Frustrada.
Essa é a palavra que define bem como estou no momento.
- Lar doce lar. – digo quando fecho a porta de casa, sigo direto para o sofá da sala e sem me preocupar de tirar as sandálias, me jogo. Ficando assim deitada, com a cara enfiada na almofada.
- Já vi que foi outro encontro ruim. – nem me esforço em levantar a cabeça para olhar para Thamy.
- Horrível. – digo, apesar da almofada ter abafado o som, sei que deu para ela escutar.
- Fase ruim, amiga. Daqui a pouco passa. – me encoraja, o que me faz me sentar e a encarar com os olhos semicerrados e a sobrancelha arqueada. – Quê?
- Sem comentários engraçadinhos? – pergunto desconfiada.
- Em outra hora. – dá de ombros e se senta ao meu lado. – Cristian passou por aqui.
- Sim, ele me mandou mensagem perguntando onde estava. – agora é ela quem arqueia uma das sobrancelhas e dá um sorriso de lado. Mas não é qualquer sorriso, é aquele que sua amiga dá quando quer dizer "ele tá tão na sua". Só que já a corto. – Não começa, isso de novo não.
- Não falei nada. – se defende.
- Amigos. – a lembro.
- Meu pau.
- Idiota.
- Mas me conta, o que deu errado no boy de hoje? – me olha curiosa.
- Mal deu oi, já chegou me agarrando no meio da calçada, na lateral da rodoviária. – conto. – Passando a mão na minha bunda e tudo.
- Filho da pu... – a interrompo.
- Se a mãe dele é ou não isso, eu não sei. Mas sei que ele é o maior safado. - desabafo.
- Como se livrou dele?
- Cristian me ligou na hora. – rio em lembrar da situação, pois foi justo na hora que o safado apertou minha bunda, o celular começou a vibrar no meu bolso da calça. – Atendi rapidamente, falando que não estava em casa e que depois retornava, ele desligou, mas aproveitei a deixa e fingi que era uma emergência. Que minha mãe tinha passado mal e que estava a caminho do hospital. Na hora avistei um ônibus para Camorim, me despedi correndo do guri e sai correndo para o ponto, para pegar o busão.
Thamy me olha meio que incrédula e a entendo, nem eu acredito no que fiz e o perigo que corri. Imagine se tivesse ido para um local mais reservado com esse cara.
Credo.
Não.
Passou.
Após uns segundos uma encarando a outra, caímos na risada ao ponto de sair lágrimas.
- Sei que não é algo para rir, mas, quem diria que o Cristian te salvaria de um encontro. – ela comenta entre risos.
- Sim. - suspiro alto e a encarro. - Mas assumo que fiquei com medo. Dele me seguir ou me segurar a força. Eu não sei se teria coragem em gritar, pedindo ajuda. - confesso cabisbaixa. - Com medo das pessoas me julgarem depois, sei lá.
- Ei. - ela se senta ao meu lado e me olha nos olhos. - De fato você correu um risco, mas saiu tudo bem e pelo que me lembro, você me prometeu que esse seria o último.
- E foi. - confirmo. - Não quero passar por mais uma dessa.
- Acho bom. - me abraça forte. - Pode relaxar, já passou.
Respiro fundo e aos poucos, vou relaxando em seus braços que tanto sinto falta.
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Apenas Amigos
ChickLitApenas Amigos é o que eles vivem se dizendo que são. Mas, a atração que sentem um pelo outro, diz o contrário.