Florescer e nevar

29 3 9
                                    

A floresta se banhou em sol mais uma vez, deixando o dourado quente escorrer lentamente pelas árvores, até alcançar o rosto do primaveril que dormia enroscado em grama e raízes, o alertando de mais uma manhã que havia nascido.

Os olhinhos sonolentos e ainda mais dourados do que o sol, lentamente se abriram, captando todo o corriqueiro verde do qual sempre estava cercado. Youngjae automaticamente sorriu.

Adorava manhãs. Sentia que era o momento em que as flores eram mais cheirosas.

Se sentou na grama fofinha, e o vento delicadamente limpou alguns vestígios de verde que manchavam o perfeito amarelo que estava vestindo.

A natureza era sempre muito gentil na floresta Primo Vere.

O Choi se levantou, se espreguiçando e já se perguntando onde colheria amoras daquela vez, sem ser pego por Bambam.

Resolveu pensar naquela pergunta, enquanto se dirigia até a límpida lagoa da floresta, para se banhar.

A lagoa ficava em um campo aberto, e Youngjae simplesmente amava aquilo. A água sempre estava quentinha, e o sol que a cobria todos os dias, jamais era quente demais ao ponto de queimar a pele de alguém.

Às vezes ficava horas por ali, sem vergonha alguma. Não tinha medo que ninguém lhe visse; os primaveris eram sempre muito respeitosos.

Mas naquele dia tinha coisas a fazer, então ficou na lagoa por menos tempo.

Quando saiu da água, novas roupas já lhe esperavam sobre a grama. Sorriu e agradeceu baixinho à floresta, como fazia todas as manhãs.

A camisa branca, quase transparente e com detalhes delicados, ficou perfeita em si, combinada com um adorável shorts, rosa bebê, que ia até dois ou três dedos abaixo da metade de sua coxa.

De repente, uma cerva saiu do emaranhado de árvores, se aproximando da lagoa para beber água. No entanto, parou ao notar a presença de Youngjae.

O Choi imediatamente sorriu e se curvou, e a cerva fez o mesmo.

— É muito bom ver a senhorita de novo! Como está o seu bebê? Já faz algum tempo desde que eu o vi pela última vez.

Ao ouvir aquilo, a sra. cerva olhou para trás. Os arbustos se remexeram e então em questão de segundos um adorável filhote surgiu. Ele tinha uma linda coroa de flores lhe rodeando as orelhas.

Poderia ter sido um presente dos passarinhos, ou então, talvez, de Bambam.

O filhote lentamente caminhou até o Choi, surpreendendo o jovem primaveril, ao se curvar e deixar a coroa de flores cair aos seus pés.

— Oh? Para mim?! — Youngjae olhou para a mãe do filhote, que apenas acenou positivamente com a cabeça. — Ah, eu não sei se deveria aceitar… É uma coroa tão bonita… — Incerto, pegou a coroa de flores, alternando seu olhar entre ela e os cervos.

O filhote insistiu, pisoteando o chão com suas patas, agitado.

— Tá bom, tá bom, se você realmente insiste… — Youngjae cuidadosamente colocou a coroa sobre sua cabeça.

Os diversos tons de rosa e vermelho combinaram perfeitamente com os fios cor-de-rosa do Choi.

O primaveril tomou alguns segundos para se ver no reflexo da lagoa e acabou por sorrir. Amava flores e amava mais ainda se rodear delas.

— Obrigado pelo presente! Eu adorei! — Se virou para os dois cervos, que compartilharam da sua felicidade.

O Choi era muito querido por todos os habitantes da floresta.

Nevasca de FloresWhere stories live. Discover now