Heal Me | VegasPete

II - Unknown, guns and drugs

Pete pov

Eram duas da manhã, eu estava acordado depois de descansar desde as 21h.
Meu corpo estava inteiramente coberto com mantas e cobertas quentinhas, aquilo era muito agradável. Eu olhava para o nada, perdido em meus pensamentos. Pensava em como aquilo havia acontecido tão rápido e pensava em cada pessoa daquela casa cujo as personalidades eram tão diferentes, mas tão iguais.

Eu não fazia ideia com quem havia me metido, não sabia quem era aquela família e qual sua importância, mas tinha ideia que eles deveriam ter grande destaque naquela cidade, assim como o namorado de Porsche.

Eu me sentia nervoso, com medo talvez, me sentia perdido vivendo tantas coisas em um só dia. Não muitas horas atrás eu procurava um emprego feito louco no centro, agora estava deitado em uma cama confortável e ganharia um salário enorme apenas para cuidar de duas crianças.

Não sabia se eu deveria ficar em alerta ou não me meter em nada, só sabia que precisava passar por tudo aquilo para ter um salário decente.

Mordisquei meus lábios e sentei-me sobre a cama, coçando os olhos que queriam fechar novamente.

Levantei e calcei as pantufas de coelho que haviam ali, ri baixinho da minha própria situação e sai do quarto, me direcionando para a cozinha. Precisava beber água, havia esquecido de fazer aquilo por tantas emoções em um só dia.

Caminhei em passos silencioso até lá, ao adentrar, percebi que não estava sozinho, o que fez eu dar um passo para trás. Nunca se sabe se é um cara com uma arma ou só um demônio.

– Ainda não dormiu? - A luz do copo cristalino refletiu, ali estava iluminado apenas com a luz da lua - essa que estava bem aparente já que a janela estava aberta.

– Consegui... descansar. - eu respondi de volta, me curvando um pouco ao ver quem era. Era Vegas.

Ele caminhou até mim e alcançou seu próprio copo, servindo água nele após eu pegar.

– Hm.. Você comeu?

– Comi com o Macau mais cedo, mas se estiver com fome eu posso preparar alguma coisa... - eu disse, tomando um gole do líquido. Pude perceber que o rapaz usava um pijama de seda bordô. Aquela cor combinava com ele.

– Não precisa... Eu comi mais cedo, obrigado.

Ele se afastou, deixou a jarra em cima da mesa de jantar e sentou-se em uma cadeira. Eu continuei o olhando, tomando outro gole da água. Engraçado como até a água de rico tinha sabor diferente.

– Você está bem? Percebo que toma muita água.. Quer dizer, não querendo me intrometer, mas...  - Fiquei quieto, parecia que quanto mais eu tentava, mais minha situação piorava.

– Você já deve saber pelo Macau o problema que eu tive um tempo atrás. - ele ficou em silêncio por um momento. - Faz tempo que eu não surto, mas há dias que a abstinência vem mais forte e eu acabo assim.

– Para ser sincero, ele me contou algo sobre isso sim.. Mas acho incrível o esforço que está colocando para vencer isso. Não deve estar sendo fácil.

– Parece tosco, mas no momento eu só queria chorar. - Ele começou a rir. - Só quero ver o Macau e o Venice bem, não quero prejudicá-los pela minha irresponsabilidade.

– O Macau parece te admirar muito, de dez palavras que ele diz, oito são sobre você.

Eu dei um pequeno sorriso, pude ver que ele sorriu também, finalmente percebi que ele não era nenhum monstro.