onde às vezes não há finais felizes

11 1 0
                                    

202 a.c

— Por favor a salve. — grita Oriane em lágrimas para a Deusa na sua frente. — Eu faço qualquer coisa, não me importo com o preço. Só a salve, eu imploro, ela não merece morrer.

— Criança tola, você não sabe o que pede. — a Deusa diz. — O preço para salvá-la é grande demais para ser pago.

— Eu já disse que não ligo. — grita, ela acaricia a cabeça mole de Asta. — Só a salve, é tudo que peço. Me diga o preço.

— Para trazê-la de volta a vida sem sequelas é um sacrifício, um sacrifício puro de amor.

— Como um coração? — pergunta confusa.

— Não, criança. — a Deusa ri. — Algo mais forte e inquebrável que isso. Memórias, memórias da mente são algo que não pode ser manipulável ou forçado, é uma coisa única que se molda de forma diferente para cada ser. As memórias que vocês compartilham são algo forte e único, algo raro visto até mesmo por mim que tenho milênios de vida.

— Tudo bem, você pode pegar minhas memórias. — diz convicta.

— Você não entende, criança. Não são só suas memórias, só elas não bastam. Eu precisaria tirar as memórias tanto de você quanto as dela. Quando remover suas memórias, vocês não vão se lembrar de nenhuma outra. Vocês seriam duas estranhas, como se nunca tivessem compartilhado beijos, choros, abraços e um amor juntas. — a Deusa explica. — Você estaria disposta a sacrificar isso tudo pela vida dela?

— Sim, eu estou. — Oriane diz sem excitar. — Eu aceito dar minhas memórias e ser esquecida por Asta, se isso for trazer ela de volta.

— Está bem, então. — a Deusa estende a mão. — Seu desejo será consentido.

A última coisa que Oriane ouve é a voz de Asta chamando seu nome antes de tudo ficar escuro.

2020

Sadie estava sentada no bar do hotel tomando sua bebida, quando alguém se aproxima dela.

— Com licença, esse banco ao seu lado está vazio? — uma mulher de cabelos loiros e olhos azuis com um sorriso encantador olha para Sadie.

— Sim, está. — ela sorriu se afastando um pouco dando espaço para a outra sentar.

— Uma água, por favor. — ela escuta a mulher pedir ao barman. — Prazer, linda, meu nome é Malina, e o seu?

— Meu nome é Sadie.

As duas passam horas conversando no bar sem perceber uma mulher com trajes, um tanto atemporal, olhando para elas com um sorriso triste.

Ela sabia que essa vida estava condenada.

Talvez a próxima vida, garotas.

contosحيث تعيش القصص. اكتشف الآن