Capítulo XXIV - A Fuga

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"Não, primo, mas será que você sabe?" Eu perguntei sorrindo e ele respondeu com um sorriso brincalhão.

"Você tem muita sorte de meu pai ter me cedido a chave para eu poder conversar com nossa amiga de vez em quando, para convencê-la a aceitar o acordo." Ele disse, tirando a chave do bolso e girando-a em torno de seu dedo indicador. "Venha, vamos salvar nossa amiga." Eu assenti com a cabeça e corremos em direção às masmorras.

Ao passarmos pela sala de armas, Legolas parou e entrou, e eu o segui. "O que é isso primo?" Eu perguntei, ao vê-lo pegar um rolo de couro do tamanho de uma espada. Notei o brilho de uma lâmina dentro, mas a julgar pelo tamanho do pacote, deveriam ter pelo menos mais uma ou duas.

"Coisas que pertencem a outras pessoas e não a nós." Ele disse, indicando para que retomássemos nosso caminho. "Infelizmente não poderei devolver tudo, mas estes parecem ser importantes demais para seus donos." Ele comentou ao sairmos da sala e retomamos nosso caminho em direção ao nosso destino.

Mas quando chegamos no corredor logo ao lado das masmorras, ouvimos uma comoção e passos apressados vindo em nossa direção. Legolas agarrou meu pulso de repente e me puxou para perto dele, mas não amenizou seu aperto. Olhei para ele confusa, sem compreender o porquê de sua ação repentina, antes de Tauriel aparecer virando a esquina. E logo atrás da Capitã da Guarda, vinham alguns de seus homens altamente treinados que estavam sob seu comando. Ela me olhou incrédula.

"Mimi mas oque-" Ela então se interrompeu e dirigiu seu olhar a Legolas, tendo assuntos mais urgentes a tratar. "Meu senhor, os anões escaparam, eles fugiram pela adega dentro dos barris vazios" Ela comentou.

Legolas então chamou um dos soldados. "Voronwë!" O curandeiro congelou, antes de sair da formação, ficando em posição de sentido enquanto se virava para encarar meu primo. Eu podia sentir a tensão no meu pobre amigo. "Voronwë, acompanhe Miruiel de volta ao quarto dela e tranque a porta para que ela não tente escapar novamente." Legolas disse, eu arregalei meus olhos e olhei para ele, não acreditando no que eu estava ouvindo, "E devolva isso ao seu devido lugar." Ele acrescentou, entregando o pacote de couro com as armas ao guarda. "Você está liberado de seus deveres por hoje." ele terminou, enfatizando suas palavras.

"Como quiser meu príncipe." Disse Voronwë, com um leve sorriso e segurou firmemente meu outro pulso. O elfo já não parecia mais tão tenso quanto antes. E pegou o embrulho de Legolas com sua mão livre.

"Entendo que você queira partir Miruiel, mas devemos respeitar a decisão do rei." Legolas disse e se ajoelhou na minha frente, segurando minha mão firmemente entre as dele, foi quando senti algo frio e metálico sendo colocado nela, o que fez meus olhos se arregalarem. "Espero que entenda."

Mordi o interior da minha bochecha antes de oferecer um discreto aceno de cabeça em compreensão, que passou despercebido por aqueles ao nosso redor. Retirei minha mão da dele e, relutantemente, virei meus olhos para o chão, enquanto sorrateiramente guardava o objeto no bolso da minha calça.

Voronwë fez uma reverência ao elfo e me puxou para seguir nosso caminho. Mas ao invés de irmos em direção ao meu quarto, fomos para as masmorras. Quando chegamos na cela da minha amiga, ela parecia sem reação, estava sentada em sua cela encostada na parede, olhando para o vazio. Parecia que seu espírito já não estava mais vivo.

Tirei a chave do bolso, abri rapidamente sua cela e corri em direção a meia-elfa. Juntamente com Voronwë, administramos um feitiço de cura e ela se sentiu melhor. Apenas então ela dirigiu seu olhar para mim.

"Mimi? O que está fazendo aqui? Era para você ter fugido com os outros." Ela disse enquanto Voronwë a soltava de seus grilhões. Ela rapidamente me abraçou assim que se libertou e eu a abracei de volta. Estava tão feliz em rever minha amiga.

Ensina-me A Viver Novamente [EM PAUSA TEMPORARIA]Where stories live. Discover now