22°|Um babaca na neve

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   Comecei a me encolher enquanto suas mãos exploravam os pontos sensíveis da minha costela. Minha risada havia se misturado com a dele e eu tentava afastá-lo de mim, até que com um último esforço, impulsionei nosso corpo para trás. Minhas costas bateram na neve fofa e Peter caiu em cima de mim, com reflexos rápidos para apoiar o peso nos braços e não me esmagar. Um última risada escapou dos meus lábios antes de perceber que estávamos muito perto. Os cabelos de Peter caíam sob sua testa seus olhos percorria todo meu rosto como se ele estivesse admirando uma obra de arte.

   Naquele momento, eu esqueci de tudo. Esqueci de Brand, Nanda ou Ogros Brancos. Tudo o que eu pensava era em Peter e no quanto o queria e no quanto eu estava lutando contra meus desejos para não fazer besteira. Nossas respirações estavam pesadas como se tivéssemos acabado de correr e eu quase podia escutar o compasso dos nossos corações em sincronização. Foi quando Peter inclinou a cabeça na minha direção e beijou meu queixo, se levantando logo em seguida como se nada tivesse acontecido.

   _ Acho que devemos ver a cidade outro dia - falou naturalmente passando a mão sobre a roupa para tirar os resquícios de neve - Cold Wheather existe há bilhões de anos, não vai sumir do mapa em um dia.

   Eu não sabia o motivo repentino da mudança de planos, mas agradeci internamente. Meu coração havia tomado a dose suficiente de emoções. Concordei com a cabeça para Peter e estendi minha mão para que ele pudesse me ajudar a levantar, mas ele apenas colocou a mochila nos ombros e começou a andar.

   _ Babaca.

   O resto do caminho foi estranho

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   O resto do caminho foi estranho. Nenhum de nós dois arriscamos abrir a boca e comentar o que tinha acontecido lá trás. Acho que a maior parte, porque nenhum de nós dois entendia muito bem. Mas a caminhada foi mais curta, pois bem na margem da floresta, uma casa de madeira branca e telhas azuis. Na frente, duas garotas batiam em um tapete de pele com uma espécie de madeira.

   _ Pequeno! - uma delas gritou e correu pros braços de Peter. A outra não demorou muito para fazer o mesmo. Os três se envolveram em um abraço, e eu fiquei ao lado, sem saber o que fazer.

   Felizmente, eles desfizeram o abraço. Infelizmente, a atenção se voltou para mim.

   _ Essa é...? - perguntou a que parecia ser mais velha, não chegou a terminar a frase, mas todos sabíamos de quem se tratava. Ela tinha os cabelos desgrenhados por debaixo do capuz e assim como a garota ao seu lado, os mesmos traços de Peter. Ambas se curvaram.

   _ Por favor, não precisa disso. - disse ajeitando a postura da mais nova, parecia ter 14 anos. As duas olharam feio para Peter, como se dissessem: "Você a quebrou?" - Essa coisa toda é muito nova pra mim, vou me sentir mais confortável se me tratarem como tratam qualquer um.

   Embora relutantes, as duas abriram um sorriso e concordaram. Fui guiada pra dentro da casa, me dando de cara com um pequeno caos no meio da sala de estar. Havia gaze ensanguentada por todo o chão, várias pessoas corriam de um lado para o outro gritando umas com as outras e deitada em cima de uma mesa, resmungando e rodeada por toda aquela confusão, estava Nanda. Assim que ouviram o barulho da porta se fechando, a sala rapidamente ficou em silêncio e por um momento pensei que todos fariam uma reverência.

   _ Teremos tempo pra você depois, querida! - disse uma senhora de cabelos brancos e com a idade refletida no rosto. Era magrinha e parecia que iria desmontar, mas suas ações demonstravam o contrário, pois estava com as mãos segurando a cabeça de Nanda e liderando todo alvoroço - Arya, a água!

   Após o grito da senhora, uma das muitas meninas que estavam ali saiu correndo para algum dos cômodos. Assim, toda a confusão voltou. Uma mulher saiu de perto da mesa, limpando as mãos ensanguentadas na roupa, deixando um rastro vermelho no tecido. Não precisei raciocinar muito para saber que era a mãe de Peter.

   _ Nos perdoe por ela, Alteza. Já é de idade e não sabe mais manter as palavras na boca. - a mãe de Peter se ajoelhou e abaixou a cabeça. Olhei desesperada para Peter, porque aquilo era totalmente novo. Ninguém havia feito uma reverência daquele tipo, parecia um gesto de... Humilhação.

   _ Eu não me importo. - sorri para ela e estendi a mão. Ela lançou para Peter o mesmo olhar que as irmãs dele. Era engraçado como eles eram parecidos até nos jeitos. Vergonhosamente, ela segurou minhas mãos e aceito minha ajuda. - Na verdade, até gosto de não ter a atenção voltada pra mim.

   _ Você realmente é de outro mundo, Alteza! - brincou. Acho que o humor era a única coisa que Peter não puxara.

   _ Me chame de Elle. - pedi.

   _ Mãe - a voz de Peter saiu quase que como um sussurro. Foi só então que ela se tocou que o filho que não via há meses estava ali, na frente dela, com os olhos brilhando de saudade.

   Só aí que todo mundo parou por completo, por alguns segundos, para ver o reencontro de mãe e filho. O reencontro que, bem no fundo, eu desejei que fosse o meu.


Pelo visto a família de Peter é bem maior, né?
Não aguentei esperar até amanhã pra postar esse capítulo, então aqui está especialmente para vocês esse gostinho de #ELLETER. Pra quem prefere #ELLEMAS, por favor, não me mate!

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VOCÊ É INCRÍVEL!!!

O Coração Gelado de Cinderelaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن