apenas talvez, sejam as pessoas constantemente tentando me manipular, me usar e me ferrar.

Tom ficou muito quieto.

- Então você descobriu.- comentou suavemente.- Harry...

- O que você quer comigo?- Harry interrompeu, sua voz gelada, cansada, resoluta.- Ou só vai me obliviatar de novo? Só para você saber, provavelmente seria melhor se você apenas me matasse, porque senão esse ciclo vai continuar se repetindo.

- Eu não vou matar você.- respondeu Tom.

- Então seu QI deve estar diminuindo, porque eu nunca vou concordar de bom grado com o que você está planejando. Aparentemente eu não iria gostar. Não que você realmente se importe com isso, não é?

O outro o observava atentamente, em silêncio, sua expressão ilegível.

- Harry...- Tom começou, cuidadosamente.- Você sabe que fui eu quem lhe disse sobre a função menos conhecida dos Lembrols. Você nem teria essa memória de volta se não fosse por mim.

- Sim, porque eu sou muito burro para descobrir qualquer coisa sozinho, não sou?

Os olhos de Tom brilharam.

- Não foi o que eu disse.

- É exatamente o que você insinuou.- ele balançou a cabeça, com desdém.- Que seja, Riddle, estou fora daqui.

Uma mão se fechou em torno de seu braço, e Harry girou, varinha na mão, pressionando-a contra a cavidade da garganta de Tom. Ele ficou surpreso ao ver que o jovem lorde das trevas não havia sacado sua própria varinha.

- Me solte.- disse baixinho, com os dentes cerrados.

- Você vai me amaldiçoar?- os lábios de Tom se torceram quando seus olhos se voltaram para a varinha direcionada para ele.

- Eu preciso?- Harry perguntou.- Ou você vai recuar antes que eu comece a cortar seus apêndices; começando com, mas não limitando, a seus dedos?

O aperto de Tom estava queimando contra sua pele, e ele podia sentir a marca ativando com o toque. Podia sentir o outro avaliando exatamente o quão sério ele estava, antes que os dedos soltassem. Harry deu um passo para trás imediatamente, indo para a porta.

- Eu não estou querendo forçar sua lealdade.- as palavras eram suaves, mas o detiveram em seu caminho. Ele se virou novamente.- Não se houver qualquer outra rota possível, exceto matar você.

- O que você quer?- Harry perguntou, antes de engolir em seco, a percepção o atingindo como um caminhão em alta velocidade.- Você quer que eu o acompanhe de bom grado.

- Sim.- Tom confirmou, baixinho.

- Sabe, apagar a memória de alguém não é a melhor maneira de fazer isso.- ele disse, firmemente.

- É uma curva de aprendizado.- Tom falou, dando de ombros- Apenas no caso de você não ter notado, eu normalmente não trabalho dessa maneira.

- Eu ficaria um pouco preocupado se você perseguisse alguém pelo tempo antes.- Harry brincou. Os lábios de Tom se curvaram ligeiramente no que poderia ter sido o início de um sorriso.

- De fato.- disse ele.

- Eu não te perdôo.- disse Harry.- Então pare de sorrir.- o rosto de Tom ficou solene, mas seus olhos brilharam.

- Eu não espero que você faça isso.- ele respondeu.- Ainda teremos uma aula de Oclumência?

Harry hesitou. Ele realmente precisava aprender a arte mental, e Tom seria uma escolha extremamente proficiente de professor, mas…

- Você vai tentar alguma coisa?

- Não. Nem eu sou tão dissimulado.- Harry ergueu as sobrancelhas.- Ok, eu sou tão dissimulado, mas não vou. Você tem minha palavra.

- Se eu te disser para sair da minha cabeça e parar de bisbilhotar, você vai parar?

Tom ficou em silêncio por um momento. Harry quase se virou e saiu, mas ele conhecia...ou achava que conhecia Tom bem o suficiente para ver que ele estava apenas analisando logicamente as ramificações do acordo e do desacordo.

- Ok.- Tom concordou. Harry quase sorriu, era tão bom ter Tom cedendo um pouco a ele pela primeira vez.

- Ok.- ele repetiu. A cabeça de Tom se inclinou, sua caminhada lenta e deliberadamente não ameaçadora.

Harry sentiu os primeiros sinais de diversão; Tom estava agindo como se estivesse tentando acalmar uma cobra particularmente tempestuosa e hostil. Ele estava quase cauteloso por algum motivo.

- Mas eu tenho uma pergunta.- Tom o olhou.

- Atire.- disse ele. Tom arqueou uma sobrancelha.- Isso significa ir em frente.- explicou. Tom assentiu.

- Por que você acha que eu acho que você é burro?

Ok. Não era isso que ele esperava.

O Favorito do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora