Capítulo 1

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Frustrada.

Essa é a palavra que define bem como estou no momento.

- Lar doce lar. – digo quando fecho a porta de casa, sigo direto para o sofá da sala e sem me preocupar de tirar as sandálias, me jogo. Ficando assim deitada, com a cara enfiada na almofada.

- Já vi que foi outro encontro ruim. – nem me esforço em levantar a cabeça para olhar para Thamy.

- Horrível. – digo, apesar da almofada ter abafado o som, sei que deu para ela escutar.

- Fase ruim, amiga. Daqui a pouco passa. – me encoraja, o que me faz me sentar e a encarar com os olhos semicerrados e a sobrancelha arqueada. – Quê?

- Sem comentários engraçadinhos? – pergunto desconfiada.

- Em outra hora. – dá de ombros e se senta ao meu lado. – Cristian passou por aqui.

- Sim, ele me mandou mensagem perguntando onde estava. – agora é ela quem arqueia uma das sobrancelhas e dá um sorriso de lado. Mas não é qualquer sorriso, é aquele que sua amiga dá quando quer dizer "ele tá tão na sua". Só que já a corto. – Não começa, isso de novo não.

- Não falei nada. – se defende.

- Amigos. – a lembro.

- Meu pau.

- Idiota.

- Mas me conta, o que deu errado no boy de hoje? – me olha curiosa.

- Mal deu oi, já chegou me agarrando no meio da calçada, na lateral da rodoviária. – conto. – Passando a mão na minha bunda e tudo.

- Filho da pu... – a interrompo.

- Se a mãe dele é ou não isso, eu não sei. Mas sei que ele é o maior safado. - desabafo.

- Como se livrou dele? 

- Cristian me ligou na hora. – rio em lembrar da situação, pois foi justo na hora que o safado apertou minha bunda, o celular começou a vibrar no meu bolso da calça. – Atendi rapidamente, falando que não estava em casa e que depois retornava, ele desligou, mas aproveitei a deixa e fingi que era uma emergência. Que minha mãe tinha passado mal e que estava a caminho do hospital. Na hora avistei um ônibus para Camorim, me despedi correndo do guri e sai correndo para o ponto, para pegar o busão.

Thamy me olha meio que incrédula e a entendo, nem eu acredito no que fiz e o perigo que corri. Imagine se tivesse ido para um local mais reservado com esse cara.

Credo.

Não.

Passou.

Após uns segundos uma encarando a outra, caímos na risada ao ponto de sair lágrimas.

- Sei que não é algo para rir, mas, quem diria que o Cristian te salvaria de um encontro. – ela comenta entre risos.

- Sim. - suspiro alto e a encarro. - Mas assumo que fiquei com medo. Dele me seguir ou me segurar a força. Eu não sei se teria coragem em gritar, pedindo ajuda. - confesso cabisbaixa. - Com medo das pessoas me julgarem depois, sei lá.

- Ei. - ela se senta ao meu lado e me olha nos olhos. - De fato você correu um risco, mas saiu tudo bem e pelo que me lembro, você me prometeu que esse seria o último.

- E foi. - confirmo. - Não quero passar por mais uma dessa.

- Acho bom. - me abraça forte. - Pode relaxar, já passou.

Respiro fundo e aos poucos, vou relaxando em seus braços que tanto sinto falta.






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