Capítulo 9

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Pai do Nico: Encontrei-vos. Sua peste, achavas que me ias tirar o meu filho, estás muito enganado. Ele não se vai deixar iludir pelo diabo. Anda Nico, vamos à igreja, estás a precisar de te confessar e ser benzido.
Nico: Bla bla bla...vai te fuder!

Fiquei chocado quando ouvi o Nico a dizer aquilo, não estava à espera. O pai dele é alto e com a cara que está agora parece um cão com raiva, não tenho coragem de lhe fazer frente.

Pai do Nico: Mas que falta de educação!
Nico: Deixa me em paz!

O pai do Nico pega pelo braço dele de repente e leva-o à força para casa. Entrei em desespero e só ouvi os berros dos dois a discutir. O Nico começou a bater ao pai e a morde-lo, até que conseguiu se soltar. Eu fui logo atrás dele o abraçar.

Pai do Nico: Estou farto! Faz o que quiseres, já és maior de idade. Anda a casa buscar as tuas coisas que não quero nada teu lá. Desaparece-me da frente Nico! Não te quero voltar a ver.
Nico: Com todo o gosto. Anda Luca, vamos buscar as minhas coisas e fugir daqui. Já passei tempo de mais neste país.

Fomos até à casa do Nico, ele esteve a guardar as coisas em malas e fomos embora. Liguei ao Elio a explicar tudo e ele disse para ficarmos em casa dele, ele já não mora com os pais, comprou uma casa no mês passado.

Na estação de comboios,

Estava sentado com o Nico num banco da estação à espera do comboio.

Nico: Que loucura...haha.
Luca: Sim haha.
Nico: Vai dar tudo certo.
Luca: Sim.

Na casa do Elio,

Quando o meu amigo abre a porta da casa dele e nos vê abraça-me logo, eu estava com muitas saudades dele. Depois cumprimentou o Nico e mandou-nos entrar.

Elio: Fiquem à vontade, agora esta vai ser a vossa nova casa durante uns tempos.
Nico: Muito obrigado.
Luca: Obrigado mais uma vez, ainda bem que te tenho a ti.
Elio: Eu tenho um quarto de hóspedes, venham ver, não é muito grande mas pelo menos tem uma varanda.
Nico: Não tem mal.
Luca: Que fixe uma varanda.

O Elio deixou-nos à vontade no quarto, ficamos a desfazer as malas e a arranjar o quarto ao nosso gosto, quando terminámos já era hora de jantar.

Elio: O jantar está pronto.
Luca: Cozinhaste para nós?
Nico: Nossa.
Elio: A partir de agora vão experimentar muito os meus dons de culinária.

Fomos jantar e ficámos a falar melhor sobre o que aconteceu. A comida estava deliciosa, ambos elogia-mos o Elio e ele ficou contente.

Elio: Eu andava mesmo muito preocupado contigo, não queria que nada de mal te acontece-se. E admito que não me acreditei que fosses encontrar o Nico. Fiquei muito surpreso quando me ligaste a dizer que estavas com ele, foi mesmo um milagre. Como é possível teres encontrado ele...tipo...é uma missão quase impossível. Tu foste muito louco e correste grandes riscos, mas valeu a pena.
Luca: Valeu muito a pena. Apesar de que por vezes pensei em desistir, pois ficava sem esperança, mas depois lembrava-me das minhas memórias com o Nico e ganhava forças para continuar a procurar. Além disso, bem lá no fundo, eu sempre senti que o ia encontrar.
Nico: Tu salvaste-me de uma vida horrível que eu estava a ter. Eu queria tanto te voltar a ver, poder estar contigo de novo. Passava sempre na minha cabeça imagens do nosso último dia juntos, eu nem me consegui despedir de ti e nem queria, pois sabia que ia ser só um até já. Porque é suposto nós ficarmos juntos, mesmo sendo um amor proibido.
Elio: Realmente é algo que pode sim acontecer e não tem nada de mal. Não se manda no coração. Vocês são especiais um para o outro, passavam o tempo todo juntos, é normal terem se apaixonado. E como eu disse sempre ao Luca, tu podias ser irmão dele, mas eras um irmão adotado e agora vocês já não são mais irmãos.
Luca: Agora somos apenas...namorados...que achas Nico?
Nico: Com certeza haha! Agora somos namorados! Sim!
Luca: Haha é!
Elio: Finalmente o meu casal favorito tornou-se um casal oficialmente.
Luca: Nós nunca precisamos de nos rotular como sendo namorados para nos comportarmos como um casal haha.
Nico: Sim, não precisamos de rótulos, mas agora temos um, já não somos irmãos, mas sim namorados.
Luca: Sim. Finalmente!

