— É tudo muito simples, mas têm muito amor aqui. — desviou o olhar, passando a contar as unidades das flores, apenas para não encarar Zayn. 

— Eu sei que sim. Elas são para você. — disse o rei, ao notar a atenção de Liam voltada para o buquê. 

— Gracias. Não precisava. — corou, cruzando os braços e se encolhendo por sentir mais frio do que se podia. O aquecedor estava com defeito e oscilava entre funcionar bem ou simplesmente deixar a desejar. 

— Fiz questão. A beleza delas me lembra a sua. Bonitas e delicadas… — elogiou, julgando a expressão vergonhosa de Liam como algo adorável. 

— Não devia dizer essas coisas. — se virou, guardando o pote de açúcar dentro do armário, além da pouca louça que também precisava ser guardada. 

— Por qual razão? — confuso, questionou. 

— Porque, todo rei têm a sua rainha. — respondeu, com um tom preciso de quem se obtém razão completa em determinado assunto. 

Zayn esvaziou sua xícara e caminhou até a pia, se colocando ao lado de Liam, sendo delicado em lavar o que usou. Liam ficou desconfortável com a proximidade, não querendo resistir, pois havia saído da casa de Zayn com certo desgosto ele e não podia se mostrar fraco em sua presença. 

— Eu esperei pela minha, todos os dias e todas as noites, me perguntando, enquanto olhava para o céu, se ela estava pensando em mim como eu pensava nela… E agora que estou olhando para ela, penso que valeu a pena a espera. — declarou, fitando o rosto tenso, testemunhando a mudança do que parecia irritação, se transformando em espanto e admiração. 

E Liam se segurou para não cair. 

— Ela nunca te esqueceu. — admitiu, se virando para Zayn, com os olhos prestes a transbordar — Alma é um pedaço seu que ficou em mim. Meu coração sempre foi seu.

— Assim como o meu, que sempre foi seu. — confessou, tomando a liberdade de segurar a mão de Liam e beija-la delicadamente, sem tirar os olhos dos seus. 

— No … no podemos. — fechou os olhos, se esquivando, embora não quisesse. Zayn entendeu aquilo como uma resposta negativa ao seu cortejo. 

— Me perdoa. Eu estive me segurando para não pular em você e te beijar assim que te vi naquela calçada, apenas porque temi que houvesse alguém na sua vida… 

— Não têm. — interrompeu, sendo claro em consumar aquela certeza — Mas eres un rey e yo… não daria certo. Se eu soubesse disso naquela época… — se lamentou, apoiando as mãos na mesa e abaixando a cabeça, deixando as lágrimas caírem e o peito incendiar por sua insegurança. 

— Se assim fosse, a nossa história não teria começado. Não quis te assustar… minha relação com meu pai estava estremecida, por isso viajei para visitar minha abuela em Cancún. Ele me pressionou para ser seu sucessor, porque estava muito doente e sabia que não tinha muito tempo. Por isso, parti as presas e essa questão, entre outras, no reino, atrasaram nosso reencontro, mas agora estamos aqui. — avançou um passo, intencionado a tocar o ombro de Liam, porém teve seu objetivo frustrado ao que ele se esgueirou para a sala. 

— Não posso dar a você o que quer. — queixou-se, como se fosse uma ideia ruim a insistência de Zayn. 

O rei se cansou de tanta relutância, resignado a esclarecer seus sentimentos e tirar aquela angústia do coração do amado, assim como a sua própria, pois já não aguentava mais a distância entre Liam e ele, tanto a sentimental, quanto a física. 

— Eu só preciso de você, corazón. Perdoe a minha mãe, ela se precipitou. Não há obrigação nenhuma aqui, jamais passaria por cima de uma decisão sua, ainda mais no que se diz respeito a nossa filha. 

Alma - ZiamKde žijí příběhy. Začni objevovat