O Filho do Pastor

Capitulo 3: Um passo para a realidade

*Não quero ser apenas o que todos dizem que eu sou... Eu quero ser verdadeiramente apenas Eu.*
-Geisy Ferreira De Olivares

Quando acordei já estava escurecendo, levantei da cama em um pulo, preciso conversar com o meu pai então coloco meu roupão rosa e desço, como eu imaginava lá estava ele sentado no sofá lendo o jornal, me aproximei
-Pai, precisamos conversar - assim que digo ele rapidamente para de ler o jornal e começa a falar
-Realmente filha precisamos conversar, primeiramente sente-se aqui.. - ele diz batendo no assento do sofá, e continua falando
- Querida como você ainda é uma criança, você irá fazer tudo o que eu disser e mandar porque assim a lei afirma, então daqui a dois dias você não viverá mais comigo, vamos dizer que você irá passar férias na casa da sua tia, minha irmã Camila, lá será ótimo para você, lá é um bairro tranquilo, sua tia mora em uma casa normal, na verdade sua tia tem uma vida normal, sem luxo, então lá você irá aprender o verdadeiro sentido da vida, lá você irá aprender a ter responsabilidades, então prepara-te arrume suas malas pois é pra lá que você vai. E sem discussão, esta decidido, você irá daqui a dois dias e só voltará quando eu achar conveniente e ver que você já mudou esse seu modo de viver, e pensar. - simplesmente eu não sabia o que falar, eu só sabia chorar, ouvi tudo tão perplexa, como o meu pai pode fazer isso comigo, não suportei ouvi mais nada, sai correndo com lágrimas nos olhos. Como? Como ele pode fazer isso comigo? Eu sou a filha dele!! Não ouvi mais nada, subi as escadas correndo e quando cheguei ao meu quarto, eu chorei tudo o que eu podia até dormir.! Quando acordei eu pude me senti a pior pessoa do mundo, simplesmente jogada as traças, praticamente meu pai me jogou na boca dos leões, como eu queria que fosse tudo um sonho, sonho não, pesadelo, merda de vida! Levantei da cama e fui direto para o banheiro, me aproximei do espelho e me deparei com uma pessoa sem rumo, uma pessoa que decidiu viver a vida intensamente, enquanto me olhava no espelho comecei a fazer uma alto-avaliaçao da minha vida, quando era pequena eu queria cresce,r para fazer tudo o que quisesse, cresci assim, larguei meus estudos aos quatorze anos, quase engravidei aos quinze, como eu era frágil meu corpo abortou a criança, e então desde este dia passei a usar meios de prevenção, depois dos quinze a unica coisa que lembro desde então e só balada, buteco, barzinhos, boates, e assim por diante, até me encontrar nesta situaçao ridícula. Será que esse tempo todo, eu queria ser a pessoa que eu não sou? Realmente será que o meu pai tem razão? A ponto de me mandar pra longe com medo de um dia eu nunca mais aparecer por causa da vida que levo? Será? Será que lá eu serei uma pessoa melhor? O que será que o destino me espera?! Saí do banheiro e fui novamente deitar, novamente dormir, porque só dormindo consigo esquecer a minha realidade, e então apaguei novamente, esquecendo que daqui um dia eu provavelmente estaria sendo jogada na jaula, e esperando o leão me devorar bem devagar.