*ESSE É O QUINTO (5º) LIVRO DA SÉRIE BODINI, NÃO É NECESSÁRIO LER OS ANTERIORES PARA ENTENDER ESSA HISTÓRIA, MAS PODERÁ CONTER SPOILERS DOS LIVROS ANTECEDENTES*
O produtor e diretor cinematográfico Gustavo Bodini foi criado pela mãe longe da grande...
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Alice já tinha bebido duas latinhas de chá de hibisco quando a vontade de ir ao banheiro ficou insuportável.
Ela se levantou da cadeira onde havia se acomodado e, enquanto procurava pelo banheiro feminino, passou por um grupo de candidatas que também tinham feito o teste para o papel de Verônica Cesarini.
— Vocês viram a repreendida que a Jéssica levou da Suzana?
— Eu vi! Por causa do bolo! — A outra riu. — Imagina que vergonha tomar uma puxada de orelha da diva e rainha Suzana Oliveira por não conseguir manter a boca fechada antes do teste.
— Que mico!
— A Jéssica que se cuide, ou carreira dela vai afundar de vez. Não sei se vocês repararam, mas ela tá com várias gordurinhas no braço.
— Eu vi!
— Por sinal, minha agente falou que preciso emagrecer, só que nenhuma dieta tá dando certo para mim.
— Ah, eu conheço um remedinho ótimo. Vou pegar o nome aqui...
Alice continuou seguindo em direção ao banheiro, compadecendo-se por Jéssica. Havia escutado e visto Suzana Oliveira repreendê-la. Apesar de já ter testemunhado inúmeras vezes aquele tipo de cena nos bastidores — tanto como expectadora quanto vítima — ainda se chocava com aquilo.
Ela admirava o trabalho de Suzana como atriz.
Mas, talvez, depois daquele dia, a admiração pela pessoa por trás da atriz houvesse decaído bastante.
Bom, preciso focar na minha carreira e no meu trabalho.
Seu teste havia sido há mais de duas horas, mas ela ainda estava no estúdio. Os agentes com quem conversava sempre recomendavam que ela permanecesse no set, pois havia chance da equipe de produção pedir uma nova apresentação de última hora. E, quem permanecia ali para fazê-la, tinha mais chances de conseguir o papel.
Alice queria dizer para si mesma que ficara no estúdio somente por aquele motivo.
Só que ela sabia que seria uma bela de uma mentira.
Na mesma hora, sentiu o coração acelerar, o sangue subir para as bochechas, esquentando o rosto, a pele, ao ter toda a mente invadida pelos traços e olhos profundos de um homem que também estava ali, no mesmo estúdio que ela, a poucos metros de distância.
Minha nossa!
Alice se abanou, entrando no banheiro, quase ofegante.
Fitou seu reflexo no espelho límpido.
O mesmo homem que a resgatara no bar era parte da equipe de produção do filme onde ela estava tentando conseguir um papel.
Por todas as leis do destino e da casualidade, quais eram as chances em todo o universo de algo como aquilo acontecer?
