sexto dia

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— Obrigado.

— O que disse?

— Não me faça repetir.

— Faço, sim. Por favor, diga de novo. Saiba que não vai adiantar nada se você bufar.

— Louis Tomlinson, obrigado por salvar a minha vida ontem à noite.

— Bem melhor.

— Pronto, agora que seu ego já foi acariciado, podemos voltar à rotina normal. Onde está Maya?

— Qual é a rotina normal?

— Você me odeia e eu te odeio de volta, aquela coisa toda.

— Estive pensando… Por que fazemos isso?

— Porque você é impertinente. Para a sua informação, essa almofadada doeu.

— Harry, fala sério!

— Acho que é porque… Não, você vai rir.

— Prometo que não vou. O que é isso?

— Promessa de dedinho, ué.

— Mas-

— Vamos logo, Louis. Pronto, deixa eu ver… Olha só, o seu dedinho não caiu.

— Diga de uma vez.

— Está bem. É que… uh… Eu tenho medo de ficar sozinho. E… e essa foi a forma que eu achei para te manter por perto. É idiota, eu sei, você não precisa me dizer isso.

— Eu não diria isso.

— Mas é.

— Não, você deve ter passado por algo que provocou isso, não é culpa sua.

— Olha só, na verdade, agora que você tocou no assunto... uma grande parcela dessa culpa pertence a uma pessoa que eu amei como nunca, ou algo assim.

— E ela levou embora a sua capacidade de se relacionar?

— Não, ela me mostrou que sentimentos bons não mantêm relações. Na minha cabeça, te odiar faria você ficar, mais do que se fossemos amigos, porque você nunca aceitaria que eu ficasse com a palavra final em uma discussão e nosso diálogo não teria um fim… Hum, acho que essa é a primeira vez que você me vê sendo sentimental, como se sente?

— Péssimo. Eu sinto muito por tudo isso, de verdade.

— É muito infantil que eu tenha usado isso para fazer nossa convivência ser uma merda. As nossas brigas serviram como um ótimo pretexto para nos falarmos todos os dias e uau, jamais imaginaria que iria contar isso para você. Ei, será que estou com febre de novo?

— Harry, por que você está enrolando seu cabelo no dedo?

— Não ligue para isso. Olha, eu também tenho dificuldade em verbalizar o que eu sinto, realmente não sei como estou fazendo isso agora, sempre temi o fato de acabar me tornando vulnerável para alguém que vai se aproveitar disso e…

— Obrigado.

— … o ciclo todo se repetir no final. Você disse obrigado?

— Eu disse.

— Por quê?

— Por confiar em mim o suficiente. Por saber que está exposto e seguro ao mesmo tempo.

— Admita que você gostou de me ver chorar, se não tivesse, não teria dito isso. O que você está fazendo- está se aproximando…

— Eu posso te abraçar?

— Eu, é… hum, melhor não. Me desculpe.

— Não tem problema nenhum. Estarei aqui se você decidir aceitar em outro momento, okay? E acho bom que você não esteja planejando limpar seu nariz ainda mais congestionado em mim de novo.

— Poxa! Eu estava prestes a fazer isso… Ei, Louis, sabe de uma coisa? Luke não é tão fedorento assim.

— Eu sei. Maya também não é tão feia.

— Você achava minha gata feia? Ora, Tomlinson, eu vou desmanchar esse seu sorrisinho no tapa!

É aquele velho ditado...
quem tá vivo sempre aparece, não é?

Até a próxima ;)

birthmark l.sWhere stories live. Discover now