Capítulo 7:Nas frontrooms, dois amigos tentam ajudar...

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ㅡÉ da Sun, Manu e Violet que estamos falando, elas são fortes, com certeza ficarão bem.

ㅡBom, é o que eu espero...

𖤐

Já era de noite, mas eu não conseguia dormir de jeito nenhum. Por mais que fossem quase 23 horas, eu tinha energia o suficiente pra andar pelo mundo inteiro, ou até mais que isso.

Peguei novamente a caixa que ficava debaixo da minha cama. Acendi o abajur e comecei a ler os papéis um a um, na esperança de achar um jeito de ajudar a Sun, Manu e Violet. Mas não tinha nada informando como ir para os backrooms propositalmente, ou como mandar coisas pra lá. Merda! Eu não podia ficar ali parada, eu tinha que achar alguma informação sobre isso, nem que seja a última coisa que eu faça!

Peguei meu celular e comecei a vagar pela internet. Eu fiquei por vários minutos olhando pra tela em busca de mais informações, porém não obtive nenhum resultado diferente.

Vejamos...Provavelmente eles devem ter ido parar no nível 0, e se eles conseguiram, talvez tenham ido pro nível 1. Uma das diversas saídas do nível 1 dá no nível 2, e é uma maneira simples de sair de lá. Mas se eles tiverem ido parar no nível 2 e decidiram ir pro nível 3? Não, eles não seriam loucos de fazer isso. A Sun sabe totalmente que existem muitos riscos nesse nível, então ela não seria louca de ir pra lá. Isso se eles não acabaram indo parar em um nível negativo ou outro completamente aleatório.

Eu queria muito ajudar eles, mas o que eu, uma adolescente de 15 anos quase exemplar, faria se fosse parar lá? Não é como se a maioria das pessoas conseguisse ir pros backrooms propositalmente, quase todas que foram pra lá acabaram indo parar lá por acidente. Talvez eu devesse tentar? Não, haveriam muitos riscos, e mesmo se eu achasse eles, eu teria que ir muito bem preparada, e também precisaria aprender alguma forma de lutar lá, caso as entidades pegassem minhas armas ou algo do tipo. E mesmo se eu fosse, eu certamente iria deixar minha avó muito preocupada, e se eu voltasse pra cá com essa história, ela iria ou me internar ou então começar a rezar. Ai ai, esses velhinhos...

Enfim, se eu quisesse pensar nisso melhor, eu precisaria comer alguma coisa. Fui até a cozinha em silêncio, abri a geladeira e tirei de lá meio kit-kat do dia anterior. Voltei para o meu quarto de fininho e então comecei a comer o chocolate. Eu sempre conseguia raciocinar melhor quando eu comia alguma coisa doce, e eu não conseguia explicar isso muito bem. Ótimo, agora que eu estava alimentada, minha mente começou a clarear um pouco. Eu sei que é muito arriscado, mas eu tenho algo em mente. Primeiro, preciso ir até a área em que Sun e Manu desapareceram, totalmente preparada, é claro. Então, eu tentaria noclipar no chão, e se desse certo, eu iria vagar nível por nível, até encontrar eles. Sei que é uma ideia completamente idiota, porém é a minha única saída, já que sem esse plano, eu nunca vou ter informações sobre os meus amigos.

Peguei minha mochila de escola, a esvaziei e coloquei as seguintes coisas:Comida, duas garrafas de água, lanterna, kit de primeiros socorros, meu celular, uma muda de roupa, um facão e uma...Arma? Bom, minha avó disse que era do meu pai, essa é uma das únicas informações que eu tenho dele. Não é como se alguém quisesse saber, mas minha avó parece ter algo contra o meu pai.

Então eu fui até a porta principal da minha casa de fininho, torcendo para que minha avó não me escutasse. Porque aí eu teria que dar alguma desculpa. Destranquei e abri a porta lentamente, passei por ela e logo tranquei de novo. Saí andando, e depois comecei a correr. Peguei a lanterna da minha mochila e usei ela pra iluminar, já que estava escuro.

Corri por alguns minutos, até achar o local em que Sun e Manu tinham desaparecido. Eu já estava ofegante, e então comecei a analisar o local. Não havia nada de mais, apenas uma fita amarela e preta isolando uma parte da calçada. Soltei um suspiro, e quando eu já ia me virar, senti duas mãos em meus ombros. Aquilo fez um arrepio percorrer todo o meu corpo, e por impulso, eu dei um chute na pessoa, fazendo ela cair no chão. E assim que que apontei minha lanterna pra ela, vi que não era um sequestrador ou algo do tipo: Era o Rafa.

ㅡPoxa Amélia, também não precisa partir pra violência...ㅡEle murmurou, com um tom de voz trêmulo.

ㅡMeu Deus! Me desculpa, eu...agi por instinto!ㅡMe abaixei para ver como ele estava.ㅡVocê está bem?

ㅡClaro, só estou com uma puta dor no joelho, mas estou ótimo!

ㅡPara de graça. Enfim, o que você tá fazendo aqui?

ㅡEu é que te pergunto, Amélia!

ㅡEu vim pra cá numa tentativa de encontrar uma forma de ajudar nossos amigos. E você, o que faz aqui?

ㅡDigamos que eu vim pela mesma coisa que você.

ㅡE o que a gente faz?

ㅡJá sei, me ajuda a levantar.ㅡEu fiz o que ele pediu e o ajudei, servindo de apoio.ㅡAgora, me empurra.ㅡArregalei os olhos.ㅡConfia em mim! Eu já tenho algo em mente!

Usei minha força para dar um empurrão nele, mas o que eu não esperava era que nós estávamos muito próximos da rua, e quando eu o empurrei, ele caiu pra trás. Quando eu estava esperando o barulho do crânio dele batendo contra o chão, ele simplesmente...desapareceu. Olhei para os cantos diversas vezes para ver se não era uma pegadinha dele, já que ele era dessas.

ㅡRafa? Rafa! Rafael Lima da Silva! Aparece, porra!ㅡEu gritei, já em meio às lágrimas.ㅡRafael, eu não estou de brincadeira, caralho! Aparece de uma vez! Não...P-pare com essa brincadeira idiota! Eu não estou gostando disso! Rafael!

E foi aí que eu percebi: Ele deve ter ido parar nos backrooms, e com isso eu havia perdido mais um amigo meu para essa porra de backrooms. Por que? Por que eu tinha tido essa ideia maluca? Se eu não tivesse vindo pra cá, talvez eu não teria que presenciar isso! Mas de qualquer forma, o Rafa iria desaparecer...

Peguei meu celular e comecei a discar os números da polícia. Isso seria inútil, mas eu tinha que fazer alguma coisa.

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