Eu beijei o Nico e desta vez sem medo, sem ser algo proibido, agora já não somos irmãos.

Elio: Hey! Vão para o quarto!
Nico: Não é nada disso Elio haha.
Luca: Tens razão haha. Anda vamos.
Nico: Quê?

Agarro a mão do Nico e levo-o para o nosso quarto.

Elio: Fechem a porta.
Luca: Sim haha.

Já se tinham passado duas semanas que tinhamos voltado para a Suíça e hoje era o nosso primeiro dia de trabalho numa pizzaria, a mesma. Vamos juntar dinheiro até termos o suficiente para a nossa casa.

Passado 2 meses,

Depois de árduos dias de trabalho finalmente conseguimos uma casa só para nós, onde vamos viver juntos para sempre, mesmo sem a aprovação da minha mãe que nunca mais me falou e ficou incontactável.

Nico: Apesar do mundo estar contra nós, vamos ser muito felizes juntos.
Luca: Sim.

Estavamos num jardim, estava bom tempo então estava muita gente. Ficamos a olhar nos olhos um do outro até que nos beijamos.

__: Vocês não têm vergonha rapazes?
Luca: Como assim?
Nico: Que se passa?
__: Aos beijos em público! Tem crianças aqui. Se estivessem cá as minhas vocês levavam duas bofetadas para aprender. Não quero os meus filhos a ver paneleiros aos beijos.
Nico: Desculpe?
Luca: Ignora Nico...
__: Espero bem que tenha sido a última vez que vejo vocês aos beijos na rua. Que nojo...
Nico: Mas tem mais casais aqui e você não lhes disse nada.
__: Porque são casais normais e vocês são uns tristes.
Nico: Nós também somos um casal normal.
Luca: Exatamente e não tem mal as outras pessoas nos verem aos beijos.
__: Tem sim! Sinto-me incomodado e ensinam as crianças a pecarem.
Nico: Amar não é pecado.
Luca: Pecado é ser preconceituoso.
__: Não quero ver os meus filhos aos beijos com outros rapazes, eles são rapazes por isso têm que gostar de raparigas e vocês igual.
Nico: O nosso coração é que sabe de quem tem que gostar ou não. E os seus filhos verem homens aos beijos não vai fazer com que eles os imitem, porque senão eu e o meu namorado eramos heterossexuais.
Luca: Exatamente, toda a nossa vida levamos com casais hetero e não os imitamos.
__: Mas vocês metem nojo. Tenham vergonha e consciência das coisas que fazem em público.

Não dissemos mais nada e o homem continuou a andar.

Nico: Qual era a dele?
Luca: Ainda bem que já se foi. Estava a ficar farto das asneiras que estava a dizer.
Nico: Foi culpa minha, eu devia ter ficado calado e ele ia se embora muito mais cedo.
Luca: Não foi culpa tua mor, fizeste muito bem em lutar pelos teus direitos. Toda a gente deve ter o direito a amar e é um sentimento tão lindo.
Nico: Tens toda a razão amor. Amo-te muito.
Luca: E eu amo-te mais.

Fim.

Amor ProibidoWhere stories live. Discover now